“Rosa Baila”, “Chikitita”, “Perdão”, dentre outros sucessos que marcam o percurso artístico de Eduardo Paím, serão apresentados amanhã, a partir das 19h30, no concerto comemorativo aos 60 anos natalícios do cantor e produtor.
Os escritores Agostinho Neto e António Jacinto são, hoje, às 10h, homenageados como “Poetas da Liberdade”, no Festival de Música e Poesia, que acontece no auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, em Lisboa, Portugal.
Manuel Rui e Ondjaki procederam ao lançamento da primeira obra conjunta, na noite de sexta-feira, no espaço da Livraria Kiela, em Luanda. Intitulada “Poemas com cacimbo e pássaros”, este poemário é o primeiro livro de um projecto de co-autoria que a editora Kacimbo pretende desenvolver com vários autores de diferentes géneros.
Ao falar sobre a obra, Manuel Rui revelou que o livro busca uma poesia livre, simples, como aquela que era feita antes de aparecer a escrita, que chega até aos dias de hoje por via de recolhas de etnólogos. Quanto ao título, explicou que pássaros são como os sonhos que brotam da realidade e ensinam valores que engrandecem as pessoas. "Acho que eles são o símbolo da liberdade, e este livro invoca exactamente essa visão. O nosso povo sempre teve poesia, essa que agora se chama oratura. A nossa poesia é uma tentativa de mais uma vez libertar a liberdade”, explicou.
Quanto a novos lançamentos, declarou que neste momento está a escrever um livro que terá como título "Marido e Mulher Antes de Deus”, bem como não deixará de escrever a série de poesias que intitula "11 Poemas em Novembro”.
Para Ondjaki, este livro simboliza a caminhada conjunta na prosa e na poesia que ambos praticam com regularidade. Entretanto, a cumplicidade não terminará com "Poemas com cacimbo e pássaros”, visto que pretendem lançar mais livros em co-autoria. "Tentaremos fazer outros livros juntos, provavelmente em prosa. É gratificante partilhar um livro com este grande escritor, que, para mim, é uma referência da literatura mundial, por ter obras traduzidas em muitas línguas e lido em várias partes do mundo”, destacou.
Por outro lado, Ondjaki criticou a fraca circulação do livro no universo lusófono, considerando um grande empecilho para editoras e autores que queiram expandir as suas obras. "Lutamos para conseguir fazer chegar este livro a Moçambique e outros pontos onde se fala a língua portuguesa”, lamentou Ondjaki.
Para este ano, a editora Kacimbo prevê publicar a sua primeira obra traduzida e será de uma autora sul-africana, feita em colaboração com uma editora moçambicana, visando uma maior aproximação com os escritores de países vizinhos. "Nós dialogamos muito pouco com os nossos vizinhos, como Kinshasa, Brazzaville, Lusaca e Windhoek”, apontou.
A deputada Bela Malaquias esteve entre os presentes, não tendo resistido à leitura de uma poesia extraída da obra. Bela Malaquis manifestou que habitualmente declama poesia e que se identifica completamente com a poesia de Manuel Rui, sobretudo pela sua leveza, maresia e pássaros.
"Ler Manuel Rui é rever um autêntico filme das coisas lindas que a infância vivida na província do Huambo oferece. Na poesia dele vejo a paisagem, queimadas, pássaros e a natureza do Huambo. Ele é um mestre”, partilhou.
Percurso
Em 2021 a editora Kacimbo publicou o livro de poemas de Manuel Rui "Do rio ao mar” com ilustrações rupestres de Ondjaki, nessa que foi a primeira colaboração entre os escritores.
Manuel Rui Monteiro nasceu no Huambo, a 4 de Novembro de 1941. Licenciado em Direito, em Coimbra, foi ministro no governo de transição, em 1975, integrando a representação de Angola em organismos internacionais como a OUA e a ONU.
É poeta, contista, dramaturgo, romancista e cronista, com uma obra extensa que alterna entre ficção e poesia. Escreveu as palavras do Hino Nacional de Angola e letras de canções.
Participou em filmes, como figurante e declamando poemas, mas também escrevendo diálogos. Do espanhol ao mandarim, os seus livros estão traduzidos em mais de doze línguas. Publicou, em 1977, "Sim Camarada!”, o primeiro livro de ficção angolana pós-independência. "Quem Me Dera Ser Onda” converteu-se num clássico da literatura escrita em português.
Ondjaki nasceu em Luanda, em 1977. É doutorado em Estudos Africanos (L’Orientale, Napoli/Itália). Prosador e poeta, também escreve para cinema. É membro da União dos Escritores Angolanos. Recebeu os prémios Sagrada Esperança (Angola, 2004); Conto - A.P.E. (Portugal, 2007); FNLIJ (Brasil, 2010 & 2014); JABUTI juvenil (Brasil, 2010); prémio José Saramago (Portugal, 2013) e prémio Littérature-Monde (França, 2016) com o livro "Os Transparentes”. Está traduzido para francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio e sueco. Ocasionalmente, é professor de escrita criativa. Em 2023 (Évora, Portugal), recebeu o prémio Literário Vergílio Ferreira pelo conjunto da sua obra.
A Kacimbo Editora foi criada em 2019 e, com a livraria Kiela, dedicam-se a editar, distribuir e comercializar prosa e poesia nacional, "Geografias da Língua Portuguesa”, e literatura infanto-juvenil nacional e internacional, contando com uma rede de colaboração com editoras em Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Portugal e Brasil.
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