“Rosa Baila”, “Chikitita”, “Perdão”, dentre outros sucessos que marcam o percurso artístico de Eduardo Paím, serão apresentados amanhã, a partir das 19h30, no concerto comemorativo aos 60 anos natalícios do cantor e produtor.
Os escritores Agostinho Neto e António Jacinto são, hoje, às 10h, homenageados como “Poetas da Liberdade”, no Festival de Música e Poesia, que acontece no auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, em Lisboa, Portugal.
O Ballet Tradicional Kilandukilu (BTK), uma referência da dança em Angola, comemora, hoje, o seu 39º aniversário desde a sua criação, no bairro Maculusso, em Luanda, num período eufórico da juventude.
Em declarações ao Jornal de Angola, terça-feira, o director do grupo, Maneco Vieira Dias, afirmou que embora na época a maioria dos grupos surgidos eram mais de danças de origem estrangeira, o Kilandukilu foi dos poucos que enveredou por danças angolanas, sobretudo a tradicional que perdura até aos dias de hoje.
Ao longo dos 39 anos de existência, disse, o Kilandukilu enquanto grupo tem vindo a trabalhar no país, em Luanda e no Uíge, e no exterior do país está em Lisboa, Portugal, e Recife, Brasil.
"O Kilandukilu tem vindo a trabalhar para que muito em breve seja uma realidade a 1ª edição do livro de "Vivências e Caminhos" do Kilandukilu, que será uma obra que vai retratar a sua trajectória. Para além do historial, serão também incorporados as suas criações desde a sua recolha até a sua apresentação final", afirmou o director do grupo.
Neste momento, referiu, o grupo está a preparar os seus 40 anos que se comemora em 2024, cujas jornadas foram abertas em Dezembro de 2023, com a realização de dois espectáculos realizados no Palácio de Ferro, com o título "O Caminho da Viagem”.
Maneco Vieira Dias frisou que na incursão da viagem que se iniciou há 39 anos, apenas dois sobreviveram, nomeadamente Ana Maria, hoje directora técnica do Ballet Tradicional Kilandukilu e o Mestre Petchú dos precursores da internacionalização da Dança Kizomba.
"Resumindo esta viagem terá a sua primeira estação em 2024, altura em que o BTK completará 40 anos", disse.
Para o presente ano, garantiu, estão previstos outros espectáculos que deverão acontecer no mês de Setembro, cujo término das jornadas culminarão em Março de 2024, ano que fecha o primeiro ciclo deste grupo de ballet, para transformar-se em "Academia Kilandukilu”.
"Queremos e vamos evoluir para Academia Kilandukilu, pois precisamos passar e ensinar aquilo que é conhecimento adquirido ao longo destes anos de existência e carreira", afirmou o director do grupo.
O Kilandukilu já representou o país em vários eventos internacionais em países como Portugal, Alemanha, Suécia, Polónia, África do Sul, Zimbabwe, Marrocos, Brasil, Cuba, Costa-Rica, Nicarágua, Índia, Coreia do Norte, Singapura, Japão, Espanha, Emiratos Árabes Unidos, Qatar, Israel, Coreia do Sul, França, Argentina, Turquia, Itália e Zâmbia.
No reportório do grupo constam obras como N'Golo (Força)dança Cazucuta/Xinguilamento, Yma Yeto (Nossas Coisas), Tchianda, Dança do Galo, Ohamba (Rei), Sonho da Contemporaneidade, Kiximbula, Homenagem aos Lenhadores e Kilandukilu. Nas suas exibições o grupo utiliza instrumentos como batuque, mondó, ngongue, puíta, ngaietas, djembés, reco-reco, bate-bate (bambu), apitos, marimbas, flauta, sacos plásticos, chocalhos, banheiras, dum-dum, pedrinhas, garrafas e outros efeitos sonoros como da água, vento da boca e assobios.
Origens do grupo
Designado inicialmente de Grupo Experimental de Dança Tradicional Kilandukilu, o actual Ballet Tradicional Kilandukilu foi fundado a 15 de Março de 1984, no bairro do Maculusso, em Luanda, por jovens entusiastas, tendo como principal meta a divulgação das danças africanas.
O grupo tem um projecto de divulgação desta arte com crianças brasileiras, em parceria com a organização não-governamental brasileira "Pés Descalços”, do Recife. Considerado como a força da dança tradicional angolana e maior referência no mercado nacional, o grupo tem como "cartão de visita” além-fronteiras as danças tradicionais angolanas.
Com 39 anos de existência, em prol da divulgação, valorização e preservação da dança tradicional, o grupo tem apostado num sistema de formação, por via de oficinas, para garantir a continuidade e a excelência em termos de qualidade do trabalho apresentado ao público.
Considerado baluarte das raízes tradicionais no que diz respeito à dança, de Angola para o exterior do país, o grupo não vira as costas ao seu projecto inicial e a sua aposta na dinamização da cultura, lutando, muitas vezes, contra a adversidade e os empecilhos.
O Kilandukilu, termo kimbundu que em português significa divertimento, tem como objectivos a pesquisa, recolha e estudos das manifestações culturais do povo angolano, em especial a dança tradicional de Angola, rituais fúnebres e guerreiras, bem como as recreativas e de salão, sem esquecer a contemporânea e a tradicional.
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