Para Akiz Neto, Agostinho Neto já apresentava uma poesia extemporânea, na qual abordava  problemas como a discriminação, tal como o fez o autor norueguês. "Numa análise profunda ao poema ‘Velho Negro’, de Agostinho Neto, é possível encontrar pequenas semelhanças com algumas das ideias de Linch, especialmente quanto à perseguição de homens negros”.

Com a realização de debates sobre estes assuntos, destacou, a União dos Escritores Angolanos pretende promover a literatura, explorando alguns aspectos literários e assim incentivar os novos autores a explorarem mais certos aspectos ignorados na obra de Agostinho Neto.

Ao resumir a abordagem do escritor Akiz Neto sobre a "Lei de Linch na poesia de Agostinho Neto”, o escritor Mangel Faria explicou que mais do que ler, o leitor deve declamar os poemas como um filme que se desenvolve à frente do público ao ver um cenário triste de morte e os olhos percorrem as imagens.

Nos assistentes, disse, há sempre alguém com sentimento de revolta e vontade de inverter o caso, tal como escreveu Agostinho Neto, no poema "Sagrada Esperança”: "John foi linchado, o irmão chicoteado nas costas nuas, a mulher amordaçada e o filho continuou ignorante”.

O momento cultural da actividade esteve a cargo da poetisa Ombembwa, que declamou "Noites Escuras” e "Sagrada Esperança”. O seu pai, o escritor Ondjila Yolondunyef, que participou na actividade, disse que com base em tudo que ouviu percebeu que a maior preocupação de Neto, nas suas obras, era mostrar para o mundo e às pessoas o quanto a raça negra sofreu com linchamentos.