O investigador e escritor Manuel Muanza foi o conferencista da primeira conferência do ciclo do mês de Setembro da série Conversas da Academia à Quinta-Feira, tendo dissertado sobre o “Estado da investigação sobre poesia e prosa de Agostinho Neto em Angola”.
A iniciativa da Academia Angolana de Letras, presenciada por investigadores de Angola, Bélgica, Brasil e Portugal, visou saudar o 101º aniversário do nascimento de Agostinho Neto, que se comemora no próximo dia 17.
Sob a moderação da escritora e crítica literária Inocência Mata, o conferencista da semana começou por falar do seu interesse pela obra de Agostinho Neto, afirmando que tem a ver com uma motivação pessoal. "Depois da Independência Nacional, recitávamos e debatíamos poesia de Agostinho Neto no município da Damba, sem a orientação de professores. Naquela altura, o preço do livro correspondia mais ou menos ao preço do pão. Esse exercício de discussão e leitura construiu em nós uma capacidade de explicar o texto literário sem muita dificuldade”.
Manuel Muanza lembrou que, quando iniciou a vida docente, foi sistematizando um modelo de leituras da obra de Agostinho Neto, direccionado para os seus estudantes. "Tenho estado a dirigir estudos sobre a prosa e poesia de Agostinho Neto, ensinando aos jovens estudantes que não devem cair no exagero, devem evitar citar por citar ou introduzir conceitos sem justa causa e sem lógica, bem como devem evitar publicar apenas para aparecer".
O conferencista chamou a atenção ao facto de, no seu entender, não haver preocupação, a nível dos mestrados ministrados em Angola, de se produzir conhecimento que contribua para o avanço da ciência e para o desenvolvimento do país.
Segundo o professor do ISCED de Luanda, há uma banalização dos mestrados e das poucas bolsas atribuídas. "Essas bolsas existem para os mestrandos e há simplesmente mestrandos que aproveitaram o subsídio de bolsa para casarem ou com outros fins. Há essas situações e não vejo responsabilização nenhuma da parte de quem financia as bolsas”.
Entretanto, e perspectivando uma indispensável dinamização da investigação universitária em Angola, Manuel Muanza destacou a necessidade de um maior investimento no capital humano.
"Por exemplo, a participação presencial de professores e investigadores angolanos em congressos internacionais para a partilha de conhecimento é sustentada essencialmente pelo próprio professor. Muito raramente há um apoio financeiro institucional. Cada um faz por si, infelizmente”, lamentou Manuel Muanza, para quem Agostinho Neto constitui o maior expoente da literatura angolana.
A próxima Conversa da Academia à Quinta-Feira está agendada para o dia 14 de Setembro, a partir das 19h00. Sob moderação da escritora Inocência Mata, o escritor e jornalista brasileiro Tom Farias falará sobre "Agostinho Neto e o Brasil”.
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