O investimento chinês em Angola valoriza os recursos humanos e materiais, tendo impacto sobre a redução da taxa de desemprego e a oferta de infra-estruturas de desenvolvimento, algo de que “todos somos testemunhas”, declarou o vice-reitor da Universidade Católica de Angola (UCAN), Jerónimo Cahinga.
Jerónimo
Cahinga reconhece que a economia do país ainda conta com uma estrutura pouco
diversificada e concentrada nas actividades petrolíferas, pelo que reitera a
necessidade de uma estratégia de crescimento inclusivo, baseada na produção de
bens que satisfaçam as necessidades básicas da população, actividades intensivas e geradoras de emprego,
que potenciem a utilização dos recursos, com reflexo na dinamização de cadeias
de fornecimento nacionais.
Modelo chinês
Durante a conferência, a professora daquela universidade chinesa Xie Lunyum considerou que os inúmeros recursos naturais angolanos, aliados a uma população maioritariamente em idade activa e o forte desejo demonstrando pelo Executivo em diversificar a economia constituem excelentes fundamentos para que o país consiga, num prazo razoável, erradicar a pobreza com a implementação de uma estratégia semelhante à utilizada pela China a partir da década de 1980.
Segundo o "Jornal Economia e Finanças”, que ontem publicou uma matéria sobre a conferência, as discussões centraram-se na abordagem dos painéis "Três Transformações do Modelo de Desenvolvimento Económico da China", apresentado pelo professor da universidade de Renmin Huang Yanghua, moderado pelo economista Alves da Rocha, director do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da UCAN.
Xie Lunyu, considerou, ao abordar a "Experiência na Redução e Erradicação da Pobreza na China”, que nenhum programa com vista a eliminar a pobreza pode ser universal, uma vez que cada país tem as suas especificidades, mas deixou subjacente a necessidade de os Governos locais adaptarem as indústrias de acordo com as características de cada região e garantirem a produtividade para a geração de riqueza através do trabalho.
O académico considera importante a alocação de subsídios ou transferências monetárias para as famílias mais vulneráveis, acompanhamento médico para a prevenção de doenças cujo tratamento é de elevado custo, aposta na formação do capital humano, infra-estruturas como as principais acções de combate à pobreza, mas sublinha a necessidade de um inquérito para averiguar a situação especifica de cada agregado familiar.
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