Economia

Maioria dos projectos mineiros está paralisado no Bengo

Alfredo Ferreira| Caxito

Jornalista

O vice-governador para o sector Técnico e Infra-estruturas do Bengo, Edson Cruz, disse, quarta-feira, em Caxito, que, desde 2022, estão cadastradas na província um total de 38 empresas de exploração minerais, das quais apenas 19 se encontram em pleno funcionamento.

23/03/2023  Última atualização 08H30
© Fotografia por: Edições Novembro

Acrescentou que, em 2022, se produziu um volume de 837.086 metros cúbicos de minerais que permitiu a arrecadação de um total de 72.609 milhões de kwanzas.

Referiu também que, considerando a actividade socioeconómica da província do Bengo ser, essencialmente, agrícola, o Governo local vê com excelentes perspectivas a exploração de rochas calcárias para a correcção dos solos agricultáveis.

Edson Cruz lembrou que, em 2001, a província do Bengo contava com um total de 283 empresas com direito de exploração mineiras e deste número 83 estavam em funcionamento pleno empregando 1.250 trabalhadores.

Exploração mineral

Setenta e cinco por cento dos 22 projectos outorgados à província do Bengo para a exploração de minerais estão paralisados e os restantes 25 por cento funcionam com alguma irregularidade, informou, ontem, em Caxito, o director do Gabinete de Supervisão do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.

Jacinto Cortez, que falava durante um seminário sobre "Preceitos de Expediente Administrativo para Outorga de Direitos Minerais”, na sala de reuniões da Caixa Social das Forças Armadas, adiantou que esta situação preocupa não só o Ministério de tutela, mas também o Governo do Bengo.

Jacinto Cortez é de opinião que esta situação pode ser corrigida com a responsabilização das empresas beneficiárias da adjudicação dos títulos mineiros por terem assumido o compromisso com as autoridades locais de reunirem os requisitos necessários para o exercício desta actividade.

Informou, que todos os 22 projectos outorgados estão localizados nos municípios do Dande, Ambriz e Nambuangongo.

"Visitamos algumas zonas, onde foram estabelecidos os referidos projectos e a situação é bastante preocupante. Muitas zonas estão sem pessoal e outras foram simplesmente vandalizadas. Logo, a situação torna-se muito preocupante para as autoridades”, disse.

A outra preocupação manifestada tem a ver com que os poucos projectos em execução, na sua maior parte não respeitam na plenitude os preceitos legais estabelecidos, sobre tudo o código mineiro, acrescentando que ainda existem problemas sérios em termos ambientais e que devem ser corrigidos com a urgência.

"Esta é uma situação preocupante, que exige do órgão local a tomada de medidas correctivas com a urgência que se impõe na perspectiva dar uma nova lufada de ar fresco a este sector”, disse.

Referiu que o sector minério, e na província do Bengo em particular, se funcionar poderá trazer desenvolvimento, criando mais postos de trabalho e, de uma forma geral, sair da letargia em que se encontra.

Jacinto Cortez disse ainda que existem evidências de acções de vandalismo no projecto aurífero da TIANDAI MINING, em Nambuagongo, paralisado em consequência da Covid-19, notando-se o saque dos equipamentos devido ao estado de abandono a que foi votado o projecto pelo operador.

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