No terceiro e último dia do Workshop Nacional sobre Mapeamento e Estratégia das Indústrias Culturais e Criativas de Angola (ICC's), ficou em evidência, na quarta-feira, nas palavras do director da "Art sem Letra", Kiaco Zambo, que Angola Criativa necessita de mais do que uma sala para realizar um evento desta dimensão.
Só no ano passado, 420 mil pessoas perderam a vida, sendo um terço crianças menores de cinco anos, de acordo com o mais recente relatório da OMS. Em Angola, muitos pacientes acorrem aos hospitais por ingerirem alimentos contaminados
O documento refere que uma em cada 10 pessoas no mundo adoece diariamente por ingerir alimentos contaminados e a principal causa desse problema é o consumo de carne crua ou mal passada, ovos, verduras, produtos derivados do leite contaminados e a água não tratada.
Em Angola, apesar de não existir ainda estatística sobre o número de pessoas que morrem por infecção alimentar, não são poucos os pacientes que acorrem aos hospitais por ingerirem alimentos contaminados.
Jeremias Agostinho, médico especialista em saúde pública, revelou, em entrevista ao Jornal de Angola, que, diariamente, recebe, no seu consultório, duas a três crianças vítimas de infecção alimentar. A nível dos hospitais públicos, disse, o número é bem maior, atendendo ao nível elevado de pobreza das famílias.
O médico explicou que as doenças mais comuns causadas por infecção alimentar são as diarreicas agudas, febres tifoides, ténia - causada pelo consumo de carne de porco contaminada, febre aftosa e a tosse do gado, caso as carnes a consumir estiverem infectadas.
Alertou que as patologias oriundas dos animais são graves e causam a morte. Por isso, apelou as famílias a comprarem as carnes abatidas em locais certificados pelas autoridades, onde os animais são devidamente examinados por veterinários antes de serem comercializados.
O especialista sublinhou que os alimentos contaminados podem causar também doenças cancerígenas do estômago ou dos intestinos, diabetes, hipertensão e obesidade.
"Estas últimas patologia têm como base o consumo de alimentos conservados, quer seja em matérias de alumínio, quer de vidro e plásticos, devido às substâncias que os fabricantes colocam com o objectivo de conservarem os alimentos durante vários meses ou mesmo ano”, disse.
Jeremias Agostinho explicou que a contaminação dos alimentos pode ocorrer du-rante a produção dos mesmos, tendo em conta a utilização de agrotóxicos para se evitar as pragas que afectam a agricultura. Estes agrotóxicos, por permanecerem por muito tempo nas plantações, constituem sérios risco à saúde humana, esclareceu.
Outra contaminação que ocorre durante a produção dos alimentos está relacionada com o processo de rega de muitas plantações, em especial as familiares, feitas com água de rios onde são enviados resídios domésticos, como fezes ou líquidos contaminados.
Segundo Jeremias Agostinho,
a contaminação dos alimentos também é feita durante o processo de transportação
para os vários pontos de venda e na preparação dos alimentos a partir de casa.
Nutricionista apela à higienização dos
alimentos
A nutricionista Tatiana Ferreira reconheceu que a maior parte da população
angolana recorre aos mercados informais para adquirir os alimentos de forma
mais barata.
O problema, sublinhou, é que nestes locais, os produtos são comercializados em condições precárias, muitas vezes próximo de amontoados de lixo, valas de drenagem, águas sujas e paradas que podem causar cólera e outras doenças.
"Portanto, mesmo que o alimento tenha sido bem produzido e transportado convenientemente, ao chegar nestes mercados acabam por se contaminar”, disse a nutricionista, apelando, por isso, as famílias a cuidarem dos alimentos com atenção.
"Ao chegar a casa, os produtos devem ser separados e lavados convenientemente. Nunca lavar no mesmo recipiente sem ser devidamente enxugado as carnes, peixe, legumes ou verduras, para se evitar infecções cruzadas”, orientou.
Tatiana Ferreira sublinhou que as infecções cruzadas são as mais difíceis de serem tratadas, devido ao cruzamento dos vários micro-organismos.
Até a forma de acomodação dos alimentos, quer em cestos, geleiras ou arcas deve ser cuidadosa, defendeu a especialista, acrescentando que, ao servirem-se os alimentos nos pratos, deve-se ter atenção ao tempo que os pratos ficaram descobertos, sob pena de insectos pousarem e deixarem ficar os seus micro-organismos.
"Apesar de ter sido cumprido todo o processo de segurança, desde a produção, transporte e preparação, mesmo já servidos, os alimentos podem ser contaminados, tendo em conta a forma como fica exposta no prato”, acentuou.
A nutricionista insistiu que se tenha sempre muito cuidado com o local onde se adquirem os alimentos, como ver se estão dentro dos prazos de validade ou não e se estão devidamente conservados.
No caso dos alimentos que são consumidos crus, como os legumes, disse, devem ser lavados com água e sabão ou com lixívia. "Evitar comer carnes que, culturalmente, não são habituais, como as de gato, cão e outros animais. Evitar também comer carne ou peixe mal passados e que sejam comercializados em locais não conhecidos”, aconselhou.
O que é uma alimentação saudável?
A nutricionista Tatiana Ferreira considera uma alimentação saudável aquela que
oferece ao corpo os nutrientes necessários para o seu bom funcionamento.
Estes nutrientes são as proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, vitaminas, entre outros. Estes permitem que a pessoa tenha saúde equilibrada e boa qualidade de vida.
Tatiana Ferreira sublinha, entretanto, que não basta consumir tudo isso. É fundamental que a ingestão seja devidamente balanceada. "É importante ter uma alimentação variada para se conseguir obter os nutrientes necessários”, alertou a especialista, para quem "comer sempre as mesmas coisas causa sérios problemas à saúde”.
Disse ser igualmente importante oferecer alimentos com base na idade. As crianças, por estarem em fase de crescimento, precisam de mais proteínas e sais minerais, os adultos e idosos devem comer alimentos muito ricos em cálcio, potássio e outros sais mineiras.
O Dia Mundial da Segurança Alimentar foi proclamado através da Resolução 73/250, adoptada na Assembleia Geral da ONU de 20 de Dezembro de 2018. O diploma visa encorajar a realização de acções que contribuam para a prevenção, detecção e gestão de riscos transmitidos por alimentos, contribuindo para a segurança dos alimentos, saúde pública, desenvolvimento económico no sector da agricultura, acesso ao mercado, turismo e desenvolvimento sustentável.
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