11/01/2022 Última atualização 06H15
Reportagem
Sidney Poitier, o negro que veio para um jantar e gerou o amor
A notícia da morte de Sidney Poitier, um dia depois do desaparecimento de outro vulto do cinema americano, Peter Bogdanovich, deixa-nos com a sensação de que algo do ADN da Hollywood clássica está cada vez mais distante. Bogdanovich conservava-o pela memória e a cinefilia, mas Poitier, que morreu sábado, em Los Angeles, aos 94 anos, fez parte dessa Hollywood e ajudou a mudá-la por dentro, usando fato, gravata e um sorriso pronto. É esta postura de estrela bem-apessoada que nenhum homem negro antes dele conseguiu alcançar numa indústria cinematográfica que demorou tempo a descobrir personagens negras, para além do lugar-comum das empregadas e dos escravos.