Sociedade

“Influenciadores digitais” instados a serem vectores de valores

Kátia Ramos

Jornalista

O Conselho Nacional da Juventude pretende que os “influenciadores digitais” de Angola sejam vectores de valores e princípios consubstanciados no respeito pelas leis, pelas autoridades, pelos bens públicos e privados, defendeu Isaías Kalunga, líder associativo juvenil.

03/02/2023  Última atualização 07H55
Líder do Ccnselho Nacional da Juventude © Fotografia por: edições novembro

Num encontro com os denominados "influenciadores digitais”, que decorreu em Luanda por iniciativa do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), de que é presidente Isaías Kalunga, este afirmou que "hoje em dia, um influenciador digital tem a missão de ajudar o Estado angolano no combate ao crime, à violência a todos os níveis contra as mulheres e crianças e ao vandalismo, às notícias falsas vulgo fake news, e a outros males que enfermam o país”.

Para isso, o CNJ pretende engajar-se para caminhar junto com as pessoas que desenvolvem a moderna actividade de "influenciador digital”, os criadores de conteúdo na Internet  e desenvolverem paradigmas de uso das redes sociais que sejam úteis para a sociedade.

Isaías Kalunga disse ter conhecimento que os influenciadores digitais têm atravessado diversas dificuldades, como a aquisição de material de trabalho, nomeadamente telefones digitais, computadores, discos rígidos, câmaras, acesso à Internet de qualidade, para produzir os trabalhos.

O presidente do Conselho da Juventude, que  prometeu prestar apoio aos influenciadores, afirmou que "a sociedade angolana espera  que os mesmos ajudem no sentido positivo para que tenhamos uma comunidade que comungue dos mesmos valores, que paute por condutas em que sobressaiam a solidariedade, fraternidade e a igualdade de oportunidades para todos.

O líder associativo reconhece que os "influenciadores digitais” são uma força importante na comunicação.

A visão institucional

Em representação ao ministro das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social, Mário de Oliveira, no referido encontro, Matias Borges disse que o primeiro workshop sobre "Influenciadores,  dificuldades da classe e a sua participação na construção na cidadania constitui um novo desafio, no mundo de hoje na medida em que vivemos ´forçados` a se adaptar a constantes alterações do modo de vida, devido ao desenvolvimento tecnológico e à dinâmica dos tempos”.

Segundo Matias Borges, antes do surgimento da Internet e das vendas online, a estratégia das empresas e fornecedores de bens e serviços passava pela divulgação dos produtos, onde se usava meios tradicionais, como a televisão,  rádios e os jornais, na maioria das vezes presencialmente.

Com o surgimento da Internet, estes tradicionais serviços passaram a ser comercializados via online e a luta passou a decorrer no mundo digital, onde o grande desafio passa por  atrair o maior número de clientes e interessados.

Quanto maior for a confiança dos clientes ali está a oportunidade de venda dos produtos e, nesta senda, as redes sociais passaram a ser o veículo preferido de várias pessoas para divulgarem os produtos e serviços de maneira profissional.

O desafio consiste na junção de maior número de seguidores nas redes sociais para que seja maior a probabilidade de impulsionar ou influenciar na compra de um determinado meio, sem limite de idade, raça, cor ou localidade.

O responsável acrescentou que o "influenciador” deve ter a capacidade de persuadir o comportamento e a opinião de grandes massas por meio de conteúdos publicados em seus canais de comunicação, como Instagram, Facebook, Twitter, YouTube, Tik-Tok e outros. Os tais serviços dão vantagens e oportunidade de emprego a muitos jovens, actividade que é necessário ser encaráda com alguma prática e responsabilidade, por se caracterizar num meio de influência de comportamento social e resgate de valores. Conforme dizia o Presidente António Agostinho Neto, "Às casas, às nossas lavras, às praias, aos nossos campos havemos de voltar”, citação propositadamente mencionada para lembrar que não podemos regressar às nossas origens se não tivermos jovens que influenciem positivamente,  razão pela qual cada um é chamado a prestar o seu contributo na construção de uma sociedade digna e de respeito, defendeu o representante do Ministério das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social.

Enquanto isso, os prelectores Cabingano Manuel, Francisco Mota, Vui Vui e Sarchel Necésio, que abordaram temas como a "fama digital na construção da personalidade”, "como usar a Internet para empreender” e "as consequências jurídicas do mau uso das plataformas digitais”, concordaram que, para o reconhecimento e apoio dos "influenciadores digitais”, os mesmos deviam estar organizados com a constituição de uma associação.

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