A originalidade e a qualidade da peça "Kassinda não volta atrás" ganharam vida, domingo, durante uma apresentação no Chá de Caxinde, em Luanda, depois de 26 anos da estreia da peça, que foi considerada um clássico do teatro angolano, e arrebatou em 2018 o prémio Nacional de Cultura e Artes.
Exibida uma vez por ano, o grupo Nguizane Tuxicane pretende mostrar algo diferente a cada edição. Baseada num conto ancestral, a peça remete a sociedade à reflexão sobre a força da tradição e as vicissitudes do dia-a-dia.
Estreada em Setembro de 1997, na paróquia de Nossa Senhora das Graças, no bairro Rangel, em Luanda, o enredo da peça, com duração de 45 minutos, se desenrola na província do Huambo e resulta das tradições e hábitos dessa região. A cena narra a história de um pai que tem uma linda filha de nome Tchifole, muito cobiçada na aldeia de Lunge.
Na peça, o pai da jovem impõe duas condições a quem quisesse se casar com a filha, ordenando primeiro que o pretendente de Tchifole tenha de morar na sua casa, já que a sua família é bastante reduzida. E foi o que se passou com o jovem Kassinda.
Posto em casa do papá Namunda, Kassinda ouve atentamente as suas condições e o destemido jovem, ansioso em conquistar a mulher amada, contra todas as expectativas, aceita as condições impostas pelo futuro sogro.
Kassinda tem a particularidade de ter sido educado que, se assumisse o compromisso, não podia recuar, sob pena de sofrer uma terrível desgraça por força da sua tradição familiar e em respeito aos hábitos, costumes e tradições dos seus ancestrais.
Agostinho Cassoma, que falava no final da actividade, disse que a originalidade da peça se mantém, "o Kassinda é o mesmo desde 1997, é um dado histórico e importante de se apreciar”.
O director artístico explicou que a essência e a magia do espectáculo mantem-se, há 26 anos, fizeram-se apenas mudanças previsíveis de alguns actores, porque o tempo não perdoa.
"Estamos na quarta geração de actores a participarem da mesma peça, porém, há uma situação que não muda, o Kassinda é o mesmo desde 1997, estamos a falar de um Kassinda que é o mesmo depois de 26 anos", disse.
O director explicou que a peça já foi exibida mais recentemente na província do Huambo, Benguela e Bié, destacando que há casas de espectáculos que pedem especificamente a peça"Kassinda", por ser um clássico, como é o caso do Chá de Caxinde.
Agostinho Cassoma almeja, também, exibir a peça na diáspora e desenvolvê-la a cada edição. "Em tempos recebemos um convite de um dramaturgo brasileiro que fez a defesa de licenciatura com o título da peça, porém, não foi possível exibir no mesmo dia, mas a qualquer momento faremos uma amostra nacional num contexto internacional”, ressaltou.
Patrícia Kinegue, que faz o papel de Tchifole, disse ser um prazer interpretar a personagem. "Quando foi escrita essa peça eu nem existia, foi por isso uma grande honra poder reencarná-lá”, disse.
Quanto à preparação para o espectáculo, a actriz explicou que foi boa, embora haja sempre um stress e seja difícil conciliar os ensaios e a vida em família. "Hoje todos temos famílias, mas, ainda assim, o grupo conseguiu levar a magia ao palco”, disse Patrícia Kinegue, a Tchifole do "Kassinda não volta atrás”.
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