Opinião

Mãe é forma do verbo amar no infinito

Edna Cauxeiro

Era feriado de Páscoa. Uma sexta-feira santa. Gestante de primeira viagem e cheia de dúvidas, liguei, no dia anterior, para uma prima que me confirmou o que já desconfiava: pelos sinais, finalmente teria nos braços a criança que, mais tarde, me transformaria em mãe zelosa.

19/03/2023  Última atualização 07H15

Chegara, para mim, ao fim, uma gestação muito sofrida, recheada de incómodos e mal-estar, que me impossibilitara de exercer qualquer actividade laboral ou doméstica.

Vênus Makiesse veio ao mundo às 13h00 do dia 6 de Abril de 2012. Quase onze anos depois, a primogénita do trio de filhotes lindos que Deus me emprestou para amar e cuidar continua linda, tranquila e carinhosa. Uma bênção!

Conservou, de igual modo, a primeira particularidade que notei no primeiro dia em que a carreguei nos braços: ela olha, constante e fixamente para mim. Perdi, por isso mesmo, a conta do número de vezes em que flagrei a minha filha a olhar para mim, com um misto de admiração e carinho. E nem preciso de escrever o quanto isso me deixa feliz. 

 "O que foi, Vênus? O que tanto olhas, para mim?”, pergunto, frequentemente. Ela sempre sorri, ocultando a resposta.

No dia em que nasceu, de parto natural, na Maternidade Lucrécia Paim, já em casa, depois da alta médica, num horário que convidava a noite a dar lugar à madrugada, fiquei estupefacta ao deparar-me com o olhar fixo daquele botão de gente, que me mostrou o que era, na realidade, o amor, na sua plenitude.

Cresci a ouvir que as crianças não conseguem enxergar nos primeiros dias de vida. Ledo engano! A minha filha seguiu, com o olhar, todos os movimentos que fiz com o indicador direito diante dos seus olhinhos idênticos aos da mãe e do avô paterno.

Completamente derretida por tamanha beleza, accionei o lado bobo que invade o ser de toda a mãe normal, ao receber a bênção de um filho e perguntei, mesmo sabendo que não obteria, da parte dela, alguma resposta: "afinal és tu que estavas na minha barriga? Bem-vinda, minha princesa”, disse-lhe, encostando o seu corpo pequenino e frágil ao meu peito e uma bochecha macia ao meu rosto.

 "Obrigada, Senhor, por me abençoar mais do que eu mereço”. Agradeci ao Dono e Senhor da minha vida, a quem peço diariamente que ela continue a crescer com saúde, inteligência e as demais habilidades e qualidades que herdou do Altíssimo.

"Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão.

4 Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.” Salmos 127:3-5

Vênus Makiesse, obrigada por me teres ensinado a ser mãe.

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