Regiões

Luanda apontada como principal destino do tráfico de seres humanos

Armando Sapalo | Dundo

Jornalista

Angola tem o registo de 140 casos de tráfico de seres humanos, desde o ano 2015, sendo a província de Luanda o principal destino das vítimas, utilizadas para a prostituição, mendicidade, mão-de-obra barata em fazendas, casas de massagens, obras de construção civil e extracção dos órgãos para mercados negros.

28/03/2023  Última atualização 16H31
© Fotografia por: Benjamin Cândido

A informação foi prestada, segunda-feira, no Dundo,  pelo director nacional dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Yanick Bernardo,   que  revelou  que as províncias fronteiriças , nomeadamente, o Cunene, com 40 por cento, seguindo-se Cabinda,  Zaire e  Lunda-Norte lideram a  lista das ocorrências relacionadas com o fenómeno do tráfico de seres humanos em Angola.

A Lunda-Norte, particularmente, está com um registo de 18 por cento da totalidade dos casos que o país verificou, disse  o director nacional,  que sublinhou  a necessidade de haver mais  articulação entre  vários sectores para o reforços às acções de protecção,  promoção e divulgação dos  Direitos  Humanos.

Em declarações à imprensa à margem do Workshop sobre "Mecanismo Nacional de Referência de Protecção e Assistência  às vítimas de Tráficos  de Seres Humanos", o responsável justificou que a ligação com determinados países  cuja dinâmica na matéria de protecção é baixa tem sido o principal factor da situação.

"Temos a nível do país até este preciso momento, desde o ano 2015,  verificado  140 casos de tráfico de seres humanos. Em termos de incidência as províncias fronteiriças, nesse caso, o Cunene, com 40 por cento, seguindo-se Cabinda , Zaire e Lunda-Norte devido à ligação com países cuja dinâmica em  matérias de protecção das vítimas é ainda baixa. Geralmente, Luanda tem sido o principal destino para a prostituição, mendicidade, escravatura em fazendas, casas de massagem e obras de construção civil", afirmou Yanick Bernardo.

O responsável disse ainda que o Executivo  definiu   quatro pilares  fundamentais para evitar o fenómeno de tráfico de pessoas, entre os quais, a prevenção sobre o fenómeno, o estabelecimento de parcerias, a responsabilização das pessoas envolvidas no crime e a protecção das vitimas com o devido acompanhamento.


Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Regiões