Economia

Índia e Angola realizam trocas de mais de USD três mil milhões

O comércio entre a Índia e Angola, de 2021 a 2022, foi de estimado em 3,1 mil milhões de dólares. Os dados foram partilhados pela embaixadora residente em Angola.

31/01/2023  Última atualização 09H17
Embaixadora Pratibha Parkar vê com bastante satisfação os actuais níveis de cooperação com a Índia nos variados domínios © Fotografia por: DR

Pratibha Parkar em entrevista à Angop, destacou que a Índia é o terceiro maior parceiro comercial de Angola, partilhando cerca de 10 por cento do comércio externo de Angola.

De acordo com a diplomata, a cooperação comercial Índia-Angola tem-se mantido estável ao longo dos últimos anos.

A embaixadora da Índia em Angola afirmou também que o seu país atribui grande importância à África, em cujo território alocou, entre 1996 e 2021, um investimento acumulado de 73,9 mil milhões de dólares norte-americanos.

Adiantou, de igual modo, que a Índia está entre os cinco maiores investidores no continente africano, sendo que o comércio bilateral atingiu 89,5 mil milhões de dólares entre 2021 e 2022.

"Graças ao Sistema de Preferência Tarifária Isenta de Direitos (DFTP), que estende o acesso isento de direitos a 98,2 por cento do total das linhas pautais da Índia, o Estado indiano abriu o seu mercado aos países africanos. Até agora, trinta e três países africanos PMD têm tido direito a obter benefícios ao abrigo desse sistema”, afirmou.

A embaixadora Pratibha Parkar admitiu que, neste mo-mento, a balança comercial está a favor de Angola, sendo a Índia o segundo maior importador de petróleo de Angola, que representa 90 por cento do comércio bilateral. Ainda assim, detalhou, a relação comercial há muito que se mantém impulsionada pela parceria petrolífera, havendo, com isso, a necessidade de se diversificar o comércio para as outras áreas de interesse comum.

 

Relações amistosas

A Índia e Angola partilham uma rica história de interacções culturais, económicas e políticas, enraizadas no espírito de se desenvolver em conjunto como nações iguais.

Nessa perspectiva, partilha a embaixadora residente em Angola, é pertinente mencionar que os dois países partilham relações amigáveis que remontam aos tempos de pré-independência, quando a Índia apoiava a luta pela liberdade.

A história assinala que a Índia estabeleceu relações diplomáticas com Angola em 1985 e, desde então, tem mantido relações extremamente cordiais. As economias de ambos os países complementam-se mutuamente, conforme adiantou.

Angola é rica em hidrocarbonetos e recursos minerais, enquanto a Índia é rica em capital humano e financeiro, bem como tem conhecimentos técnicos de baixo custo. Índia e Angola partilham uma sólida cooperação técnica e educacional. Este ano, por exemplo, trinta estudantes angolanos foram enviados à Índia para frequentarem a UG/PG e estudos de nível superior em universidades locais de renome no programa de bolsas de estudo do ICCR, totalmente financiado.

Uma comunidade indiana activa em Angola desempenha um papel importante no reforço dos laços económicos entre os dois países.

As pessoas de ambos os países têm respeito e afecto um pelo outro.

Os dois países têm uma população jovem crescente e, com todas as complementaridades positivas dos dois lados. Existe uma enorme margem para reforçar e diversificar as relações entre os dois Estados.

Cimeira "Voz do Sul”

Nos dias 12 e 13 de Janeiro, a Índia organizou a Cimeira da Voz do Sul Global.

A embaixadora esclareceu que este mecanismo foi concebido como uma plataforma para os países em desenvolvimento partilharem as suas preocupações, perspectivas e prioridades.

A mesma tinha uma importância particular do ponto de vista da presidência do G-20.

Conforme disse Pratibha Parkar, a Índia observou que as principais preocupações do mundo em desenvolvimento não estão a ser tomadas em consideração nos debates e discussões do G-20. Tratando-se ou não do impacto da pandemia da Covid-19, das alterações climáticas, do terrorismo, dos conflitos em curso e das crises da dívida, a procura de soluções não dá o devido destaque às necessidades e aspirações do Sul Global.

Por conseguinte, quis o país assegurar que a presidência do grupo pela Índia reúna essa voz, as perspectivas, as prioridades do Sul Global e articule isso, claramente, nos debates.

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