O julgamento do “caso Lussati”, que envolve militares e funcionários civis ligados à então Casa Militar do Presidente da República, desde há algum tempo redenominada Casa Militar, começou ontem em Luanda no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda.
Quando correu a fuga para o domínio público do "draft" do documento que estava a ser "cozinhado" pelos juízes do Tribunal Supremo americano, um facto sem precedentes no sistema de Justiça dos Estados Unidos ao mais alto nível, muitos encararam tal incidente como uma tentativa de sectores pró-aborto medirem a pulsação e a reacção pública, ante a perspectiva de revogação da histórica decisão judicial conhecida por Roe v Wade.
Tenho conversado com um angolano que deixou o país muito jovem e passou a viver no interior da Ucrânia, onde constituiu família. O meu amigo é natural da Conda, Cuanza -Sul, e há vezes que me chama só para se lembrar do café da Gabela e dos mariscos do Porto Amboím que o seu tio sempre trazia. Ele disse que no início tudo estava a correr bem por causa do amor que ele tinha pela sua esposa, o que lhe fazia aguentar tudo; ultimamente, disse-me ele, os Invernos estavam a ser cada vez mais insuportáveis.
O meu amigo tem planos para regressar ao Cuanza -Sul e à esposa ucraniana não tem problema nenhum nisso — ela gostou muito de Angola quando lá esteve dez anos atrás. Não sei se por uma questão de patriotismo, mas o meu amigo sempre diz que, em termos do potencial agrícola, Angola poderia mesmo superar a Ucrânia. "Pense só na extensão do Rio Keve; imagine só se houvesse uma iniciativa de criar comunidades ao longo deste rio que se dedicassem à agricultura?” O meu amigo não acredita em projectos como Aldeia Nova, no Wako Kungu, porque não são sustentáveis. O que deve haver, segundo ele, são iniciativas que ajudem o camponês não com um peixe para jantar mas com a capacidade para fazer a piscicultura à sua escala.
O meu amigo disse que pretende ser agricultor quando voltar para Angola. Ele disse que tem pensado seriamente em produzir jindungo para a Ucrânia e Rússia. Segundo ele, no Cuanza -Sul existe o tipo de jindungo que não só tem um cheiro maravilhoso, mas que dá o verdadeiro sabor à carne.
Perguntei ao meu amigo quais eram as outras lições que a Ucrânia poderia dar a Angola e à África em geral na agricultura. O meu amigo disse que a primeira lição tem a ver com a agricultura familiar. Segundo ele, existem grandes empresas agrícolas na Ucrânia a produzir milho, grão, girassol, etc., porém, a base de tudo, segundo ele, é a pequena fazenda familiar. O meu amigo disse que há áreas da Ucrânia cheias de estufas agrícolas que produzem vegetais de alta qualidade, que são vendidos para todas as partes do mundo. O meu amigo disse que as estufas, que podem ser erguidas nas aldeias, podem não ser da mesma qualidade como as que se encontram na Ucrânia, mas versões locais que também podem servir para produzir vegetais de qualidade.
Para os produtores de leite, segundo o meu amigo, na Ucrânia, é um estilo de vida em que a família toda se envolve nas actividades da fazenda. Ele disse que em Angola viu vacas mal nutridas e maltratadas nas aldeias. Uma formação mínima poderia resultar numa grande produção de leite e mesmo na produção de carne de alta qualidade. Claro que, segundo ele, as autoridades teriam que fazer tudo para garantir que a saúde do público fosse tomada em conta em todas as operações.
O meu amigo adiantou que os ucranianos têm uma obsessão pelos tractores. Nas aldeias em Angola há o pequeno mecânico que repara as motos, geradores e em certos casos bombas de irrigação. Este mecânico, segundo o meu amigo, teria que passar a dominar a reparação de tractores. Há também na Ucrânia pequenas máquinas, como semeadoras, nas fazendas que podem ser operadas por aldeões.
O meu amigo disse que deveria surgir uma espécie de crédito comercial para os aldeões poderem comprar tractores, sementes, etc. Aqueles que provarem que não são preguiçosos podem receber um tractor a crédito; os donos do tractor teriam direito a uma percentagem das colheitas até que a máquina fosse paga por completo. Ligado a isso, segundo o homem do Cuanza-Sul, seria uma formação intensiva para os camponeses na manutenção de pequenas máquinas. Nas pequenas fazendas no interior da Ucrânia, o meu amigo disse-me que há pequenas máquinas para descascar e até mesmo moer o milho.
Outro dia, na BBC, ouvi que o conflito na Ucrânia poderá resultar numa escassez de alimentação na República Democrática do Congo. Senti uma certa vergonha. Como é que um país africano, com tanto terreno e água, não consegue produzir comida que possa garantir uma segurança alimentar? O Leste do Congo tem pilotos e mercenários vindos da Europa — incluindo da Ucrânia. Talvez os agricultores da Ucrânia devam vir passar algum tempo aqui em África…
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LoginA grande imprensa ocidental, ocupada, ao invés de fazer jornalismo, em participar do esforço de guerra para, alegadamente, salvar a democracia na Ucrânia, não lhe deu a devida importância, mas nos passados dias 23 e 24 de Junho estiveram reunidos em Pequim os representantes dos cinco países que compõem os BRICs: China, Índia, Rússia, África do Sul e Brasil.
A concordância deve ser entendida como a identidade de género, entre certas palavras, e de número e pessoa, entre outras. Define-se como «a partilha de traços gramaticais como o género, o número e a pessoa, entre dois ou mais elementos estruturais». (Eliseu, 2008, p. 69).
Começaram a acontecer online, via a plataforma Zoom com o ID 6985716385 e a senha de acesso AAL2022 e em tempo de pandemia da Covid-19, daí que até agora tenham um lado familiar e intimista em consonância com o à vontade com que, normalmente, estão todos.
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