Mundo

Joseph Borrell acusa Alemanha de bloquear iniciativas militares

A Alemanha tem bloqueado as iniciativas da União Europeia (UE) de fornecer tanques e armas pesadas à Ucrânia, o que provavelmente vai prolongar as hostilidades até à próxima Primavera (no Hemisfério Norte), disse o chefe da diplomacia europeia, Joseph Borrell, ao jornal espanhol el Diario.

24/01/2023  Última atualização 11H15
© Fotografia por: DR

O diplomata acrescentou que a entrega de armamento pesado à Ucrânia foi uma "decisão arriscada” que pode causar uma subida da tensão no conflito, e por isso o bloco não forneceu caça aviões a Kiev, mas agora os países membros da UE "devem tomar o risco”. 

A UE já enviou para a Ucrânia um total de € 50 biliões em ajuda, economica, humanitária e a refugiados, disse Borrell. 

O valor do financiamento militar do bloco para Kiev foi de € 3,5 biliões do fundo europeu e € 7,5 biliões das contribuições do Estado, acrescentou.

Borrell disse que a Europa e os países ocidentais investiram mais tempo e dinheiro em armas em vez de facilitar a diplomacia e o diálogo, acusando Moscovo de se recusar em negociar com a Ucrânia.

 

MNE da UE estiveram reunidos ontem em Bruxelas para discutir apoio à Ucrânia

A guerra na Ucrânia, que começou há quase um ano, continua a ser o assunto do-minante nas reuniões dos ministros dos Negócios Es-trangeiros da UE e a primeira reunião de 2023 não vai ser excepção. Em cima da mesa esteve o apoio que os Estados-membros prestam a Kiev há praticamente um ano e como melhorá-lo daqui para a frente.

O fornecimento de tanques à Ucrânia foi um dos principais tópicos da discussão, que contou com a participação do ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho (anterior ministro da Defesa).

No domingo, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, afirmou numa entrevista televisiva ao canal francês LCI que o seu país vai deixar a Polónia entregar tanques Leopard à Ucrânia se Varsóvia pedir essa autorização, o que até então não tinha acontecido.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que a Alemanha vai continuar a apoiar a Ucrânia, mas não respondeu às questões sobre o fornecimento de armamento mais pesado. O impasse alemão dominou a conferência de imprensa conjunta com o Presidente francês, Emmanuel Macron, durante a celebração do 60º aniversário do Tratado do Eliseu, na Universidade de Sorbonne, em Paris.

Em causa está o envio dos tanques Leopard 2, de fabrico alemão, para auxiliar as tropas ucranianas, a que Berlim tem resistido. Na última semana,  foi impossível desbloquear o envio destes veículos de combate durante uma reunião dos Estados-membros da NATO em Ramstein, na Alemanha.

Berlim tem sofrido pressão  da parte do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para autorizar o envio destes tanques e por Washington, assim como pela generalidade dos países da UE e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte). 

Por outro lado, Moscovo já deixou avisos que o fornecimento de tanques poderá ser encarado pelo Kremlin como um escalar das tensões.

A reunião foi presidida pelo chefe da diplomacia europeia, Joseph Borrell, e debruçou-se sobre a situação de instabilidade na região africana do Sahel, assim como nas nações costeiras da África Ocidental.

A 10 de Janeiro, a UE aprovou a extensão do mandato da missão que está no Mali até 31 de Janeiro de 2025 e alocou 73 milhões de euros a esta iniciativa, que começarão a ser distribuídos a partir de 1 de Fevereiro deste ano.

No âmbito desta missão, Bruxelas vai facilitar o destacamento de forças para ajudar a controlar a situação de instabilidade no Sul do país, em particular da Polícia Nacional, e o redireccionamento de forças para o Centro, mediante avaliações feitas.

A situação política em países como o Irão, Arménia, Afeganistão, Venezuela, Montenegro e Etiópia, foram, igualmente, passados em revista, bem como houve contactos com o Primeiro-Ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh.

 

Ministro da Defesa alemão pondera envio de  tanques Leopard 

O novo chefe do Ministério da Defesa alemão, Boris Pistorius, levantou a possibilidade do seu país mudar de opinião relativamente ao fornecimento de tanques Leopard 2 à Ucrânia, numa altura em que Berlim sofre pressões dos aliados ocidentais para continuar a fortalecer militarmente o Governo de Kiev. 

"A decisão, penso eu, será tomada em breve, seja ela qual for”, disse o ministro, no domingo, em entrevista ao canal de televisão ARD, quando questionado sobre até quando a Alemanha está disposta a adiar a decisão e as suas "consequências”.

O ponto, acrescentou Pistorius, é que é necessário pesar as consequências de uma decisão positiva e negativa.

Anteriormente, após a reunião do grupo de contacto de apoio à Ucrânia dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na base aérea de Ramstein, Pistorius explicou que a Alemanha ainda não estava pronta para fornecer os tanques à Ucrânia. Apesar disso, determinou uma inspecção aos tanques e uma avaliação dos cenários que a medida causará.

             

Putin apela a uma maior integração da União Económica Eurásia

O Presidente russo, Vladimir Putin, apelou segunda-feira, durante uma reunião da União Economica da Eurásia, a união de todos os Estados membros da organização, de maneira a tornar o bloco autossuficiente e um dos mais "poderosos do mundo multipolar”.   

"A União tem todas as hipóteses de se tornar um dos polos independentes, autossuficientes e poderosos do mundo multipolar em formação, para ser um centro de atracção para todos os Estados independentes que partilham os nossos valores", sublinhou no seu apelo, publicado no site do Kremlin.

Putin salientou que a partir do momento da sua criação em 2015, o volume do comércio dentro da União aumentou 60%, e que com o exterior aumentou 46%, para 776 mil milhões de dólares.

Putin salientou que uma das "prioridades estratégicas mais importantes do trabalho conjunto deveria ser o desenvolvimento do potencial tecnológico dos países da UEE”, à qual a Rússia preside este ano.

De acordo com o líder russo, uma das tarefas da UEE passa por "reduzir os riscos económicos para o comércio mútuo criados pela utilização de moedas estrangeiras e sistemas de pagamento”.

Por conseguinte, acrescentou, Moscovo considera a ligação dos parceiros ao Sistema de Transmissão de Comunicações Financeiras do Banco da Rússia uma "condição indispensável” para assegurar a estabilidade dos pagamentos entre os membros da UEE.

"O cumprimento de todas estas tarefas exigirá a melhoria das instituições supranacionais que criámos, em primeiro lugar a Comissão Económica Eurásia”, disse Putin, pedindo que fossem delegados mais poderes à comissão.

Ao mesmo tempo, salientou que "todas as decisões importantes devem ser tomadas, como antes, por consenso”.

 

Presidente iraniano recebeu delegação da Rússia

O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, recebeu, segunda-feira, o presidente da Duma russa, Vyacheslav Volodin, que lidera uma delegação de legisladores ao Irão, informou o serviço de notícias IRNA, citando uma fonte do Parlamento iraniano.

"A reunião ocorreu após uma sessão da comissão de cooperação entre a Duma Estatal e o Parlamento iraniano”, disse .

Raisi referiu que Volodin tem programado  manter conversas com Mohammad Bagher Ghalibaf, o Presidente do Parlamento iraniano, que será seguido por uma conferência de imprensa conjunta.

A delegação russa inclui o vice-presidente da Duma, Sergey Neverov, o presidente do Comité de Assuntos Internacionais, Leonid Slutsky, o presidente do Comité de Mercado Financeiro, Anatoly Aksakov, o presidente do Comité de Segurança e Anticorrupção, Vasily Piskarev, e o presidente do Comité de Transporte, Yevgeny Moskvichev.

A sessão anterior da comissão para a cooperação entre os parlamentos decorreu em Janeiro de 2020.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo