O Executivo investiu 323,5 milhões de euros para a aquisição de 600 autocarros da marca Volvo, bem como a construção de uma fábrica de montagem destes meios, na Zona Franca da Barra do Dande, província do Bengo, informou o Ministério dos Transportes em nota enviada, ontem, aos órgãos de Comunicação Social.
No documento, aquele departamento do Executivo esclarece que do montante global, 90 milhões de euros destinam-se à construção da fábrica, que terá como objectivo reduzir a dependência das importações e de promover a autonomia industrial do país. Prevê-se que a fábrica possa vir a exportar veículos para os países vizinhos, contribuindo, acentuadamente, para a arrecadação de divisas e para a diversificação da economia de Angola.
"A decisão de construir a fábrica de montagem vai criar mais de 2.000 empregos directos, estimular o empreendedorismo e promover oportunidades de desenvolvimento profissional, através da transferência de tecnologia e de conhecimento para Angola, sendo que os cidadãos nacionais beneficiarão, neste projecto, de formação técnica avançada no ramo da engenharia automóvel, manufactura, gestão de qualidade e Inteligência Artificial”, sublinha a nota.
O Ministério dos Transportes, enquanto responsável por propor a formulação, condução, execução, avaliação e controlo da política nacional dos transportes e da logística, "reitera o firme compromisso que assumiu com a implementação do Programa de Mobilidade Urbana, com a melhoria e a requalificação da oferta do serviço de transportes públicos em Angola, factores de que em muito depende o desenvolvimento económico e social do país”.
A decisão de adquirir 600 autocarros da marca Volvo, sublinha, é parte integrante do Programa de Expansão dos Transportes Públicos, comportando quer a aquisição de autocarros standard, quer de autocarros articulados, autocarros 4x4 para as províncias do Leste e Sul do país.
O dinheiro gasto, esclarece a nota, serve igualmente para o transporte dos autocarros para Angola, seguro de transporte, responsabilidades fiscais aduaneiras, fornecimento de equipamentos para a manutenção preventiva e a assistência técnica aos veículos.
A frota de transportes públicos a nível nacional foi reforçada de 2019 até ao ano de 2024 com 1.907 autocarros, com capacidade máxima para transportar 40 milhões de passageiros por mês.
O Ministério dos Transportes acredita que a implementação do passe social vai elevar, de forma significativa, o número total de passageiros transportados mensalmente, por proporcionar o acesso aos transportes públicos a uma camada da população que não o utilizava até ao momento, nomeadamente dos estudantes que frequentam o ensino público, antigos combatentes e veteranos da pátria, entre outros.
Frota precisa de mais autocarros
A frota de transportes públicos actual precisa de ser reforçada com um número mínimo de 1.500 autocarros, considera o Ministério dos Transportes, em nota distribuída ontem à imprensa.
Com este reforço, refere, vai elevar-se o número de autocarros para até 2.700, o que vai permitir dar resposta ao aumento das necessidades da população em termos de transportes públicos. Além disso, o documento lembra que está prevista a introdução de outros sistemas de transportes, como o Bus Rapid Transit (BRT), o Metro de Superfície e o eficiente funcionamento dos sistemas urbanos e interurbanos ferroviários.
O Ministério dos Transportes sublinha que foi justamente no âmbito da introdução desta medida e do firme compromisso de proporcionar a toda a população angolana condições de mobilidade, que desenvolveu os contactos necessários para a aquisição dos 600 autocarros e a construção de uma fábrica de montagem dos mesmos. Isso, garante, vai permitir ao país gozar da autonomia de que não dispõe de momento, pelo que, afirma, o investimento não significa o desbaratar do dinheiro público.
"O objectivo do Executivo – neste caso através da actuação do Ministério dos Transportes – é claro: criar as condições de mobilidade de que os cidadãos precisam na capital e nas restantes províncias, e criar condições que permitam, a médio prazo, não depender única e exclusivamente da importação”, lê-se na nota.
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