Política

Mais de mil profissionais garantem a eficácia dos serviços

Elautério Silipuleni | Ondjiva

Jornalista

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, afirmou sexta-feira, em Ondjiva, que o novo Hospital Geral do Cunene “General Simione Mucune” vai ser assegurado por 1.135 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos trabalhadores do regime geral.

03/08/2024  Última atualização 09H35
Sílvia Lutucuta assegurou que está a decorrer um processo ambicioso de especialização © Fotografia por: Contreiras Pipa | Edições Novembro
A governante, que falava durante o acto de inauguração do complexo hospitalar, afirmou que daquele número 104 são médicos, 522 enfermeiros, 347 técnicos de diagnóstico e terapêutica, 130 técnicos de apoio hospitalar e 32 do regime geral.

 Sílvia Lutucuta referiu, ainda, que o Hospital Geral do Cunene "General Simione Mucune” vai dar continuidade ao processo de especialização dos recursos humanos e melhorar o ambiente técnico e académico, para garantir um atendimento de alta qualidade.

 Baptizado "General Simione Mucune”, filho da terra, a unidade hospitalar vai prestar serviços de hemodiálise, psiquiatria, assim como dispõe de blocos operatórios, com capacidade para cirurgias invasivas, antes inexistentes na província. O complexo hospitalar dispõe, igualmente, de áreas de cuidados intensivos, desde o neonatal até aos serviços para adultos, com condições operatórias preparadas para receber casos de alta complexidade.

A ministra da Saúde salientou que, ao longo do último quinquénio, foram recrutados em todo o país 46.705 profissionais de saúde, com realce para médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico terapêutica, técnicos de apoio hospitalar, do regime geral e assistentes sociais, correspondendo a um incremento de 46 por cento da força de trabalho do sector.

Sílvia Lutucuta assegurou que está a decorrer um processo ambicioso de especialização de 38 mil profissionais de saúde, incluindo os da província do Cunene. De igual modo disse estar também em curso a especialização médica em Enfermagem, cujas formações vão permitir melhorar os principais indicadores de saúde materno-infantil e nutricional. "Importa reconhecer aqui os esforços do Executivo, entre 2017 e 2024, que passou a contar com 189 unidades sanitárias equipadas com novas tecnologias e ambiente acolhedor, o que proporciona a humanização dos serviços prestados aos doentes”, sublinhou.

Disse, igualmente, que 175 unidades sanitárias foram construídas no primeiro nível para garantir cada vez mais serviços de proximidade e reduzir as desigualdades de tratamento hospitalar.

A ministra da Saúde destacou, ainda, a presença no acto de inauguração do Hospital Geral do Cunene da equipa multidisciplinar namibiana, composta por 30 médicos e empresários de saúde, facto que disse demonstrar uma clara cooperação entre os dois países neste sector.

"Este hospital é de todos nós, vamos explorar juntos as suas potencialidades para prestar tratamento médico diferenciado à população na Região Sul de Angola, e nos países vizinhos, reduzindo em grande medida as evacuações para as unidades de nível central e para o exterior do país”, disse.

A província do Cunene tem sete hospitais municipais, 44 centros de saúde, um centro materno-infantil, 109 postos de saúde e, de acordo com a ministra, o que se pretende é expandir o processo para dar resposta às necessidades da população, pela particularidade de ser dispersa, de forma a garantir a todos o acesso a serviços de saúde de qualidade. A infra-estrutura hospitalar custou aos cofres do Estado mais de 52 milhões de euros e substitui o antigo edifício, destruído por um incêndio de grandes proporções em Outubro de 2020.

Sala de diálise equipada com alta tecnologia

A directora do Gabinete de Saúde do Cunene, Georgina Nunes, disse que o Centro de Hemodiálise, tem uma sala de diálise com capacidade para 12 camas e máquinas de alta tecnologia.

"Começamos a receber e atender doentes transferidos das províncias de Benguela e da Huíla, bem como da Namíbia. A unidade passará a atender os doentes com insuficiência renal crónica e aguda em três sessões de diálise por semana”, informou.

Georgina Nunes disse que é um grande ganho para a província, uma vez que os doentes eram obrigados a deixar as famílias e fixar-se noutros lugares do país para receber tratamento.

A insuficiência renal é um problema de saúde pública, cujo impacto é significativo na sociedade, por isso requer atenção do Estado, segundo a directora.

De acordo, ainda, com Georgina Nunes, outros doentes que foram obrigados a procurar esses serviços noutros pontos chegarão ao Cunene para receber o tratamento médico na unidade sanitária.

Satisfação pelos serviços 

Os pacientes João Baptista e Filipe Kanhanga elogiaram o Governo por oferecer os serviços de hemodiálise no Cunene e melhorar a assistência médica.

João Baptista, morador de Ondjiva, relata que, para realizar hemodiálise, era obrigado a deslocar-se à província da Huíla, para ser atendido no Hospital Central do Lubango.

Com a inauguração da unidade, os custos diminuíram. De 51 anos, lembrou, com tristeza, os sacrifícios que enfrentava para fazer o tratamento. "A falta de dinheiro para o táxi era o principal problema. Gastava muito com o transporte”, recordou.  

João Baptista mostrou-se agora mais alegre. "Fui obrigado a viver sete anos longe da minha família. Todo este sofrimento agora ficou para trás”, afirmou.  

Filipe Kanhanga, também se viu a regressar a casa com a entrada em funcionamento dos serviços de hemodialise no novo Hospital Geral do Cunene.

"Era muito constrangedor. Na casa do familiar, não tinha como exigir o que comer. Comia o que aparecia, mesmo sendo alimento proibido pelo médico. Tinha de escolher entre a fome e a proibição médica. Agora, tenho a vida facilitada, já posso receber assistência medica em casa”, lembrou.  

Filipe Kanhanga elogiou o Executivo pela aposta que está a fazer no sector da Saúde. "Só não vê as mudanças que estão a acontecer no sector da Saúde quem é cego”, destacou.  

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Sistema Nacional conta com 22 instituições públicas de hemodiálise devidamente equipadas com meios técnicos e recursos humanos qualificados para dar resposta à procura, e controla cerca de quatro mil doentes a nível nacional.

 

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