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Kwenda impulsiona realizações de milhares de famílias na Huíla

Estanislau Costa | Lubango

Jornalista

Dezoito mil e 378 agregados familiares residentes em diversas aldeias do município de Quilengues, a 145 quilómetros do Lubango, receberam a quantia de 51.000 kwanzas por família, referentes a duas prestações do Programa de Fortalecimento do Sistema de Protecção Social (Kwenda).

04/01/2023  Última atualização 09H12
Habitantes de diversas aldeias do município de Quilengues estão entre os principais beneficiados do projecto © Fotografia por: Estanislau Costa | Edições Novembro | Huíla

Os valores alocados no Banco Internacional de Crédito (BIC), instalado na vila de Quilengues, visam incentivar as famílias, principalmente aquelas que foram afectadas pela seca, a serem resilientes em desenvolver acções rentáveis e superar as dificuldades.

As famílias beneficiárias reconheceram a importância do valor do Kwenda na reactivação da actividade socioeconómica das zonas mais recônditas de vários pontos da província da Huíla, com realce para os municípios de Quilengues, Cacula, Lubango, Gambos, Chibia e outras localidades afectadas pela estiagem.

Mariana Tchinbeco, do município de Quilengues, é uma das beneficiárias. O seu quintalão, vedado com plantas de sisal, está agitado com o berrar de dezenas de cabritos que deambulam dum lado para o outro, parecendo felizes pelo facto de a palha que serve de alimento estar mesmo ao lado, assim como o recipiente de água.

Mariana Tchinbeco despertou as atenções dos técnicos do Kwenda, que fazem o acompanhamento dos contemplados com fundos do programa em referência. Ela integra o grupo de 17.800 agregados familiares que recebeu, há seis meses, as duas prestações anuais, totalizando 51.000 kwanzas por família. Com os valores, Mariana Tchinbeco apostou na criação de cabritos para comercialização nos mercados informais e troca com outros produtos. "Decidi apostar em cabritos por haver sempre clientes e ser mais rentável”, disse.

Acrescentou que, além de cabritos, apostou, também, na criação de galinhas, cujos resultados reanimam a actividade. Deu a conhecer que a perspectiva é apostar noutros mercados, com realce para o Namibe, Huambo e Luanda. "Estamos a pensar levar cabritos, em Fevereiro, para Luanda, por haver mais clientes, procura e o lucro convencer”.

Segundo Mariana, há muitos "cabrités” em vários pontos da cidade de Luanda, fazendo com que a venda de cabritos seja mais rentável. "Estamos também a pensar arranjar alguém para receber os animais, vender e nos enviar o dinheiro e assim sucessivamente”.

Os quatro filhos, antes de irem à escola, localizada na sede de Quilengues, cuidam da limpeza dos currais, distribuem palha e verificam o estado dos recipientes de água. O curioso é o tratamento dado aos excrementos dos animais. São recolhidos diariamente e colocados num local determinado pela mãe, para, no terceiro dia, serem espalhados nos campos de cultivo.

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