A antiga Casa de Reclusão Militar, situada na zona adjacente ao Porto de Luanda, vai mudar de nome para Museu de Luta de Libertação, nos próximos dias.
Zézé Gamboa é um dos cineastas angolanos da segunda geração que ostenta uma carreira reconhecida a nível internacional, a começar em África. Quer no género documentário, quer na ficção, as obras do realizador têm sido merecedoras de prémios e boa recepção do público e da crítica.
“Minhas roupas e minhas raízes” é o título do livro do escritor e cineasta angolano Henrique Sungo e da escritora do Botswana Paula Otukile, com lançamento previsto para breve, no qual exploram a diversidade das roupas africanas e o seu valor na identidade cultural de cada povo.
Segundo Henrique Sungo, o livro infanto-juvenil, de 54 páginas, tem como pano de fundo a estória de uma menina de nome Malaika que adora roupas africanas e que, numa viagem de aventura, conheceu indumentárias, hábitos e costumes de povos de alguns países do continente-berço.
Para o escritor, "assim como cada país tem a sua identidade cultural, é importante ensinarmos às crianças o valor e o respeito pela cultura de outros povos”.
Por outro lado, o artista refere a necessidade da preservação e defesa da originalidade da roupa africana que há muito tem sido alvo de apropriação por grandes marcas de moda internacional.
"Há apropriação cultural, quando marcas famosas mundialmente usam os panos e símbolos da cultura africana como sendo seus”.
A obra é fruto de uma pesquisa realizada pela escritora Paula Otukile para identificar os vários tipos de roupa africana, sobretudo de países como Botswana, Nigéria, África do Sul e Swazilândia.
O projecto começou há mais de um ano, quando numa premiação de autores africanos na África do Sul, onde a escritora Paula Otukile foi homenageada, esta convidou Henrique Sungo para uma parceria, mas sem ideia, ainda, do tema em questão. "Sugeri abordar sobre a diversidade das roupas do continente africano para uma reflexão da sua importância na educação e respeito da identidade cultural”, frisou Sungo, acrescentando que as primeiras conversas aconteceram num período ainda crítico pelas restrições impostas devido à Covid-19.
A composição de "Minhas roupas e minhas raízes” teve ainda a participação do escritor Beni Dya Mbaxi (pseudónimo de Bernardo Sebastião Afonso), Esanju Lukende e do grande ilustrador angolano Mbona Paulo.
Amante das artes desde criança, Henrique Sungo perspectiva "aprender cada vez mais, partilhar conhecimentos e trabalhar arduamente para a elevação tanto da literatura africana na diáspora como do cinema”.
Ele considera que os artistas residentes na diáspora são "os discípulos da arte africana e têm muito trabalho para passar às comunidades e famílias que lá se encontram”.
O artista disse que não pára de criar, e procura sempre o intercâmbio com outros artistas africanos. Sua meta é criar oprtunidades não apenas para si, mas também para os outros.
"Meu foco é transmitir boa energia, aprender sempre, ensinar aos mais jovens e encontrar sinergias dentro das comunidades com angolanos e outros africanos”, referiu.
A literatura e o cinema levaram Henrique Sungo a conhecer muitos países de África e a representar Angola. "Pela arte, tenho viajado pela África e confesso que é mais caro em relação aos países europeus, mas é sempre um prazer encontrar-me com os nossos irmãos e trocar experiências com vários artistas. E é gratificante saber o interesse que têm de trabalhar em Angola”.
O cineasta revelou que tem na agenda a gravação de um filme com dois realizadores africanos, um camaronês e um nigeriano. "Isso mostra o interesse que estes têm em gravar em Angola”, disse.
Henrique Sungo é de opinião que os angolanos deviam viajar mais para os países africanos. "África só crescerá mais e mais com os africanos, sem dúvidas”, reflectiu o artista.
No entanto, confessou que tem tido muitas dificuldades para investir na literatura e no cinema, por ser caro e trabalhar de forma independente. "Às vezes recebo o apoio de alguns amigos. Vou citar aqui a empresa de um amigo angolano que me ajudou no meu terceiro livro, a Cabulo Cleaning Service”.
Residente há 17 anos no Reino Unido, Henrique Sungo tem já três obras publicadas, sendo a primeira sobre nutrição, saúde e bem-estar. O seu livro de contos sobre os símbolos nacionais e o patriotismo, intitulado "A esperança da Welwitshia”, foi premiado na África do Sul. Tem ainda publicada a obra "A odisseia da zungueira”.
Sungo produziu vários filmes e foi vencedor na categoria Documentário de Curta-Metragem com o filme "Vírus Inesperado”, com co-produção do editor são-tomense Filipe dos Anjos, da edição de 2020 do London Art-House Film Festival (LAHFF), uma das mais importantes competições internacionais para cineastas emergentes.
O documentário retrata o impacto do novo coronavírus nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) no Reino Unido.
Henrique Sungo estudou cinema, especializando-se como roteirista na Universidade de East Anglia, em Londres. É também licenciado em Psicologia pela Universidade Monash, da Austrália.
"As duas artes já viviam em mim. Com as oportunidades que tive na Europa, reacendi a chama e foi uma combinação pura. Com a ajuda do meu amigo Filipe dos Anjos, que me permitiu abrir horizontes no cinema, trabalhamos afincadamente e já vamos com vários filmes realizados e uma produtora de filmes registada pelo Governo britânico”, disse Henrique Sungo.Seja o primeiro a comentar esta notícia!
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