A África do Sul prepara-se para novo escrutínio, com o Congresso Nacional Africano (ANC) em rota descendente depois de, nos primeiros anos, parecer querer construir o país sonhado por Mandela, informou, ontem, agência Lusa.
Um tribunal ruandês rejeitou, ontem, em definitivo, um pedido de restituição dos direitos civis de Victoire Ingabire, uma decisão que a impedirá de concorrer às eleições presidenciais de 15 de Julho.
Victoire Ingabire, de 55 anos, é a líder do partido Dalfa Umurinzi (Desenvolvimento e Liberdade para Todos), não autorizado pelas autoridades ruandesas, e principal opositora do actual Presidente do Rwanda, Paul Kagame.
A figura da oposição, que não pode recorrer desta decisão durante dois anos, foi privada dos seus direitos depois de ter sido condenada, em 2013, a 15 anos de prisão, por "minimizar o genocídio de 1994", que fez 800 mil mortos entre Abril e Julho de 1994, sobretudo entre a minoria tutsi.
"Não concordo com esta decisão, é claramente politizada e continuamos a ter um país onde os tribunais ainda não são independentes", disse Ingabire à agência de notícias France-Presse (AFP), no tribunal da capital, Kigali, onde assistiu ao anúncio da sentença.
Desde o seu regresso ao país, em Janeiro de 2010, após 16 anos na Holanda, a economista de origem hutu passou grande parte do tempo na prisão. Foi detida e acusada de negar a realidade do genocídio, depois de ter pedido, a 16 de Janeiro de 2010, durante uma visita ao memorial do genocídio em Kigali, que os autores dos crimes contra os hutus fossem também julgados. Foi libertada em Setembro de 2018, no âmbito de um indulto presidencial concedido a mais de 2 mil presos.
"Quando o perdão presidencial foi concedido a Ingabire, foram estabelecidas certas condições que ela deve respeitar", disse o tribunal na sua decisão, referindo-se à privação contínua dos direitos cívicos, no caso de uma sentença de mais de seis meses. O tribunal considerou o pedido de Ingabire como "infundado".
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