Cultura

Livro de Maurício Caetano é apresentado em São Tomé

A delegação da Família do escritor e etnólogo angolano Maurício Francisco Caetano, (1916-1982), já está na cidade de São Tomé e Príncipe, para participar na cerimónia de homenagem ao cónego José Pereira da Costa Frotta, e a apresentação do Volume I da colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano”, amanhã.

31/01/2023  Última atualização 07H20
Família de Mafrano está em São Tomé para a apresentação do livro © Fotografia por: DR
A comitiva chegou a São Tomé na noite de sexta-feira e teve um encontro imediato com o Secretário-Geral da União dos Escritores e Artistas Santomenses (UNEAS), o mestre Jerónimo Salvaterra, que por coincidência, também nasceu em Angola, na Maianga, em 1953, de onde partiu no ano de 1961. "A colectânea de antropologia cultural angolana ‘Os Bantu na visão de Mafrano’ é uma obra de grande valor histórico por retratar o que o seu autor pesquisou e escreveu durante mais de 30 (trinta anos) de uma actividade literária dispersa em jornais e revistas”, disse Jerónimo Salvaterra ao saudar os quatro membros da família do autor já falecido que se deslocaram a São Tomé e Príncipe.

No sábado, dia 28, a família de Maurício Caetano foi recebida em audiência pelo Vigário Geral da Diocese de São Tomé, Padre João de Ceita Nazaré.

Ontem, a delegação teve uma reunião com o embaixador de Angola, Joaquim Duarte Pombo, que manifestou o interesse de adquirir 10 (dez) exemplares desta obra. Para os próximos dias, estão ainda previstas audiências no Ministério dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe e com o presidente da UNEAS.

A cerimónia de homenagem ao cónego José Pereira da Costa Frotta, o tutor do autor, e a apresentação do Volume I da colectânea "Os Bantu na visão de Mafrano”, é uma iniciativa conjunta da UNEAS, da Direcção Geral da Cultura São Tomé e Príncipe e da Faculdade de Ciências e das Tecnologias deste país.

O cónego José Frotta nasceu em São Tomé e Príncipe em 1879 e morreu em Angola no ano de 1954. Em Angola fundou a Freguesia da cidade do Dondo e também foi pároco da Igreja da Muxima. Na freguesia do Dondo, trabalhou durante 22 anos, e também exerceu acção pastoral nas Províncias do Bengo e de Malanje. No Dondo, cónego José da Costa Frotta, descobriu um menino órfão de nome Maurício Francisco Caetano e levou-o para o seminário do Sagrado Coração de Jesus, em Luanda, para completar os seus estudos.

Quando José da Costa Frotta chegou ao Dondo, dizia-se que o povo daquela terra não estava habituado a ver padres vestidos com os trajes do seu tempo e, fugiam! Mas ele nunca desistiu da sua missão, entregando-se de corpo e alma como era sua característica. Como resultado da sua entrega, o povo compreendeu-o e afeiçoou-se a ele, criando-se aqui uma verdadeira amizade.

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