Na semana que ontem terminou, foi realizada, em Luanda, uma Conferência Internacional de Direito do Ambiente e Climático, em cujas conclusões e/ou recomendações se destaca a produção de um relatório que vai servir de contribuição para a implementação efectiva do “mercado de carbono em Angola”.
Em 6 de Junho de 1975, em Georgetown, Guiana, foi fundado o grupo de estados de África, Caraíbas e Pacífico (ACP). O objectivo, à época, era fortalecer os laços com a Europa, unindo países que partilhavam uma história comum de colonialismo. O mundo era então marcado pela Guerra Fria, o que exigia alianças. Estes países procuraram priorizar o desenvolvimento sustentável e obter um acesso razoável aos mercados europeus e ocidentais. Alcançar isto só foi possível através da colaboração e solidariedade.
Quando no final de 2021 comecei a ler relatórios e livros de diversos tipos, semanas antes de incorporar-me como Embaixador de Espanha em Angola, já me tinha chamado a atenção a informação de que uma universidade espanhola estava prestes a ser inaugurada numa cidade de nome exótico para mim, Cuito, numa província no interior do país. Rapidamente, procurei um mapa de Angola para localizar a referida cidade que, longe do que imaginava, estava no centro geográfico deste extenso país. Pesquisando um pouco pelo Google, aprendi que a referida cidade estava no planalto central e tinha sofrido muito durante a guerra civil de Angola, guerra na qual foram plantadas milhares de minas e que havia sido lugar de batalhas sangrentas.
Neste mês de Junho, mundialmente dedicado às crianças, reflectimos sobre como o mundo as vê e trata. O respeito pelos seus direitos são a base desse olhar, conforme estabelecido pela Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas.
Os resultados finais das eleições gerais na África do Sul, divulgados domingo, confirmaram a perda, pelo Congresso Nacional Africano (ANC), da maioria absoluta no Parlamento na sequência do pleito de quarta-feira (29.05), naquilo que está a ser considerado como o pior desempenho da formação política nos últimos 30 anos e uma derrota para o partido de Nelson Mandela, ícone da luta contra o regime de apartheid.
A faltar seis anos para a data em que a comunidade internacional estabeleceu como meta para o cumprimento dos “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” e face ao insuficiente progresso a nível global até agora alcançado, praticamente tornou-se uma missão verdadeiramente difícil de atingir o proposto.
Há dias, a ministra das Pescas e Recursos Marinhos revelou que o país perde para a pesca ilegal cerca de 20 mil milhões de kwanzas, o equivalente a mais ou menos 24 milhões de dólares, um dado perturbador a todos os títulos e que remete para a tomada de medidas drásticas.
Luanda desabrochou bonita nas cores de luares, nasceres e ocasos do sol, em berço de areais imaculados enfeitados com conchas de tons múltiplos beijados por preguiçosas ondas de mar, também feitas kalembas de afastar indesejáveis intrusos.
Dado à estampa pela editora brasileira PLANETA, acabo de receber autografado o último livro do compadre Zé Ferreira. Um livro singular. Logo no prólogo, o autor avisa que é uma autobiografia, mas escrita como se fosse ficção em que autor conversa consigo próprio, isto é o cidadão, Martinho da Vida conversa com o artista Martinho da Vila.
O continente africano tem sido palco de inúmeras transformações políticas. Entre estas, destaca-se a “Era dos Presidentes fardados em África”, marcada por uma série de golpes de Estado que resultam na ascensão de líderes militares ao poder.
A primeira nação negra independente, o Haiti, é hoje uma amálgama de ingovernabilidade e criminalidade urbana sem precedentes, uma realidade que lembra não apenas os efeitos da miserável colonização francesa, os anos que as sucessivas administrações americanas faziam daquele país “quintal dos Estados Unidos”, as décadas de ditaduras vividas, mas também alguma falta de solidariedade da parte da União Africana.