Trazer à conversa a problemática da escassez de recintos desportivos em Luanda, é reavivar um debate que em outras ocasiões já preencheu páginas, ou animou tertúlias de gente que lida, no seu dia-a-dia, com a "coisa desportiva", não importando se os actores fossem comentadores, praticantes, gestores ou meros espectadores. O assunto já foi esmiuçado à exaustão.
A necessidade pessoal de quem podia, por gozo de alguma influência, falou mais alto. De resto, não é comum, se olharmos para a realidade de outros países, anular um campo de futebol para no seu lugar se construir um armazém de quinquilharias ou um templo religioso, de uma seita destas que crescem como cogumelos por Luanda.
Mas cá entre nós isto aconteceu, e os principais musseques perderam, se calhar, sem dar por isso, parte da sua graça, do seu modo de vida. Os fins de semana, desportivamente animados, com trumunos cheios de arte, e que produziam estrelas para os grandes clubes, ficaram amorfos. Quase já não se ouve aquela gritaria de gente que corre atrás de uma bola, com avidez de driblar o adversário e terminar a jogada com um golaço de acabado artifício.
E parecendo que não, esta particularidade tem vindo a penalizar grandemente a evolução do nosso desporto, do nosso futebol. Era nestes pequenos recintos, quase todos sem bancadas, onde eram descobertos os grandes talentos , verdadeiros diamantes brutos, que depois de bem lapidados viriam se impor nas grandes equipas, sendo que muitos dobraram os nossos limites fronteiriços para cintilar no estrangeiro.
Vezes sem conta, quando nos metemos aos lamentos sobre o momento actual do nosso futebol, por exemplo, nos esquecemos deste pormenor. É que no passado havia uma estratégia de políticas propensas à evolução desportiva. O quadro hoje é completamente diferente, e quando o trabalho de base é feito aos tombos não se pode augurar uma safra fabulosa. Desenganem-se.
Há um conjunto de factores que não foi muito bem acautelado. O desporto se ainda existe e conquista títulos continentais em certas modalidades, é porque temos ainda aqueles a quem não sabemos se devemos tratar por teimosos, empreendedores ou persistentes. Que mesmo por entre dificuldades mil, no futebol , andebol, basquetebol, hóquei em patins, atletismo e outras disciplinas fazem trinta por uma linha para que o desporto continue a ocupar o espaço que lhe está reservado.
De resto, com o desmantelamento dos campos nos bairros e com a desatenção que se deu ao Desporto Escolar, quase que ficou ditada a sentença, com pena máxima, a um fenómeno social de grande utilidade. Por isso, devemos aplaudir a ideia, se não o projecto, do governador provincial de Luanda, Manuel Homem, que consiste na criação de espaços desportivos nos municípios de Lunada. Bem haja iniciativas do género...
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginA guerra de libertação nacional, iniciada em 1961, nos territórios que constituíam as chamadas “províncias ultramarinas”,produziu traumas que são observáveis nos dispositivos através dos quais os portugueses veiculam a sua memória colectiva.
O mais recente relatório do PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, acresce a possibilidade de o futuro califado do Estado Islâmico – também conhecido por Daesh, sigla em árabe ou ainda Isis, sigla em inglês – vir a ser fundado no continente africano, reforçando as declarações feitas em Outubro de 2022 por Martin Ewi, especialista no Conselho de Segurança da ONU que já foi responsável pelo Programa de Combate ao Terrorismo da União Africana.
O Presidente de Moçambicano, Filipe Nyusi, encontra-se, deste domingo, em Nova Iorque, Estados Unidos da América, onde até dia 30 vai orientar actividades enquadradas na presidência rotativa mensal do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que Moçambique detém desde dia 1 de Março.
A cerimónia dos 35 anos da Batalha do Cuito Cuanavale, assinalada a 23 deste mês, foi comemorada, ontem, no Freedom Park, na cidade de Pretória, África do Sul, com a participação na actividade de membros dos partidos MPLA (Angola), SWAPO (Namíbia) e ANC (África do Sul).
A Assembleia Nacional realiza, hoje, a partir das 9h00, na Sala Multiuso, uma conferência sobre "violência contra a mulher e Direitos Humanos" que vai abordar, entre outros temas, os grandes desafios do problema no âmbito da aplicação da Lei Contra a Violência Doméstica. O evento vai ser aberto pela presidente do Parlamento, Carolina Cerqueira.
Cerca de 80% dos jovens são-tomenses querem abandonar o país em busca de melhores condições de vida, nomeadamente emprego e saúde, e muitos perderam esperança no desenvolvimento do arquipélago, indica um estudo do Conselho Nacional da Juventude são-tomense.
Dez cidadãos, dos quais sete nigerianos, um serra-lionense e dois angolanos foram detidos pelo Serviço de Investigação Criminal acusados por tentativa de furto de navio petroleiro denominado "Ngol Dande" da Sonangol Shipping, com documentos falsos.