Para os japoneses, o chá valoriza o espírito e, na cerimónia, em particular, quatro letras do pergaminho (japonês) destacam e simbolizam os valores do acto: a harmonia, o respeito, a pureza e a tranquilidade.

Na sala construída de madeira das linhas mais refinadas, com cerca de 10 metros de largura e só, talvez, uns centímetros a mais nas dimensões do cumprimento, foram colocadas 10 cadeiras, também feitas de madeira castanha polida, de altura não superior a 50 centímetros e com estofos.

Era cada detalhe no preparo do cerimonial, que transmitia solenidade ao acto, assim como em algum momento, percebia-se o tom de mais sagrado do ritual. As duas cadeiras colocadas para o Presidente da República e Primeira-Dama estavam destacadas na parte da frente das demais de oito, duas das quais ocupadas pelo representante de Quioto.

Naquela que é uma das salas da Casa Protocolar do Governo de Quioto, designada casa de hóspedes do Estado, a combinação entre a iluminação natural e a artificial dava ao espaço um ar mais sagrado.

O que os japoneses procuraram sempre transmitir em cada passo da "cerimónia do chá” é a importância do espírito de paz para quaisquer momentos de realizações na vida, algo que envolveu os presentes como que a um preparo de meditação.

Os ministros Téte António (Relações Exteriores) e Edeltrudes Costa (director do Gabinete do Presidente da República), os secretários Victor Lima (Assuntos Diplomáticos e Cooperação Internacional) e Luís Fernando (Comunicação Institucional e Imprensa), bem como o casal embaixador Rui Xavier e a embaixatriz Maria de Fátima Xavier juntaram-se ao cerimonial, ocupando seis das oito cadeiras reservadas para a comitiva angolana.

Mas na "cerimónia do chá” não se toma o mesmo antes de se saborear um doce servido como entrada, que representa "Os caminhos da montanha”, cujas cores podem variar em função da estação do ano.

Quer pela oferta do doce, o preparo do chá feito na presença do convidado e a purificação dos utensílios utilizados, a "cerimónia do chá”, no Japão, consiste na transmissão de uma mensagem de paz e de plena serenidade, honra e limpeza interior, valores difundidos e defendidos pela cultura japonesa.

  Angola leva ao Japão o símbolo da mulher camponesa

O Presidente João Lourenço e o governador da cidade de Quioto, Takatoshi Nishiwaki, trocaram, ontem, lembranças, no último dia da visita de Estado ao Japão, tendo Angola ofertado a escultura de uma mulher camponesa, com a quinda à cabeça e uma catana às mãos.

Ao governador Takatoshi Nishiwaki, o Presidente angolano fez questão de explicar do que trata a imagem e que Angola está apostada em tornar a agricultura na principal meta para a diversificação económica e, também, na integração plena das mulheres na sociedade, dando-lhes as mesmas oportunidades que os homens em todas as áreas.

 Na mesma cerimónia, Quioto ofereceu a Angola um "abano” (objecto utilizado para com as mãos produzir-se ar fresco em momento mais quente), que simboliza pelas várias cores, áreas muito importantes da vida da cidade e do país em si, com destaque para o florido, plantas das montanhas nessa altura do ano.

Takatoshi Nishiwaki reconheceu e considerou "abençoada” a passagem do Presidente João Lourenço, por coincidir, também, com a mudança de estação e o facto de as cerejeiras e as amoreiras, duas frutas bastante referenciadas no país, marcam a chegada da época do florir das árvores, dos campos e dos jardins.

O Japão possui quatro estações no ano: a Primavera (Março, Abril e Maio), o Verão (Junho, Julho e Agosto), o Outono (Setembro, Outubro e Novembro) e o Inverno (Dezembro, Janeiro e Fevereiro).

A Primavera (Huru), que ocorre de Março a Maio, é também a melhor ocasião para se visitar o Japão.

Chefe de Estado deixa o Japão com escala nos Emirados

A visita oficial do Presidente João Lourenço ao Japão terminou ontem, na cidade de Quioto, tendo o Chefe de Estado angolano embarcado na aeronave presidencial de regresso para Luanda, com uma escala prevista nos Emirados Árabes Unidos.

No Japão, desde o dia 12 em que chegou à capital, Tóquio, o Presidente da República manteve vários encontros ao nível diplomático e também empresarial.

Em Tóquio, o Presidente, que esteve acompanhado em todas as visitas pela Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, manteve encontros com o Imperador Naruhito e a Imperactriz Masako, e também com o Primeiro-Ministro, Fumio Kishida.

Ainda em Tóquio, foram realizados encontros de carácter diplomático-empresarial com o governador do Banco do Japão para a Cooperação Internacional (JBIC), Kazuhiko Amakawa; com o vice-presidente da Agência do Japão para a Cooperação Internacional (JICA), Junichi Yamada, além dos líderes da JETRO (Organização do Comércio Externo do Japão) e da NEXI (Agência de Seguros para o Investimento e Exportações do Japão). 

Na deslocação a Nagoya, a missão de Estado do Presidente João Lourenço testemunhou a assinatura de vários acordos, que reforçam os investimentos e a cooperação com o Grupo Toyota Tsusho, nas áreas de Energia e Águas; Saúde; Transportes e também com relação ao Projecto de Desenvolvimento da Província do Namibe.