Há uma verdade silenciosa que atravessa gerações, mas que permanece ignorada por muitos: o verdadeiro eu, esse desconhecido íntimo que habita em cada um de nós, é a fonte de todo o sofrimento ou felicidade que experimentamos. No entanto, poucos se atrevem a encarar esta realidade. Será por medo? Por desconhecimento? Ou talvez, simplesmente, pela cómoda ignorância que abraçamos para nos proteger daquilo que não queremos ver?
Durante a pausa pedagógica, visitei a província do Zaire, propriamente a sua capital, a mítica cidade de Mbanza-Kongo. Tendo em conta a minha curiosidade, sobretudo o que se relata acerca do legado histórico do antigo Reino do Kongo, e o que até mereceu o título de Património Mundial da Humanidade atribuído pela UNESCO, a 8 de Julho de 2017 ao centro histórico da cidade de Mbanza-Kongo, indaguei aos citadinos sobre o que sabiam deste facto e da possibilidade de haver alguma coisa para pesquisar sobre a música do Zaire.
Foi através da poesia que conheci António Jacinto (1924-1991). Corria o ano académico de 1974. Compreendendo os sinais dos tempos, os professores do Liceu de Benguela, especialmente os de esquerda, que eram regentes de disciplinas como Língua Portuguesa e História, abandonavam o cânone literário português e iniciavam os seus estudantes na compreensão do sentido da mudança. A situação não me era estranha porque o meu tio que me tinha como companheiro da escuta de emissões radiofónicas do Angola Combatente encontrava-se preso na tenebrosa Cadeia da Comarca do Lobito, desde 1971. Por isso, a gramática daquela poesia nova veiculada por textos como “O Grande Desafio”, “Poema da Alienação”, “Carta de um Contratado”, “Monangamba” contribuiu decisivamente para a consolidação da minha consciência estética global. É a esse intelectual e poeta, um dos mais lúcidos e inspiradores da sua geração, que venho hoje prestar a homenagem, igualmente no seu jubileu centenário. A sua obra comporta especialmente dois géneros literários: a prosa narrativa e a poesia.
No âmbito da diplomacia global, a Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP) ergue-se como um farol de resiliência e cooperação. Sob a liderança do Secretário-Geral Georges Rebelo Pinto Chikoti desde 2019, a OEACP navegou por desafios sem precedentes, desde a pandemia da Covid-19 até a crise climática em curso.
O preconceito linguístico é uma das formas mais silenciosas e insidiosas de discriminação. É o acto de julgar, rebaixar ou marginalizar indivíduos com base na forma como falam, seja pelo seu sotaque, gramática, escolha de palavras ou dialecto. Embora possa parecer inofensivo num primeiro momento, o preconceito linguístico perpectua desigualdades sociais e económicas, reforça estereótipos e limita oportunidades.
Finalmente o Presidente Emmanuel Macron encontrou um Primeiro-Ministro à altura de dar resposta às suas preocupações de garantir estabilidade institucional e governativa para a França, mas só o conseguiu com o acordo tácito da extrema-direita, de Marine Le Pen, de não inviabilizar automaticamente o futuro Governo através de uma moção de censura.
Amílcar Cabral foi incontestavelmente uma das maiores figuras de África de todos os tempos. Não só por tudo que fez em sectores nevrálgicos na Guiné-Bissau, mas também, pelo sentido de autonomia que sempre procurou preservar em relação ao poder político, fosse ele qual fosse, antes ou depois do início da Luta Armada. Guineense (filho de cabo-verdianos, mas de avó materna natural da Guiné-Bissau).
A construção de uma sociedade cada vez melhor depende do envolvimento de todos. Por isso, a entrega dos membros da sociedade civil organizada ao lado do Estado na busca de soluções para problemas respeitantes às populações é necessária.
O percurso para elencar os índices de produção e produtividade como garante essencial da segurança alimentar passa, também, pelo reforço ou fortalecimento da organização comunitária que enfatiza a economia familiar, no contexto agrícola, pesqueiro e aquícola, cuja função fundamental consiste na produção e fornecimento de alimentos frescos e saudáveis para as populações, radicados na preservação das tradições e consubstanciado na promoção e utilização responsável dos recursos naturais. Tudo isso contribui para a criação de emprego e rendimentos para as respectivas famílias.