Cultura

Huíla presente com dois filmes na terceira edição do DocLuanda

Francisco Pedro | Lubango

Jornalista

Os filmes “Ondjélua – a Festa da Chuva”, de Eurico Pereira, e “Maria, uma vida no escuro”, de Delfino Ndalila, ambos produzidos na província da Huíla, estão seleccionados para a competição nacional da terceira edição do Festival Internacional de Documentários de Luanda (DocLuanda), de acordo com o anúncio divulgado ontem pela direcção do evento.

16/05/2024  Última atualização 14H30

O festival abre hoje, às 19h00, na sala 1 do Cinemax Fortaleza, em Luanda, e dele constam ainda os documentários "Itanda”, de Aneth Silva, "Os Reis do Leste”, de Miguel Manuel, "Olha e me Ouvirás”, de Eltina Gaspar, e "A Journey to self Love”, de Henrique Sungo, que automaticamente concorrem para o Prémio Cidade de Luanda, numa parceria e patrocínio do Governo Provincial de Luanda, manifestado recentemente pelo governador Manuel Homem.

Residente no Lubango, o realizador e produtor Delfino Ndalila, autor de "Maria, uma vida no escuro”, revelou que o filme retrata a vida de uma jovem de 30 anos que aos quatro anos contrai uma deficiência e os pais fazem tudo para que ela cresça emocionalmente saudável, mas infelizmente na vida as coisas não acontecem como  idealizadas, porque a enfermidade que contraiu a deixou com os membros superiores e inferiores paralisados.

"Ondjélua-  a Festa da Chuva”, que no ano passado se sagrou vencedor do Unitel Angola Move, também foi filmado na província da Huíla, em 2022, concretamente no município da Chibia.  Trata-se de uma releitura do documentário "Ondjélua – a Festa do Boi Sagrado”, do cineasta Ruy Duarte de Carvalho, produzido em 1978, no reino do Jau, na Chibia, cujo enredo gravita em torno do ritual feito pela comunidade à volta do boi sagrado para que haja chuva na nova estação agrícola.

O festival decorre de 16 a 22 deste mês e os filmes vão ser exibidos nas salas do Camões – Centro Cultural Português e no Cinemax Fortaleza.

O cineasta António Ole é a figura a ser homenageada pelos seus feitos em prol da Sétima Arte, desde os primórdios do cinema angolano, tendo produzido dezenas de documentários, como "O Ritmo do Ngola Ritmos”, "Carnaval da Vitória”, "Conceição Tchiambula”, entre outros clássicos da filmografia nacional.

Além do Prémio Cidade de Luanda e das distinções serem em dinheiro, este ano a organização lançou o Concurso de Apoio ao Desenvolvimento, no valor de cinco milhões de kwanzas por cada projecto, que pode ir até um milhão de kwanzas para cada um deles. "Também foi criado um novo troféu para homenagens”, disse o director do festival, Jorge António, acrescentando que há, ainda, o "Troféu Sarah Maldoror”, que homenageia e perpetua o nome desta cineasta pioneira do cinema africano e angolano, que serve para homenagear também outras figuras do cinema fora do género documental. O Troféu Sarah Maldoror vai para o cineasta Mariano Bartolomeu.

O DocLuanda vai, por outro lado, dedicar uma sessão especial, em parceria com a gestão do projecto Cine Zunga, na zona do Miradouro da Lua, na Barra do Cuanza, com a exibição do filme de ficção "O Miradouro da Lua”, primeira co-produção Angola-Portugal, da autoria do realizador português Jorge António. Este filme completa, este ano, 31 anos desde a sua produção, em 1993.

Depois de Luanda, à semelhança da edição passada, o DocLuanda vai ter uma mostra na cidade do Lubango, prevista para o mês de Agosto, no âmbito das Festas de Nossa Senhora do Monte, em parceria com a Associação de Profissionais de Cinema e Audiovisual (APROCIMA), Cine Teatro Óscar Gil e apoio da Direcção Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos.

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