“A fuga”, a primeira longa-metragem de Tuti Fernández, defende que não há idade para aproveitar as oportunidades, mesmo que isso signifique romper com o que está estabelecido. É a ideia que fica na cabeça do espectador ao terminar de assistir “A fuga”.
O Prémio de Literatura Dstangola Camões, avaliado em 15 mil euros, foi entregue, ontem, ao escritor João Melo, pela obra “Diário do Medo”. O acto aconteceu, em Braga, Portugal, na sede do grupo empresarial que promove o concurso.
O livro de poesia "Diário do Medo” foi publicado em 2021 e conquistou por unanimidade o júri, que anunciou a decisão a 6 de Novembro do ano passado. Na ocasião, reconheceu "um processo criativo apurado, em que se evidencia como a realidade pode funcionar como matéria de criação literária, respeitando valores estéticos, técnicos e éticos”.
"Além disso, a obra denota profunda experiência de vida, utiliza com rigor e simplicidade a justa palavra/metáfora e o ritmo adequado ao conteúdo de cada poema e tem uma visão abrangente do eu e da sua circunstância, com atenção crítica a fenómenos contemporâneos”, lê-se no comunicado.
O júri desta edição foi constituído pelos escritores e jornalistas José Mena Abrantes (presidente), Amélia Dalomba e o secretário-geral da União de Escritores Angolanos, David Capelenguela, que analisaram, escolheram e fundamentaram a obra premiada, com base em três pressupostos, nomeadamente "partir do princípio de que toda e qualquer criação artística assenta num tripé fundamental estético, técnico e ético; reconhecer como válida e actual a afirmação do poeta alemão R.M. Rilke de que os versos não são apenas sentimentos e recordações, mas acima de tudo experiências de vida” e, ainda, concordar com o escritor moçambicano Mia Couto de que "o poeta não gosta de palavras, escreve para se ver livre delas. A palavra torna o poeta pequeno e sem invenção”.
Nas edições anteriores foram galardoados os escritores Zetho Cunha Gonçalves, em 2019, Pepetela, em 2020, Benjamim M’Bakassy, em 2021, e Boaventura Cardoso, em 2022.
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