Capital do Planalto Central, que tem na hospitalidade um dos principais postais, é um grande pólo de desenvolvimento económico, apesar da devastação durante a guerra civil que assolou o país
A província do Cuanza-Sul está na lista dos grandes investimentos. Além de albergar uma das maiores fábricas de cimento, o Yeto, no município do Sumbe, a cidade do Porto-Amboim acolhe uma indústria metalomecânica, a PAENAL, responsável pelo fabrico da maior grua no continente africano, com capacidade de suportar 2.500 toneladas de peso.
A Administração Municipal do Lubalo investiu, no presente ano económico, dez milhões e 720 mil Kwanzas em acções de capacitação feminina, para a integração social e produtiva, no âmbito do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza ( PIDLCP).
Além
da formação, que teve a duração de 15 dias e culminou com a entrega de
certificados, as mulheres seleccionadas, entre desempregadas, vendedoras
ambulantes, quitandeiras e viúvas, receberam também kits dos respectivos cursos, para o exercício
da actividade.
Mulheres saúdam iniciativa
Ester Samuangala , 53 anos, vendedora de roupa usada e fuba de bombó, visivelmente satisfeita por beneficiar da formação em empreendedorismo, confessou ao Jornal de Angola que a iniciativa das autoridades faz jus ao lema "o mais importante é resolver os problemas do povo”, promovido pelo primeiro Presidente da Angola independente, António Agostinho Neto.
Falando em língua Cokwe, Ester Samuangala reconheceu que em pleno mês do Herói Nacional, "o Governo rende, assim, homenagem ao Guia Imortal ", disse, enaltecendo o facto de o apoio estar inserido nas acções de combate à pobreza.
A formanda garantiu estar, agora, habilitada com conhecimentos que vão permitir desenvolver a sua actividade comercial com novos procedimentos, desde a elaboração do projecto, investimento, poupança e ampliação do negócio.
"Antes fazia o negócio sem conhecimentos. Desperdiçava dinheiro. Agora sei como preparar, poupar e investir para o crescimento do meu negócio. Aprendi também que posso até empregar uma ou duas pessoas”, disse.
A interlocutora acrescentou que com o capital que tem actualmente, aliado aos conhecimentos que adquiriu, vai expandir o negócio até à comuna do Muvuluege e posteriormente para o Luangue.
Encorajou as autoridades a prosseguirem com iniciativas semelhantes em outras localidades do município, a julgar pelo índice de pobreza e vulnerabilidade que as populações locais atravessam.
Recentemente, o FAS-Instituto de Desenvolvimento Local na Lunda-Norte apresentou, no Lubalo, o Programa de Fortalecimento da Protecção Social, vulgo " Kwenda”.
"Certamente
que eu não sou uma das beneficiárias no Kwenda. A população aqui é pobre e
desempregada. Não devemos apenas pensar em nós. Temos de estar unidos e ajudar
os outros . Todos juntos podemos construir o Lubalo. Foi com muita satisfação
que soube que o Kwenda já chegou ao nosso município. Peço à Administração para depois formar as pessoas
que vão receber o dinheiro do Kwenda, para futuramente investirem em pequenos
negócios” , apelou.
Melhorar o negócio
Augusta Jacinta, 24 anos, vendedora ambulante de peixe fresco, disse que foi com muita satisfação que concluiu a formação em empreendedorismo. A iniciativa das autoridades, acrescentou, é louvável, tendo em conta que os conhecimentos vão servir para melhorar o negócio.
Reconheceu que os formadores estavam à altura das expectativas dos participantes, pois souberam transmitir a experiência do exercício da actividade comercial.
"O Lubalo e as suas populações ainda enfrentam muitas dificuldades. Há muita pobreza aqui, mas esta formação mostra que o Governo tem vontade de melhorar a vida das populações. Os professores nos disseram como devemos fazer o comércio. Antes eu fazia à toa as coisas, mas agora estou bem preparada”, afirmou.
Conta que percorre longas distâncias para comprar o peixe fresco, na cidade de Saurimo, vizinha província da Lunda-Sul, passando pela comuna do Xinge, município de Capenda-Camulemba (Lunda-Norte) até à Estrada Nacional 230. Da sede municipal do Lubalo até ao Xinge, através da Estrada Nacional 170, percorre 93 quilómetros, cuja viagem é feita com enormes dificuldades, devido ao estado de degradação da via.
Augusta Jacinta apela às autoridades a fazerem uma intervenção urgente na via, pelo menos com obras paliativas, enquanto se aguarda pela disponibilidade financeira para a asfaltagem.
Referiu que a Estrada Nacional 170, que estabelece a ligação entre a comuna do Camaxilo, município do Caungula, e sede do Lubalo e a localidade de Xinge, no município de Capenda-Camulemba, é uma importante via para o crescimento e desenvolvimento regional na Lunda-Norte.
As obras na Estrada Nacional 170 estão paralisadas desde 2015, facto que preocupa a população do município, disse , sublinhando que "o Lubalo está a ficar cada vez mais isolado do resto da província”.
Administrador municipal do Lubalo, Silvestre Cheleca, está optimista
Ponto
de partida
O administrador municipal do Lubalo, Silvestre Cheleca, reconhece que a população residente na localidade enfrenta inúmeras dificuldades, mas acredita que a implementação do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza pode ser o ponto de partida para a resolução dos problemas.
Formado em Engenharia de Minas, Silvestre Cheleca interrompeu a sua carreira de docência na Escola Pedagógica do Dundo, Universidade Lueji A’Nkonde, para assumir os destinos do Lubalo, depois de ter assumido as mesmas funções no Cambulo.
Além da capacitação, o administrador destacou a entrega de kits, considerando que isso vai permitir as mulheres desenvolverem os seus próprios negócios, promovendo o auto-emprego e o aumento da renda familiar.
Silvestre Cheleca sublinhou que os beneficiários estão inseridos na estratégia de inclusão social das famílias vulneráveis, que visa incentivar a realização de actividades geradoras de rendimento, tendo sido investidos dez milhões e 720 mil kwanzas.
Hortas comunitárias
O administrador municipal do Lubalo, Silvestre Cheleca, anunciou que está prevista, para este mês, outra acção formativa destinada a 40 mulheres, para serem integradas no projecto de criação de hortas comunitárias.
A iniciativa está incluída no mesmo pacote do investimento que, a par da formação, contempla a distribuição de kits de produção e instrumentos de lavoura, desde sementes, enxadas, limas, catanas e outros meios.
Segundo o administrador, só para a materialização da acção formativa vão ser aplicados 2.300.000,00 kwanzas (dois milhões e trezentos mil kwanzas). Pretende-se, com a iniciativa, reforçar a segurança alimentar e nutricional das famílias, incentivar o auto-emprego, mediante a produção de hortaliças, como tomate, repolho, couve, cenoura e pepino.
Único município sem estrada asfaltada
Com uma extensão de 12.686 quilómetros quadrados e uma densidade populacional estimada em 20 mil habitantes, o Lubalo é um município essencialmente rural, que dista a mais de 400 quilómetros da cidade do Dundo, capital da Lunda-Norte.
O município, cuja população vive maioritariamente da actividade agrícola, criação do gado e pesca artesanal, dispõe de terras férteis e propícias para o desenvolvimento da agricultura em grande escala. À semelhança de outros municípios da Lunda-Norte, a localidade possui uma extensa bacia hidrográfica.
Rios como o Cuilo, Luangue, Lubalo, Lulu, Fotongo e Massai facilitam a irrigação das plantações. Desde a era colonial que a localidade se destaca na produção de frutas, como laranja, tangerina e limão, incluindo abacate, mas o índice de pobreza e vulnerabilidade constitui o principal desafio que as autoridades querem ver resolvido.
Além das populações locais estarem "mergulhadas num mar de dificuldades”, fruto da extrema pobreza, Lubalo, localizado no Centro da Lunda-Norte, é o único dos dez municípios da província que não está ligado por estrada asfaltada com as outras circunscrições. A Estrada Nacional 170 aguarda, há oito anos, por financiamento para o início das obras de asfaltagem, num percurso de 208 quilómetros.
A via está em estado avançado de degradação. A par dos embaraços relacionados com o abastecimento de bens de consumo, devido à ausência de serviços de transportes públicos intermunicipais padronizados, os habitantes sentem a falta do intercâmbio social, cultural e desportivo com as localidades vizinhas.
Incentivo para pequenos empreendedores
Margarida Kauca, de 24 anos, que escolheu os cursos de culinária, pastelaria e decoração, admitiu que a formação constitui um excelente incentivo para o surgimento de pequenos empreendedores no Lubalo.
A também estudante do 3º ano de Direito na Universidade Lueji A’Nkonde, no Dundo, capital da Lunda-Norte, enalteceu o projecto da Administração Municipal do Lubalo, que juntou 70 mulheres locais e capacitou-as com várias habilidades para realizarem melhor as actividades.
Margarida Kauca já projecta a criação de uma Associação de Mulheres Empreendedoras do Lubalo, uma vez que, por via da formação ministrada, foram criadas as bases para o surgimento de tal organização.
Domingas Samundo, outra beneficiária do curso de culinária, pastelaria e decoração, referiu que o surgimento de uma Associação de Mulheres Empreendedoras no município vai estimular a integração social de senhoras para ofícios que contribuem na redução da pobreza.
Estudante de 11ª classe, 30 anos, Domingas Samundo encoraja as autoridades a darem oportunidades de formação às mulheres do município, incluindo o reforço das acções de alfabetização.
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