Economia

INCA distribui mudas no Cuanza-Sul e Huíla

Adérito Veloso

Jornalista

O Instituto Nacional do Café (INCA) vai lançar no próximo dia 19, sexta-feira, nos municípios de Cassongue (Cuanza-Sul) e Caluquembe (Huíla), um projecto que visa a instalação dos Centros de Produção e Multiplicação de Sementes de Café Arábica.

15/02/2021  Última atualização 07H55
O Centro de Produção de Cacau na província de Cabinda tem sido uma mais-valia para aumentar a produtividade na região © Fotografia por: Edições Novembro
Em entrevista ao Jornal de Angola, o director do Instituto Nacional do Café (INCA), Bonifácio da Costa Francisco, revelou que o projecto visa a construção de viveiros para a produção de mudas de café arábica, por adaptarem-se às condições edafoclimáticas destas localidades.

Destacou que a iniciativa, à semelhança do que tem estado a acontecer nas províncias do Huambo e Bié, é resultado do memorando de entendimento entre o Instituto de Desenvolvimento Agrário e o INCA, através do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura e Comercialização (SAMAP).

Os centros de produção e multiplicação de sementes de café arábica irão contribuir para o aumento das áreas com novas plantas, produção e comercialização, nestes dois municípios.
"Este centro servirá para o fornecimento e expansão das mudas de café nas localidades que se encontram ao seu redor e também, por exemplo, para o município de Caconda (Huíla) que historicamente já produziu café, mas em quantidades muito reduzidas, ou seja, apenas para consumo local”, disse.

População alvo

Com este projecto, o INCA prevê atingir 80 produtores, em ambas as províncias, e potenciá-los com uma área para produção com  o mínimo de 2,5 hectares plantados para cada agricultor familiar. "O INCA espera com o projecto que tenhamos produtores de café com novos sistemas de produção, com conhecimento nas diferentes formas de produção, tratamento e secagem de café. E que este conhecimento seja transmissível a todos os potenciais produtores do bago vermelho. Referir que aqui não está em causa a componente quantidade”, aponta.

Bonifácio da Costa Francisco revelou que o projecto não é extensivo aos empresários ou fazendeiros que produzem em grande escala, mas ainda assim, o INCA abre a possibilidade de partilhar os conhecimentos na área cafeícola com os vários produtores particulares do país. Informou que têm sido dados passos importantes para o fomento e investimento no sector, numa altura em que no ano passado nos diferentes viveiros existentes no país foram produzidos quatro milhões de mudas de café arábica e robusta, com a ajuda do sector privado.

No município da Quibala, no Cuanza-Sul, os produtores empresariais utilizam modelos de tratamento, cujo café é de alta qualidade.
Bonifácio da Costa Francisco salientou que já existe um adensamento de plantas por hectare, utilizando sistemas de rega e terreiros suspensos para a secagem, mecanismos incentivadores para produzir café.
Durante o ano de 2020, foram fornecidas pelo Ministério da Agricultura e Pescas, um total de 160. 920 mudas de café, maioritariamente arábica. Dados do INCA apontam que a produção do café comercial foi de 5.570 toneladas (café robusta ), e 480 (arábica), perfazendo um total de 6.050 toneladas.

Balanço positivo

Quanto às exportações, no ano transacto, as cifras rondam os 27.701 sacos de 60 quilos de café verde, correspondendo a 1.662 toneladas, que renderam mais de um milhão de dólares norte-americanos. O principal destino das exportações foi Portugal, Espanha e Líbano. As províncias líderes na produção de café, continuam a ser o Uíge com 45,7 por cento seguida do Cuanza- Sul com (41,7), representando 87,33 por cento, do universo total de produtores de café no território nacional.

Sobre o processo de relançamento da produção de cacau, o responsável disse que o centro de produção da cultura, continua a ser a província de Cabinda, onde foram instalados  viveiros para a produção de mudas e sua distribuição nos quatro municípios.
O INCA realizou estudos de adaptabilidade, visando o fomento desta cultura nas províncias do Uíge, Bengo e Cuanza-Norte, dada a similitude de condições climáticas identificadas com a província de Cabinda.

"Fruto da produção obtida no ano passado, foram levadas ao exterior do país para análise laboratorial da qualidade e os resultados são completamente positivos e animadores para o processo contínuo da produção”, afirmou Bonifácio Francisco.
O Ministério da Agricultura e Pescas traçou para o quinquénio 2018/2022, o Programa de Desenvolvimento do Café que prevê a capacidade institucional, assistência técnica, acções tendentes a aumentar a produção e produtividade e a promoção do agro-negócio.

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