O embaixador português em Luanda considera que a relação Portugal-Angola é hoje pautada pela “maturidade”, depois de ultrapassados os “irritantes” e com a passagem do tempo a amenizar a “turbulência” recente entre os dois países.
A Embaixada de Angola em Pretória juntou-se ao grupo de diplomatas da Comunidade de Desenvolvimento da África (SADC) na cerimónia de entrega de donativos às vítimas das inundações que assolaram a província do KwaZulu-Natal, em Abril e Maio do ano passado.
Pelo menos 42.1 quilómetros de vias secundárias e terciárias do Sequele, Kicolo, Mulenvos de Baixo e distrito sede do município de Cacuaco, em Luanda, já foram totalmente asfaltadas, no âmbito das acções do Plano Integrado de Intervenção nos Municipios (PIIM).
Os 42.1 quilómetros de estradas asfaltadas compreendem as vias da Barra do Bengo/bairro da Conduta até à zona dos Pescadores, com 7.2 quilómetros, e a via Wadadame/IBA ao Centro Médico do Kicolo e Travessas, com 9.5 quilómetros.
As obras abrangem, ainda, o troço da via do Mercado do Kicolo/PT/Cerâmica até ao Puniv do bairro Paraíso, com 8.4 quilómetros, e entre Cerâmica/Soescape/EcoCampo até ao Hospital Municipal, com 9.3 quilómetros, e o troço da Metodista até à Via Expressa, com 7.7 quilómetros.
Na semana passada, o governador de Luanda, Manuel Homem, tinha efectuado uma visita de constatação às obras levadas a cabo no âmbito do PIIM, em Cacuaco, tendo-se mostrado satisfeito com a execução das mesmas.
Na ocasião, Manuel Homem considerou que o trabalho de asfaltagem de vias secundárias e terciárias constitui um ganho para o município, devendo servir de exemplo para as demais regiões de Luanda.
"Agrada-nos poder constatar que todas as obras, tanto a construção de hospitais, centros médicos, escolas e vias de comunicação, no quadro do PIIM, estão muito bem avançadas”, realçou o governador.
Na referida visita, Manuel Homem constatou que o município, ao longo dos últimos meses, tem estado a implementar muitas obras do PIIM e do Programa Especial com recursos próprios, que estão a dar outra imagem a Cacuaco.
Reconheceu que o município tinha constrangimentos a nível de procedimentos para a disponibilização dos recursos financeiros, mas é uma situação já ultrapassada, o que está a permitir uma aceleração dos projectos em curso.
A título de exemplo, o governador disse que o município tinha uma infra-estrutura hospitalar, que estava paralisada desde 2014, mas, com o desbloqueamento dos constrangimentos financeiros, nos últimos dias, as obras retomaram.
Além da retoma das obras do hospital, disse existirem, também, várias outras iniciativas que estão em curso como a abertura e asfaltagem de novas vias secundárias ligadas ao Programa Especial, que devem arrancar nos próximos dias.
Segurança e iluminação pública
Durante o encontro de auscultação pública, o governante apontou a segurança e a iluminação públicas como principais dificuldades constatadas em Cacuaco.
Neste quesito, avançou que o Governo vai continuar a trabalhar com o Comando Provincial da Polícia Nacional e com os vários projectos de iluminação aprovados para o município, no sentido de encontrar soluções urgentes que visam dar respostas às questões relacionadas com a segurança pública.
Anunciou que as autoridades estão a projectar a construção de novas esquadras, que vão permitir à Polícia Nacional estar cada vez mais próxima do cidadão e, com isso, resolver a problemática da segurança pública.
Quanto ao problema da água potável, disse que foram já aprovados dois grandes projectos de captação, que vão levar a água ao município de Cacuaco.
Embaixador da Rússia manifestou satisfação e garantiu a cooperação na manutenção do satélite
O embaixador da Rússia em Angola, Vladimir Tararov, manifestou-se satisfeito pela conclusão da primeira etapa do Angosat-2, que culminou com a assinatura do Protocolo de Aceitação das duas partes.
No final do encontro, que reuniu engenheiros angolanos e russos, o diplomata disse que foi concluída uma fase bastante séria e de enorme responsabilidade de um projecto espacial, fazendo menção que "com isto estamos felizes, porque entregamos o satélite ao dono”.
"Agora, este Satélite tem um único proprietário, que é o Governo angolano”, afirmou. "É muito importante, porque vai oferecer inúmeras vantagens, não apenas para a economia e o comércio, mas, sobretudo, vai melhorar a qualidade de comunicação das pessoas mais simples, que vivem em zonas recônditas.
O embaixador russo disse que o Angolsat-2 vai melhorar os serviços de saúde, consultas médicas, cirurgias, acesso às telecomunicações e à internet de alta velocidade.
No que toca à manutenção do satélite, Vladimir Tararov garantiu que a Rússia vai continuar a apoiar Angola na área de manutenção de todos os componentes do satélite.
O embaixador garantiu que a Rússia vai continuar ajudar Angola com a manutenção de todos componentes, em particular nas questões terrestres. "Esse satélite possui grandes capacidades que ainda não foram exploradas até ao fim”, disse.
"Estamos prontos para ampliar a cooperação em várias áreas, incluindo a terrestre, que pode garantir o acesso e as capacidades adicionais do Angosat-2”, frisou Tararov.
Benefícios do Angosat-2
Por seu turno, a diretora adjunta do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), Vangilya Pereira, disse que o satélite vai influenciar no preço dos saldos, criando uma série de "vantagens que vão se reflectir de forma directa e indirecta no bolso do cidadão”.
Em resposta às intervenções dos participantes, a engenheira esclareceu que não será uma influência directa nos terminais telefónicos dos cidadãos, devendo, antes, passar pelas operadoras. Depois disto, prosseguiu, vão se criar políticas para a redução dos custos.
Uma das vantagens, indicou, é que as operadoras vão efectuar os pagamentos em moeda nacional, o que considera uma das grandes vantagens do Angosat-2. "Os operadores terão a possibilidade de pagar os seus impostos e serviços em kwanza, ao contrário do que tem sido feito até agora, em que as operações incluem moeda estrangeira”, frisou.
Período de Manutenção
Por seu turno, o director do Centro de Controlo e Missão da Funda, Amaro João, disse que o satélite tem um tempo de vida útil não inferior a 15 anos. "Quando o Angosat-2 foi lançado, saiu da terra com uma determinada carga de combustível, que deve assegurar a manutenção do ponto de trabalho ou em órbita, por um período não inferior a 15 anos”, explicou.
O facto de estar no espaço, disse, o satélite está sujeito à força de outros elementos, como as radiações. Esses dois factores, continuou, contribuem bastante para aquilo que é o tempo de vida do equipamento que reveste o satélite e, consequentemente, determina o tempo de vida útil.
"Quando chegar o tempo de vida útil, mesmo que já não tenha combustível suficiente para o manter na posição ou no ponto de trabalho nominal, a fim de se evitar colisões, com outros satélites ou encobrir zonas para o qual não foi desenhado, reserva-se uma quantidade de combustível, devidamente definida com base na sua delimitação”, pontualizou, adiantando que essa quantidade de combustível será usado para a última manobra do Angosat-2, que é a de tira-lo da órbita geoestacionária e coloca-lo numa órbita superior a geoestacionária.
A distância entre a órbita geoestacionária de onde se encontra actualmente, e onde será colocado, é de 200 a 300 quilómetros, explicou o director do Centro de Controlo e Missão da Funda, Amaro João.
Programa de Observação da Terra
O ministro Mário Oliveira realçou, também, que o GGPN está a desenvolver o Programa de Observação da terra, com o apoio de alguns parceiros internacionais. Através deste programa, acrescentou, o país tem ferramentas com capacidade para gerir a exploração marítima, a administração da terra, na concepção de infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias e outras.
"Neste momento, temos plataformas que permitem gerir recursos naturais dos mais variados que podemos ter, desde a indústria mineira, petróleo e fazer o controlo do derrames”, precisou. "Hoje, através do Programa de Observação da Terra, o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional está em condições de fornecer esses serviços à economia nacional”.
A agricultura, por exemplo, salientou, é um dos aspectos importantes, que deverá contribuir muito para a diversificação da economia, assim como para o ambiente. Referiu, a propósito, que, hoje, mais do que nunca, fala-se sobre o ambiente e o seu mau uso tem se verificado um pouco por todo o mundo. Nisto, o GGPN está em condições de apresentar ao país e a economia nacional, a plataforma que permite gerir a questão do ambiente.
A abordagem ambiental, acentuou, inclui os desastres ambientais e a seca. Através do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional, o Executivo tem trabalhado com os parceiros internacionais na concepção de plataformas que permitem, entre outras, gerir a seca no Sul do país.
O Programa Espacial Nacional foi desenhado para servir a economia, os angolanos e para promover seu o bem-estar.
Quadros qualificados
Hoje o país orgulha-se de ter dentro do Programa Espacial Nacional técnicos qualificados e certificados, com capacidade para trabalhar em qualquer Agência Espacial do mundo.
"É um facto que deve orgulhar a todos. Porque há dez anos, quando começamos esse projecto, não tínhamos essa capacidade. Esse programa baseia-se nos objectivos a longo prazo”, disse. Acrescentou que o mesmo está orientado no quadro da Agenda 2030 das Nações Unidas, tendo uma componente muito forte naquilo que é a utilização do espaço para fins pacíficos.
A Agenda 2030 das Nações Unidas, lembrou, apresenta no seus paradigmas, um aspecto muito importante que tem a ver com o investimento na utilização do espaço para o desenvolvimento da humanidade.
A meta final com o Angosat-2, pontualizou, é o desenvolvimento do país nas suas mais variadas vertentes, espelhadas naquilo que são os principais eixos e objectivos, a longo e médio prazo do Plano de Desenvolvimento Nacional.
Homenagem aos engenheiros
O ministro aproveitou a ocasião para homenagear os engenheiros e a equipa técnica envolvida no processo, pelos sacrifícios consentidos. "A equipa que esteve sempre sob liderança do director da GGPN, engenheiro João Zolana, a directora adjunta do Centro da Funda.
"Esses são os nossos bravos guerreiros, que de dia e noite, sábados, domingos e feriados, com sol ou chuva, assim como no inverno rigoroso da Rússia e do Cazaquistão, nunca baixaram a cabeça. Com a sua dedicação, conseguimos estar aqui e assinar a recepção do Angosat -2”, concluiu o ministro Mário Oliveira.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginO ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, cumpriu, entre os dias 25 e 28 do mês um curso, na República da Sérvia, uma visita de trabalho enquadrada no reforço da cooperação militar partilhada pelos dois países.
A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, reiterou, sábado, em Luanda, o compromisso do partido na criação de políticas para a melhoria das condições de vida dos angolanos, assim como realizar os seus anseios e aspirações.
A Chancelaria de Defesa da Missão Permanente de Angola junto da ONU em Nova Iorque, representou o país na reunião do Grupo Técnico dos Meios Pertencentes aos Contingentes-COEWG 2023, que decorreu na sede da ONU, de 16 a 27 de Janeiro.
O embaixador português em Luanda considera que a relação Portugal-Angola é hoje pautada pela “maturidade”, depois de ultrapassados os “irritantes” e com a passagem do tempo a amenizar a “turbulência” recente entre os dois países.
Um cidadão de 33 anos de idade, que se fazia passar por efectivo do Serviço de Investigação Criminal (SIC), para difamar e caluniar, com falsas declarações os agentes, vai ser apresentado a público, esta segunda-feira, em Luanda.
Mil e 747 empresas, entre sociedades, individuais e cooperativas, foram constituídas pelo Guiché Único de Empresa (GUE), em Malanje, durante o ano de 2022, no âmbito das políticas de investimentos e de empreendedorismo em curso no país.
O Índice de Preços Grossista (IPG) registou uma variação mensal, no período de Novembro a Dezembro de 2022, de 1,19 por cento, sendo 0,03 ponto percentual superior à registada no período anterior e 1,07 pontos percentuais inferior em relação à registada no mesmo mês do ano de 2021.
O director-geral do Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão (SIAC) anunciou, domingo, em Luanda, que a actividade clandestina, prestada por intermediários, que aliciam cidadãos com a garantia de atendimento mais célere à porta das unidades dos postos da instituição, têm os dias contados.