Cultura

Larissa de Souza partilha experiências em Luanda

A artista brasileira Larissa de Souza promove, amanhã, entre às 18h00 e às 21h00, no anfiteatro do Instituto Guimarães Rosa, em Luanda, uma conversa aberta com o público angolano, com participação do curador angolano Marcos Jinguba.

23/11/2023  Última atualização 07H40
Artista plástica brasileira © Fotografia por: DR
A conversa aberta entre a artista brasileira e o público visa a partilha via imagens e oralidade um pouco daquilo que foram as suas quase seis semanas na Residência Artística Angola AIR.

No dia 30 deste mês será inaugurada uma mostra na galeria do Instituto Guimarães Rosa com exposição de alguns dos trabalhos que a artista brasileira realizou em Luanda, e durante a sua pesquisa e interacção com a comunidade artística local.

Larissa de Souza nasceu em São Paulo, no Brasil, em 1995. É uma artista autodidacta, cuja sua pintura é maioritariamente figurativa, concentrando-se na imagem da mulher afro descendentes no seu universo particular e colectivo. A sua pintura carrega a história das mulheres da sua linhagem e a força de muitas outras.

A pesquisa de Souza navega entre corpo, desejo, ancestralidade e memórias pessoais. Sincronicamente, investiga memórias colectivas que constroem a cultura popular brasileira. No campo das artes visuais, as suas principais referências e inspirações são Rosana Paulino, Sônia Gomes e Faith Ringgold. A técnica que mais emprega é a tinta acrílica, aliada a experimentação com aplicações, em que usa bordados, tecidos, pedras e ladrilhos, adicionando camadas de texturas a suas narrativas e composições.

As cenas retratadas são íntimas, domésticas e quase confessionais e ao mesmo tempo, vasculham as memórias colhidas no imaginário popular brasileiro e no seu inconsciente. Há uma forte presença do vazio, haja vista que em muitas de suas cenas as personagens estão em ambientes caseiros completamente desocupados. Junto disso, há sempre uma porta ou uma janela aberta que convida à entrada do espectador, se sentindo acolhido por essas cenas.

Na História da Arte, pessoas negras comummente são associadas a cenas de violência. A artista subverte esta lógica, demonstra harmonia e cria uma sensação de familiaridade ao pintar as possibilidades de afecto. É nesse ensejo que Souza opera a afectividade como política ao subverter os estereótipos criados pela branquitude.

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