Ana Cangombe nasceu na província do Bié, no mês de Novembro de 1973, com a pele morena, lisa e sem manchas. O tempo passou, e à medida que crescia, tornava-se cada vez mais atraente, dona de traços finos e de um corpo esbelto.
Tanto Agostinho Neto como Mahatma Gandhi nunca agradeceram pelos então chamados “benefícios da administração colonial”, que os colonizadores não se cansavam de mencionar. Ambos tinham como principal objectivo, respectivamente, ver todos os angolanos e indianos serem tratados de forma igual
O 25 de Abril de 1974, quinta-feira, apanhou de surpresa as sociedades branca e negra de Luanda e também o presidente do MPLA, Agostinho Neto, que se encontrava em Otawa, no Canadá. Como a informação era precária e prevalecia a comunicação social alinhada com a ideologia colonial, o boca-a-boca, que fez escola desde o levantamento do 4 de Fevereiro de 1961, instalou-se.
Agostinho Neto mostrou-se
curioso e desconfiado e no dia seguinte envia um telegrama para Brazzaville,
para Lúcio Lara, a solicitar informações mais precisas, e a 27 o Comité
Director do MPLA informa publicamente sobre os acontecimentos em Lisboa, na
sequência da publicação de um panfleto do Partido Comunista Português. No dia
30 de Abril, é conhecido em Luanda um Manifesto da Comissão Cívica Democrática
de apoio à Junta de Salvação Nacional portuguesa, subscrito por Albertino
Almeida, Alfredo Bobela-Mota, Eduardo Saraiva, Maria do Carmo Medina, Mário
Sousa Dias, Zeferino Cruz e Eugénio Ferreira. E no dia 1 de Maio, a partir de
Lusaka, capital da Zâmbia, onde o MPLA tinha uma das suas sedes, o Comité
Director do MPLA toma posição, publicando "A propósito da tomada do poder
em Portugal por uma Junta Militar."
Quanto a Holden Roberto,
presidente da FNLA, só falaria através dos microfones da rádio Angola Livre, a
partir de Kinshasa, no dia 3 de Maio, mas não se refere aos presos do MPLA que
conservava na base de Kinkuzu e que o MPLA denunciou dias antes.
Desta vez não eram os
"terroristas" de há 13 anos, eram militares portugueses na
"Metrópole". A população de Luanda, segundo o censo de 1960, era
constituída por 224.540 pessoas, das quais cerca de 70% eram africanos, 24,7%
brancos e 6,1% "euro-africanos", e em 1974 não seriam muitos mais. Os
estratos não eram homogéneos, na comunidade branca também existiam classes
sociais, com pessoas muito ricas e pessoas pobres, mas constituía uma zona de
autodefesa para preservação do que "não podia nem devia" ser tocado,
o "poder branco".
As notícias chegavam pelas
ondas curtas de 11 e 13 metros da Emissora Nacional de Lisboa e, muito a custo,
por chamadas telefónicas que nesse tempo não eram directas, sendo necessário
marcar hora nos CTT.
Havia medo e estupefacção
nas ruas. Nos bairros africanos, onde não chegava a informação excepto pela
rádio oficial, imperava a desconfiança, vinham à mente de muita gente,
recordações antigas, prisões, mortes, incêndios.
De Lisboa, chegavam
"mujimbos", um "movimento de capitães" apeara Marcello
caetano e punha fim à ditadura de dezenas de anos, falava-se de Spínola, a quem
muitos colonos agora chamavam "traidor", de Otelo Saraiva de Carvalho
que tinha parentes em Luanda, e pouco mais.
Os movimentos de libertação
nacional, esses, pareciam ser entidades longínquas, estavam fora do país, mas
havia colonos que receavam um novo 4 de Fevereiro ou um novo 15 de Março. O
ambiente era de expectativa em todas as comunidades e entre os "pequenos
colonos", os mais pobres, os que teriam mais a perder se houvesse uma
alteração do poder.
Enquanto em Lisboa o
processo decorria sem retorno, em Luanda começam espontaneamente formas de
organização informal de pequenos colonos que diziam em surdina não tolerar a
entrega de Angola aos terroristas por traidores de Lisboa.
Nos campos de prisioneiros
de Angola e do Tarrafal (Ilha de Santiago) em Cabo Verde reinava a perplexidade
e os seus directores exigiam saber mais antes de procederem à libertação dos
mais de 100 presos.
Mas o processo era
irreversível e já Marcello, Caetano, Primeiro-Ministro português, rumava para o
Brasil, em situação de exílio. Se a comunidade branca, em geral, entrava em
estado de depressão, uma minoria activou acções a culminar latentes crispações
entre as duas comunidades antagónicas de Angola.
João Pedro Benge, um
enfermeiro de 39 anos, é assassinado num bar, junto da Cidadela Desportiva, por
um colono. Foi morto com um tiro à queima-roupa. O funeral contou com milhares
de pessoas de todos os estratos da sociedade e foi descrito, num relatório para
Lisboa, como uma "autêntica manifestação política” a favor da Independência de
Angola.
A população africana, agora
ancorada pelos acontecimentos, inquieta-se. Ao funeral de Pedro Benge comparecem
dezenas de milhares de pessoas de todos os sectores, numa indicação clara de
que a situação na colónia tinha de mudar, não podendo ficar paralisada a
correlação de forças entre os 300 mil brancos e os quase 7 milhões de negros.
No início de Julho, uma "extrema direita" de colonos começa a ganhar corpo em Luanda, a Frente de Resistência Angolana (FRA), de Pompílio da Cruz, e no mês seguinte, a 24 de Agosto, esta organização declara que não hesitaria em desencadear um golpe de força para evitar "a entrega de Angola” aos "extremistas de tendência comunista do MPLA”.
Um acordo entre o MPLA e a
FNLA para o estabelecimento de uma frente comum para negociar com Portugal é
anunciado no dia 28 de Julho de 1974, domingo, mas a sua concretização não
chega a ver a luz do dia, na sequência de incidentes de 15 de Julho que fizeram
12 mortos e 60 feridos e do dia seguinte que deixaram 16 mortos e 63 feridos.
Devido ao agravamento da
situação, assim como à própria recusa de Silvério Marques em trabalhar com o
MFA, o ramo local do Movimento envia, a 17 de Julho, um ultimato a Lisboa
exigindo a substituição do governador-geral por alguém aceite pelo MFA local no
prazo de 72 horas, findo o qual "o MFA em Angola assume a obrigação da
tomada das medidas adequadas face à gravidade do actual momento em Angola e à
sua previsível evolução". Dois dias depois, chega a Luanda uma comissão de
inquérito ao mesmo tempo que o governador-geral é chamado de urgência a
Portugal.
A 24 de Julho, é promulgada a Lei 6/74, que estabelece Juntas
Governativas para Angola e Moçambique, para as quais transitavam os poderes dos
governadores-gerais, sendo Rosa Coutinho nomeado presidente da Junta
Governativa de Angola, chegando no dia seguinte a Luanda, onde dissolve o
governo provisório de Silvério Marques e se reúne com o MFA local. A Junta
Governativa, presidida por Rosa Coutinho, contaria com representantes dos três
ramos das Forças Armadas Portuguesas, as mesmas personalidades escolhidas pelo
MFA de Angola para liderar os três ramos após o planeado golpe (especificamente
Silva Cardoso para a Força Aérea, Altino de Magalhães para o Exército e Leonel
Cardoso para a Marinha), assim como um elemento que representaria o MFA local,
que seria o major José Emílio da Silva.
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