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Mais de 400 salas de aula estão a ser construídas em Benguela

Arão Martins e Maximiano Filipe| Benguela

Jornalistas

A província de Benguela vai contar, no próximo ano lectivo, com mais de 400 salas de aula, para acolher acima de 30 mil alunos, segundo o governador provincial.

14/09/2023  Última atualização 10H35
Governo Provincial de Benguela está apostado em melhorar as condições dos alunos que frequentam aulas debaixo de árvores e em locais impróprios © Fotografia por: Arão Martins | Edições Novembro

Luís Nunes, que fez o anúncio à margem do II Fórum de Auscultação à Juventude, decorrido sexta-feira, explicou que a construção de mais salas de aula em todos os municípios visa inserir as crianças que se encontram fora do sistema de ensino e melhorar as condições de alunos que frequentam aulas em locais impróprios.

 "As dificuldades de ter crianças a estudar em condições difíceis e outras fora do sistema de ensino não são apenas dos municípios do interior da província ou de zonas longínquas. O cenário é abrangente, inclusive, na sede da província (Benguela)”.

Segundo o governador, a província de Benguela tem um passivo "muito grande” no sector da Educação, por isso, além da construção, está, igualmente, em curso um programa de recuperação de escolas degradadas.

"A nível da nossa província temos mais de 300 mil crianças a terem aulas em lugares impróprios, muitas vezes por baixo de árvores”, explicou, assegurando que estão a ser concluídas as escolas cujas obras estiveram paradas há mais de cinco anos.

O governador de Benguela deu a conhecer que a província tem cerca de 150 mil crianças fora do sistema de ensino, daí a aposta na reabilitação e construção de escolas.

Assegurou que, nos próximos dias, vão ser inauguradas mais duas escolas, com 20 salas de aula cada, nos municípios da Catumbela e Bocoio.

Luís Nunes informou que a província tem um programa ambicioso no sector da Educação, tendo esclarecido que, além das mais de 400 salas a serem construídas, que irão beneficiar acima de 30 mil alunos, foi gizado um programa que visa construir, no quinquénio 2022/2027, mais de três mil salas de aula, para beneficiar acima de 230 mil crianças.

"Estamos a aumentar o número de salas de aula todos os dias. Além de colmatar o passivo existente, vamos continuar a construir mais escolas. Estou certo que vamos minimizar esse problema, por ser uma preocupação permanente nossa”, assegurou.

Segundo Luís Nunes, o sector da Educação tem beneficiado entre 30 a 35 por cento do orçamento, insufientes tendo em conta as dificuldades existentes em Benguela. "O volume é ínfimo, mas tem-se feito o possível para mudar o actual quadro”.

O governador provincial de Benguela adiantou que as autoridades competentes estão empenhadas para que, em 2024, as coisas tenham outro andamento a nível de acções concretas, acrescentando que, para este ano, a província tinha muitas acções inscritas, mas, devido a dificuldades financeiras, os projectos estão atrasados”.

O governador de Benguela assegurou que os clubes recreativos em todos os municípios vão ser reabilitados. "Esse é um compromisso que assumimos perante a juventude, durante a campanha”, sublinhou, tendo prometido, também, a criação de um ambiente para cativar investimentos privados, tanto nacional, como estrangeiro, visando o aumento de postos de trabalho.

De acordo com Luís Nunes, não é o Estado que tem que dar a maior fatia de emprego, mas sim, complementar os criados pelo sector privado. 

Ao responder às preocupações da juventude, Luís Nunes reassumiu o compromisso de o Govervo continuar a trabalhar para proporcionar bem-estar à juventude, em particular, e à população, em geral.


Material didáctico 
Mais de 20 alunos do ensino primário ao ensino secundário do II ciclo, com necessidades especiais, que vivem em bairros periféricos de Benguela, beneficiaram, domingo, de material didáctico. A doação foi feita pela Liga de Apoio à Integração dos Deficientes (LARDEF), no quadro do projecto denominado "Mudança”.

A assistente de programas da LARDEF, Luzia de Freitas, fez saber que, para a efectivação da iniciativa, contou-se com o apoio da União Europeia (EU).

O donativo, acrescentou, visa minimizar os elevados custos financeiros na compra de material escolar, dando-se prioridade a pessoas em situação de vulnerabilidade, no âmbito do presente ano lectivo (2023/2024). 

Luzia Freitas informou que os beneficiários têm idades compreendidas entre oito e 25 anos e que a entrega do material escolar foi feita mediante a classe que cada aluno frequenta. 

Do donativo constam batas, mochilas, cadernos, lápis, esferográficas, borrachas, afia lápis, entre outro material escolar.

Os alunos maiores de 12 anos receberam, também, manuais instrutivos em conformidade à classe que cada um frequenta, de prevenção de doenças, com realce à malária, bem como sobre autarquias locais.

A acção, acrescentou, tem como objectivo garantir melhores condições didáctico-pedagógicas aos alunos com deficiência.

Os beneficiários, explicou, são alunos inseridos no sistema normal de ensino, desde o ensino primário ao médio, em diversos bairros das zonas A, B, C, D, E e F, Seta Nova, 4 de Abril, Damba Maria, 11 de Novembro, Agostinho Neto, Calomanga, Graça, bairro 27, Lixeira, Asseque, Fronteira, Cassoco, entre outros.

A assistente do programa disse que o preço do material didáctico, sobretudo no mercado informal, está muito além das possibilidades e capacidades financeiras de muitos encarregados de educação.

O acto de entrega dos bens escolares teve lugar no recinto da sede provincial da LARDEF, no centro da cidade de Benguela, e foi testemunhado por membros do Governo Provincial, representantes das administrações de zonas, organizações da sociedade civil, familiares, entidades religiosas, entre outros convidados.

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