O continente africano é marcado por um passado colonial e lutas pela independência, enfrenta, desde o final do século passado e princípio do século XXI, processos de transições políticas e democráticas, muitas vezes, marcados por instabilidades, golpes de Estado, eleições contestadas, regimes autoritários e corrupção. Este artigo é, em grande parte, extracto de uma subsecção do livro “Os Desafios de África no Século XXI – Um continente que procura se reencontrar, de autoria de Osvaldo Mboco.
A onda de contestação sem precedentes que algumas potências ocidentais enfrentam em África, traduzida em mudanças político-constitucionais, legais, por via de eleições democráticas, como as sucedidas no Senegal, e ilegais, como as ocorridas no Níger e Mali, apenas para mencionar estes países, acompanhadas do despertar da população para colocar fim às relações económicas desiguais, que configuram espécie de neocolonialismo, auguram o fim de um período e o início de outro.
Angola é, para quem a sente e vê, com olhos de ver e coração de sentir, terra estranha, misto de amor e raiva, esperança e desesperação, carinho e desafecto, afugenta e agarra, repele e abraça.
Angola é assim e mais. Extravasa sentimentos infindos, de que são exemplos os horizontes que a rodeiam - ou cercam? ou sufocam em kandandos sem fim? -, terra de milhentos sons, outras tantas falas e pronúncias, cores intermináveis matizadas com tons muitos, junto, outrossim, com cheiros e sabores tantos que embebedam em tristezas e alegrias, quase matam, fazem conhecer a morte e ressuscitam.
Angola é assim, desde longes construídos de muitos tempos e outros tantos futuros sonhados, invariavelmente melhores, por serem, eles próprios, comandantes de vida que fazem, continuam a fazer, ainda hoje, esperançar.
Angola é assim. Permanente e eternamente apontada como terra de um futuro sonhado que teima em não encontrar porto seguro para abordar. Por estarem todos, nem um escapa, vigiados, dia e noite, por saqueadores de quimeras. Num ápice - nem relâmpago anunciador de desgraças - feitas pesadelos que cerceiam amanhãs dos que fizeram e fazem por merecê-las. Por isso esgrimem, tentando seguir as pegadas dos que ousaram desbravar horizontes tidos, até então, como insondáveis, chamados Liberdade. Sem amos, nem servis.
Esta terra chamada Angola foi sonhada assim e, como tal, há-de, um dia, ser concretizada sobre caboucos abertos por várias gerações. Mesmo quando a uns parece que não, apesar de, esporadicamente, haver sinais esperançosos a indicar caminhos novos.
Na turbulência de zonas urbanas mas, igualmente, na quietude dos kimbos aqueles sinais sucedem. É a Terra Mãe a despertar uns e outros para aqueles sinais, mesmo que subtis, mas alentados
O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) deu, recentemente, um desses indícios, que, espera-se, seja apito de partida de super-maratona de obstáculos, com meta sem fim à vista. Vence quem não desistir: de um lado, representantes da lisura, do outro, do embuste. Atente-se, desde já, à conjuntura da competição ser longa e eivada de obstáculos com os quais somente uma das partes está familiarizada , por fazer deles o quotidiano dourado ou fingir que sim . Ao contrário, aqueles que fazem parte dos guardadores de interesses do povo, estão em desvantagem, pois não conhecem tão bem como os adversários curvas, contra-curvas e ziguezagues dos tortuosos descaminhos de transportadores de vaidades sem suores de trabalho. Sobrevivem apenas à custa do amiguismo, erário, compadrio, nepotismo, troca de favores, enfim, rebaldarias. Que desaguam invariavelmente em mediocridades, incompetências, vaidades bacocas que os caracteriza.
A recuperação, no total, de 11 viaturas a quadros da administração municipal e de um distrito urbano, ambos de Luanda, entregues ao respectivo governo provincial, deseja-se ter sido tão-só a primeira de várias operações análogas, estendam-se ao país inteiro e a todos os sectores. De preferência sem actos públicos para anunciar o que peca por tardio, como se de um feito histórico se tratasse, desconhecida do angolano comum, novidade de fazer arregalar os olhos e "abrir a boca para a nuca”.
Até pelo número de viaturas apreendidas - quantas mais, nas mesmas circunstâncias, ficaram em mãos nas quais não deviam estar? -, a operação do IGAPE podia ser divulgada aos jornalistas em recatado encontro pelos responsáveis da operação. A realização de conferências de imprensa por tudo e por nada, quando um simples comunicado, mais rápido de emitir do que nunca graças às novas tecnologia era suficiente. Evitavam-se perdas de tempo e reduzia-se a vulgarização. Parafraseando, o Presidente João Lourenço, é tempo - mais do que nunca - de falar menos e trabalhar mais.
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LoginTrata-se de um relevante marco o facto de o Conselho de Ministros ter aprovado, na segunda-feira, a proposta de Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, para o envio à Assembleia Nacional que, como se espera, não se vai de rogada para a sancionar.
Semana passada, estive atento a um debate televisivo sobre o processo autárquico versus nova Divisão Político-Administrativa, com as duas principais forças políticas representadas, num painel em que também estiveram representadas outras sensibilidades, nomeadamente da sociedade civil. Um exercício interessante, que veio uma vez mais provar que é possível, na comunicação social angolana, reunir intelectuais de diferentes credos políticos para debater questões de interesse do nosso país.
O Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, é muito conhecido globalmente por vários feitos e circunstâncias, nem sempre consensuais, sobretudo em termos ideológicos. Todavia, Lula da Silva tem o condão de ser o rosto de um dos mais revolucionários programas de transformação estrutural e social, em diapasão com os principais Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, para 2030, aqueles relacionados ao combate à fome e à pobreza.
A ética e a deontologia na Antiguidade sobretudo a partir do século V a.C na cultura do povo heleno, sempre ocuparam um papel central nas reflexões filosóficas, em virtude de possuírem na sua essência uma linha orientadora da conduta do homem em sociedade, capaz de despertar nele a consciência de cidadania, alteridade, responsabilidade e integridade na gestão da coisa pública em prol do bem comum.
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