No encontro, os estadistas apreciaram a questão da paz e segurança em África, de forma geral, e em particular no Sudão, país que atravessa um longo período de conflito armado, desde 2023.

Em Maio do ano passado, João Lourenço abordou, ao telefone, com Abdel Fatah Al-Burhan, a situação prevalecente naquele país da Região dos Grandes Lagos, que já fez milhares de vítimas mortais, tendo causado a destruição em larga escala de infra-estruturas , milhares de deslocados internos e externos.

João Lourenço encorajou as partes desavindas a avançarem para um cessar-fogo, defendendo o diálogo como a única via para a resolução de conflitos.

No mesmo telefonema, o Chefe de Estado angolano saudou a iniciativa do Presidente Salva Kiir, do Sudão do Sul, visando ao diálogo entre o general Abdel Fattah Al-Burhan, chefe do Exército sudanês, e o general Mohamed Hamdani Dagalo, chefe das Forças de Reacção Rápida, que até ao eclodir do conflito, exercia as funções de vice-presidente do Conselho Soberano.

O Presidente angolano destacou, na ocasião, a urgência de se "pôr fim aos combates, alcançar-se um cessar-fogo e negociar-se uma paz que seja definitiva”, permitindo o "regresso do grande número de sudaneses que, neste momento, estão na condição de refugiados nos países vizinhos”.

No quadro deste conflito, o Chefe de Estado angolano foi designado, em Junho deste ano, pela União Africana (UA), membro do Comité Presidencial Ad-Hoc para a República do Sudão, em representação da África Austral.

O Comité foi criado pela União Africana no dia 21 de Junho, durante a 1.218ª Reunião do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, a nível de Chefes de Estado e de Governo, cujo principal missão é a procura de soluções para o conflito em curso na República do Sudão. Integram, igualmente, o Comité os Chefes de Estado do Egipto (Região Norte), do Uganda (Região Oriental), da Guiné Equatorial (Região Central) e da Nigéria (Região Ocidental).

O Conselho Soberano de Transição do Sudão, que tinha como presidente o general Al-Burhan, foi criado para governar a República do Sudão por 39 meses, desde 20 de Agosto de 2019, pelo Projecto de Declaração Constitucional, estabelecido no mesmo período.

O Chefe de Estado angolano, na qualidade de Campeão para a Paz e Reconciliação da União Africana, exortou, na última sexta-feira, em Luanda, às Primeiras–Damas Africanas a juntarem as suas vozes às de milhões de mulheres no mundo inteiro para o fim imediato dos conflitos na RDC, no Sudão, na Ucrânia e na Palestina, em defesa da vida e da dignidade das mulheres e crianças, que, embora indefesas e inocentes, são, sem sombra de dúvidas, as principais vítimas destas guerras.