Cultura

“Intersections” contempla riqueza da arte contemporânea

“Intersections”, que em português significa “interseção", é o título de uma exposição inuagurada, sexta-feira, no Yacht Club, em Luanda, em que nove artistas exploram vários questões sociais de forma a reflectir a História de Angola e do seu povo, através da arte contemporanea africana, João Boavida e Laura Leal, fundadores da Afrikanizm Art, um dos órgãos responsáveis do evento, informaram que a exposição reúne mais de 35 obras, cada peça reflecte a perspectiva única e a visão criativa dos artistas, bem como as influências culturais que se cruzam e moldam a arte angolana nos dias de hoje.

15/05/2023  Última atualização 08H29
© Fotografia por: Vigas da Purificação | Edições Novembro

As peças de arte foram desenvolvidas em diferentes meios, que vão desde a pintura à colagem, e ficam expostas  até domingo, 21. O público pode visitar a exposição no piríodo das 15h00 às 21h00.

"Interseção é um lugar onde diferentes estilos, meios e gerações se cruzam para criar o futuro da arte contemporânea africana", lê-se no catálogo da exposição. A artista Joyce Jazz participa com três obras, "A Coroa da Gestação", "Deusa Themis" e "O Lazer da Vida".

Utilizou nas três peças uma mistura de tinta acrílica sobre tela, fusão que combina o talento com motivos da cultura africana, no geral, e em particular, angolana.

O catálogo refere que com a arte Joyce Jazz representa tudo o que a rodeia, e a música é a sua banda sonora no momento criativo.

O artista Lino Damião apresenta duas obras, utilizando acrílico e pastel sobre papel, que retratam paisagens de dois distritos muito conhecidos da província de Luanda. O primeiro intitulado "Estalagem", localizado no município de Viana, e o outro, "Chamavo", no município de Luanda.

Dos vários problemas sociais reflectidos na exposição um dos mais corriqueiros é apresentado por Walter Fernandes, que através das suas obras alertar as pessoas a não cairem nos estereótipos errados, muitas vezes criados pela sociedade. As peças "Eu Não Sou Banana", "Eu Não Sou um Santo" e "Eu Não Sou um Rabo", reflectem os argumentos do autor.

"Na Banda", "Morro da Pipa" e "Queimada Tropical" são três obras cheias de cor, que despertam muita a atenção dos observadores. As obras retratam situações típicas de vários bairros , e foram criadas pelo artista Wilson Bellas, através da técnica acrílico e aguarela sobre tela.

Fizem parte, também, da exposição os artistas Armanda Alves, que apresenta quatro obras nos formatos acrílico e cartão sobre tela, com o título "Flutuando", "O Útero da Vida", "Vivências" e "A Saída".  O artista Papino Simão Mbongo "Bolondo” participa com o quadro "Persistência é a Chave", a artista Erika Jâmece com as peças "A Liberdade das Mascaradas" e "Amores Épicos de Luanda".

Mumpasi Meso com duas obras intituladas "Equílibrio" e "Proteção da Natureza", com a técnica colagem mista sobre tela. Rómulo Santa Rita participa com as obras "Petróleo", "Make the Change", "Urban Jungle" e "Women Life Freedom 'Irão'".  A exposição conta com uma sala especial, designada "Buala", uma instalação imersa, onde os participantes embarcam numa exploração da identidade, da mentalidade e da interação entre ambientes urbanos e narrativas pessoais.

Criada pelo artista Rómulo Santa Rita, a instalação inspira-se nas paisagens suburbanas do país, utilizando cartão, tinta, spray e chapas de metal - materiais que são normalmente utilizados na construção de casas nestas áreas. Nesta instalação encontram-se dez obras, "Mãezinha", "Esperança", "Kota Vijú", "Sekulo e Cassule", "Todas as Mães Sabem", e as restantes, designadas por "Kandengue", que vai de um a cinco. 

 
Diversidade da expressão

Durante a actividade, Ilya Machado, fundadora e directora geral da Facestudio, que junto da Afrikanizm Art promovem a actividade, mostrou-se satisfeita por participar de uma experiência que considerou "rica e inovadora".

"É com imensa satisfação que apresentamos essa exposição. Juntos unimos paixões e habilidade para criar o evento que celebra a diversidade e a expressão artística africana. Estamos felizes, pois, com isso, conseguimos brindar vários apreciadores da arte, proporcionando um momento para o diálogo e valorização da criatividade angolana", disse.

João Boavida, responsável da Afrikanizm Art, disse que o objectivo do projecto é mostrar para o mundo o talento existente no continente africano, começando por Angola. "E queremos fazer isso através dessa diversidade de temas e expressões, daí o título 'intersections'", disse.

A Afrikanizm tem esse foco, sublinhou, o de unir África com o resto do mundo. "Essa exposição é o nosso primeiro capítulo, mas em breve surgirão ouros", concluiu.

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