Como ponto de partida, vale referir que estamos perante um tema delicado, já que as causas da indisciplina ultrapassam o âmbito escolar, pedagógico, psicológico, psicanalítico e mesmo social, ou seja, estamos perante um fenómeno que não se pode estudar de forma isolada (Aquino, 2000).
Manifestações são actos realizados pelo povo de uma nação em defesa de uma causa, reivindicações políticas, crises económicas, como o caso da inclusão social. Pelos temas dos protestos há governos que não permitem admitir esse tipo de acção.
Manifestações sempre existiram mesmo na antiga Roma. Na modernidade industrial, podemos apontar, em 1886, 500.000 trabalhadores, no dia 1 de Maio, fazem uma grande manifestação que levou a uma greve geral nos USA.
Não passaram três anos, em 1891, o Congresso Operário Internacional, convocou em França uma manifestação anual, em homenagem às lutas sindicais de Chicago. O 1º de Maio foi sendo no Dia do Trabalhador com manifestações em todo o mundo, mesmo no salazarismo, em Portugal, não obstante a carga policial, o 1º de Maio realizava-se com a principal coragem da luta clandestina do Partido Comunista Português.
Graças ao primeiro de Maio os trabalhadores conseguiram as oito horas de trabalho e os heróis que tombaram passaram a ser os mártires de Chicago e a Segunda Internacional Socialista, ocorrida em Paris em Junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho no 1º de Maio de cada ano. O 1º de Maio representa um marco histórico da organização sindical na luta da classe trabalhadora mundial frente à exploração e à opressão promovida por patrões, governos e poder judicial.
O poeta Vladimir Miaskovski escreveu Meu Maio que eu aprendi a dizer de cor com meu saudoso amigo, Seiça Neves.
MEU MAIO
(Eis um extrato)
A todos
Que saíram às ruas
De corpo-máquina cansado
(…)
Eu sou operário
Este Maio é meu!
Eu sou camponês
Este é o meu mês.
(…)
Tudo isto vem a propósito que no governo de transição, aqui, o MPLA propôs a celebração popular do 1º de Maio. Era a primeira vez depois do jugo colonial. E o Conselho de Ministros votou contra sob a batuta do alto comissário, um hipocondríaco sempre a fumar e a desfalar, uma nota, chegou a Portugal e num nojento calhamaço atira-se a mim que havia estudado na União Soviética para preparar sublevações, o animal sabia que eu ainda não conhecia a URSS e que conheci primeiro Nova York que Moscovo, mas assim se fizeram livros difamatórios. Mas voltando ao assunto, saí disparado do conselho e fui directamente falar com Agostinho Neto. "Vá de imediato procurar o Alberto Van-Dúnem (O Beto) para ele organizar uma boa manifestação pacífica, fale também com o Resende das Comissões de Bairro.”
E foi um 1º de Maio que nunca vou esquecer. Disse o poema na Rádio e deu protestos no Conselho, falavam, falavam, e o MPLA nada. E o alto comissário para mim: "senhor ministro da informação, tem alguma coisa a dizer? Nada, estava a dormir.”
"Eu não admito! Não admite o quê? Onde é que está escrito que não se pode dormir? No 24 de Abril?”
O Saidy Mingas cutucava-me com o pé, eu tinha uma máquina de dar à corda e ela começava a gargalhar dentro da minha pasta, o Diógenes saía à gargalhada, não aguentava quase em convulsões.
Onde eu queria chegar é que depois da nossa independência foram feitos desfiles do 1º de Maio, sob a batuta da Unta e meu mestre Luvualo com quem aprendi a viajar em missões diplomáticas. Foram celebrações com muitas cores, bandeiras, dançarinas e dançarinos, grupos de trabalhadores, escritores, artistas plásticos, músicos, éramos "um só povo uma só nação.”
O 1º de Maio tem a sua génese na luta da "força de trabalho” explorada (a mais-valia) pelo capital. É uma contextualização que inclui as duas guerras mundiais, a União Soviética e a Longa Marcha de Mao Tse Tung. E três livros, O Manifesto Comunista, O Livro Vermelho de Mao Tse Tung e o Mein Kampf de Hitler.
A União Soviética foi quem mais apoiou os movimentos de libertação de África, aqui, por falta de espaço, não nos vamos deter em altos e baixos. Quando, já entre mil e um destroços causados pelo eixo (Hitler e seus aliados, incluindo o Japão e seu imperador), a América, com um exército diferente e menos litúrgico veio salvar a Europa, depois o desembarque na Normandia mas lá, no oriente, os aviões suicidas com os kamikaze atiravam-se para incendiar os grandes vasos de guerra americanos até que os americanos lançaram duas bombas atómicas. De Hiroxima, meu amor sabemos que o ministro das Relações Exteriores do Japão foi, de abas de grilo, calça de fantasia, colarinhos à bife e cartola, até um vaso de guerra americano apresentar formalmente a rendição.
A América fez o plano Marshal de quilápi para restaurar a Europa.
Depois e depois e depois, veio a globalização. No léxico saiu trabalho e capital. Ficou empregadores e empregados, patrões que ainda vão ganhar o céu por darem, de favor, emprego aos empregados e o 1º de Maio foi à vida…
Mas tem outras datas cerimoniais no calendário, o dia da mãe, o dia do pai, o dia mundial da paz, etc., e nós, não sei o que se passa, perdemos a alegria de sairmos à rua juntos para cantar como se a alegria fosse só o carnaval mascarado de sonhos. Porquê?
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