Política

Japão vai apoiar implementação de projectos sociais na região Sul

Geraldo Quiala e Isaque Lourenço | Tóquio

O Governo nipónico vai fortalecer a cooperação de forma concreta com uma disponibilização de cerca de 518 milhões de dólares norte-americanos (264 mil milhões de kwanzas) para apoiar o desenvolvimento de projectos sociais no Sul de Angola.

14/03/2023  Última atualização 07H15
Primeiro-ministro, Fumio Kishida, durante o encontro com o Chefe de Estado, João Lourenço, manifestou disponibilidade para trabalhar com Angola © Fotografia por: Kindala Manuel | Edições Novembro | Tóquio

Esta informação foi avançada à imprensa, esta segunda-feira, pelo Primeiro-Ministro japonês, Fumio Kishida, durante o encontro com o Presidente da República, João Lourenço, no Palácio de Kantei, em Tóquio.

Além disso, o líder político afirmou que também foi confirmada a necessidade de acelerar os ajustes entre os dois Governos para a concretização, ainda este ano, do projecto-piloto do empréstimo e a melhoria do Sistema de Transmissão de Energia Eléctrica na região Sul de Angola.

Fumio Kishida sublinhou que Angola é um país com uma estabilidade política e com base na relação de longos anos construídos reforça ainda mais o compromisso para o futuro.

"Hoje, concordamos em realizar de forma consistente a TICAD 8 para fortalecer o relacionamento entre Japão e Angola. Em primeiro, conferimos a importância no âmbito da economia, sobretudo, o fomento e o investimento em negócios como a energia e a segurança económica”, destacou o Primeiro-Ministro quando falava aos jornalistas ao lado do estadista angolano, no quadro da visita oficial de João Lourenço à nação do Sol Nascente.

Kishida afirmou ter chegado a acordo com o Presidente da República, sobretudo, na estratégia de desenvolver a região portuária do Sul de Angola. "Vamos fortalecer a cooperação de forma concreta com uma escala de 70 mil milhões de iens (equivalentes a 264 mil milhões de kwanzas)”, reiterou, acrescentando que será reforçada a preparação do ambiente da promoção de negócios de investimento.

Lembrou que ontem foi realizado, antes do encontro com o Presidente João Lourenço, o Fórum de Negócios Japão-Angola, onde foi analisada a evolução da cooperação concreta em diversas áreas com homens dos negócios de ambos os países. 

Na perspectiva de Fumio Kishida, o Governo, que se predispôs a apoiar esta acção, vai buscar antes a conclu-

são das negociações sobre acordos de investimento. "Confirmamos ainda em executar medidas concretas, nas áreas da Introdução da Transição Digital  Terrestre e Tecnologias de Informação Geoespacial”, avançou o Primeiro-Ministro, que recebeu o Presidente da República com honras militares no Kantei.

Ainda focando em prioridades, disse que vai investir em recursos humanos, so-bretudo, no desenvolvimento humano, mais voltado à Agricultura, Energia Renovável, Recursos Minerais, Saúde, assim como na Capacitação e Preparação do Fu-turo de Angola.

Referiu-se, igualmente, à assinatura a 1 de Março último do Acordo da Troca de Nota, relativo ao fornecimento de acessórios para máquinas de desminagem, considerando que o Japão vai continuar a contribuir para que haja a erradicação das minas em Angola.


Cooperação internacional

No ambito da cooperação na arena internacional, Fumio Kishida considerou a invasão da Rússia à Ucrânia como "uma transgressão que abala raízes da ordem internacional”.

O Primeiro-Ministro do Japão disse ainda que a ameaça nuclear da Rússia "é categoricamente inaceitável, muito mais a sua utilização”, apelando para que se insista na mensagem de paz nas regiões em conflito. Frisou que no jantar de negócios que se seguiu ao encontro discutiria a situação e analisaria, com o estadista angolano, a questão do Leste asiático, incluindo medidas em relação à Coreia do Norte, regiões de África e Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Reiteramos que estamos aqui e vamos trabalhar, fazendo um relacionamento de negócios e muitas ideias sobre a Energia e Segurança Económica”, concluiu antes de seguir para o jantar em privado com o Chefe de Estado.

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