O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve, terça-feira, sete indivíduos de nacionalidade chinesa, com idades compreendidas entre os 26 aos 56 anos mineração ilícita de Criptomoedas.
As ministras da Saúde de Angola e do Brasil, Sílvia Lutucuta e Nisia Trindade, respectivamente, procederam, ontem, em Brasília, ao lançamento do Programa de Formação de Recursos Humanos em Saúde, a nível dos dois países.
Joaquim José de Oliveira Caundo é revisor, editor e tradutor. É, actualmente, proprietário da Ki Editora. É licenciado em Língua e Literaturas, pela Faculdade de Humanidades da Universidade Agostinho Neto, um objectivo que alcançou graças ao poder da leitura.
E se eu tivesse de deixar um conselho para quem deseja superar-se e alcançar grandes feitos, seria: "Leia bastante, porque os livros salvam vidas.”
E em seguida vêm as recordações. "Tive a sorte de ter nascido precoce. É o que a minha mãe costuma dizer, em tom de brincadeira, porque sempre andei com gente mais-velha que eu e acostumei-me a fazer coisas que não eram para a minha idade.”
Joaquim José de Oliveira Caundo sempre foi o mais novo em todos os círculos que frequentava. "Nasci numa família que mesmo pobre conseguiu manter-se sólida. Os meus pais trataram de nos inculcar desde tenra idade a ideia de que, por termos nascido na periferia, onde as oportunidades quase nunca chegam, devíamos dar o melhor de nós em tudo, era a nossa salvação”, prossegue.
Talvez fosse, por isso, que Joaquim José de Oliveira Caundo sempre tentou ser o melhor. "Isso, somado ao facto de que sempre cresci rodeado de óptimas referências, desde professores, catequistas, amigos e sem esquecer o meu irmão mais velho, Esmael Caundo, a minha melhor referência.”
Aos 15 anos, em 2011, no auge da sua adolescência, a frequentar o curso de Ciências Humanas, conhece um amigo "louco por livros”, Mahula Caindua, com quem partilhou livros e conversava sobre esses, na altura, sem muito conhecimento.
Lia muitos livros de auto-ajuda e, graças à influência do meu irmão mais-velho, que era estudante no IMNE Marista, acabou por mergulhar mais fundo no mundo da leitura.
O seu irmão mais velho, hoje, é advogado e o Mahula é professor de História, depois de licenciar-se pelo ISCED, enquanto ele é revisor, editor e tradutor.
No final de 2012, também por influência do irmão mais velho, decide abraçar o carisma franciscano. "Isso ajudou-me a entender quem eu queria ser e o que queria fazer da vida, passei a entender que todo o conhecimento adquirido, até então, era apenas para desenvolver a minha comunidade e ajudar as pessoas a minha volta.”
Devido à cadeira de Literatura, que tem desde a 11ª classe, passa a consumir mais literatura e a frequentar eventos artístico-culturais, como recitais de poesia, exposições de artes plásticas e lançamento de livros. "Começava aí a minha paixão pelo mercado editorial junto com a curiosidade de saber como era o processo de produção do livro.”
Em 2015, ingressa na Universidade Agostinho Neto, onde na Faculdade de Humanidades frequenta o curso de Língua e Literaturas em Língua Inglesa. "Queria ser útil e poder usar o meu conhecimento em prol do desenvolvimento da minha comunidade. Comecei, então, a consumir os grandes clássicos internacionais.”
O problema é que, diz, quanto mais lia os clássicos universais como Shakespeare, Moliere, Zolá, Sartre, Antoine Du Saint, Bukowsky, Nabukov, Dostoyevsky, mais se afastava da literatura angolana.
"Esse problema não era porque o que eu lia de escritores angolanos não fosse bom, mas porque desconhecia os grandes nomes e as grandes riquezas da Literatura Angolana.”
Apenas em 2016, graças à professora de Literatura Angolana Domingas Henriques Monteiro, que se dedicou a mostrar-lhe o quanto podia aprender com a Literatura Angolana, é que volta a ter algum prazer em consumir e interpretar a Literatura Nacional.
"E acabei por conhecer o escritor Hélder Simbad, que despertou em mim a vontade de voltar a consumir e a debater a nossa Literatura.”
Ainda em 2016, com alguns colegas da Faculdade, dá vida ao projecto "Mwelo Wetu”, da professora Domingas Monteiro, que visava a expansão da Literatura Angolana, por meio de homenagens aos grandes nomes, da mais velha à mais nova geração.
Em 2017, lançam o projecto "Escola de Leitura em Voz Alta”, onde expandimos os conceitos em volta da literatura para estudantes. Graças aos ensinamentos da professora Domingas Monteiro encontrou a beleza existente na produção nacional e compreende melhor como a produção literária pode ser útil no resgate da identidade de um povo.
Em 2018, por indicação da professora Domingas, é contratado como revisor e editor, na Editora Acácias, onde aprendeu muito do que sabe hoje como profissional dessas áreas. "Na Editora Acácias, pude trabalhar ao lado dos melhores da nossa praça. E isso fez-me ser o que sou hoje.”
Em 2020, abandona a Editora Acácias para abraçar outros desafios. "Desde então trabalhei com as melhores empresas no ramo de produção de conteúdos, tanto escritos como audiovisuais.”
Um ano depois, em plena pandemia da Covid-19, lança a sua editora. Aos 26 anos, diz-se orgulhoso de afirmar que já alcançou muita coisa que um dia julguei ser impossível. Mas, ainda não me sinto realizado.”
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