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Hospital Geral de Ndalatando amplia os serviços com cuidados intensivos

Manuel Fontoura | Ndalatando

Jornalista

As obras de ampliação e modernização do Hospital Geral de Ndalatando, iniciadas em Outubro de 2022, contemplam a adequação de algumas áreas, entre as quais a de Imagiologia, que vai sair próximo ao Bloco Operatório e se fixará junto à área de emergências, contando com uma unidade de Cuidados Intensivos, com dez camas, sendo uma inovação, pois o hospital não dispunha deste tipo de serviços.

09/03/2023  Última atualização 10H09
© Fotografia por: DR

De acordo com o director-geral da unidade sanitária, Armando João, serão, igualmente, feitas obras de restauração, consubstanciadas em trabalhos ligados à área de alvenaria, canalização e instalação eléctrica, por forma a obter-se, nos próximos tempos, um edifício adequado aos novos parâmetros da arquitectura hospitalar.  

O hospital contará, também, com um Laboratório de Análises Clínicas devidamente equipado com o melhor que há em qualquer unidade do género.

O espaço para o serviço de Medicina vai dispor de cerca de 40 camas para internamento contra as anteriores 20, além de farmácia e maior número de consultórios médicos e áreas de atendimento aos pacientes. 

O término das obras está previsto para Junho do corrente ano, segundo Armando João, que deu a conhecer que a unidade hospitalar conta com um equipamento para a produção de gases medicinais, com capacidade suficiente para abastecer o hospital e outras unidades da circunscrição e tão logo as obras terminem o projecto de instalação vai ser acoplado ao de reabilitação, para, no final, poder-se ter os referidos gases canalisados dentro da instituição. 

"O Hospital Geral de Ndalatando é uma unidade quase centenária e que o tempo e o uso se encarregaram de transformá-lo num edifício obsoleto, que há muito reclamava por uma intervenção de fundo, por forma a acomodar melhor os pacientes e garantir boas condições de trabalho aos profissionais”, disse.   

Segundo o responsável, pretende-se, também, fazer uma intervenção no bloco que actualmente alberga os serviços de Cirurgia e de Ortopedia, para que se tenha um hospital totalmente modernizado. 

Acrescentou que, sendo uma obra de nível central, tão logo seja concluída a construção civil virá a parte da montagem do equipamento. 

Actualmente, o Hospital Geral de Ndalatando funciona num bloco construído recentemente na parte traseira do próprio edifício, onde, de acordo com Armando João, pelo menos as condições são melhores do que as que existiam no edifício que está a ser reparado.   

A unidade sanitária tem disponíveis cerca de 120 camas para internamento e concluídas as obras de restauração a sua capacidade vai aumentar para 150. 

O funcionamento da unidade sanitária é assegurado por 340 trabalhadores, entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica e pessoal de apoio, sendo necessários, pelo menos, mais 170 funcionários. 

"A esperança é que tenhamos concursos públicos todos os anos, para preencher o quadro de pessoal. Aguardamos a todo momento o enquadramento do pessoal que concorreu em 2022”, explicou. 

Em relação aos médicos especialistas, afirmou haver dois cirurgiões de nacionalidade russa, um vietnamita, enquanto os demais são cubanos ligados aos Cuidados Intensivos, Medicina Interna e Urologia, além de dois médicos angolanos peritos em Reabilitação e Ortopedia. 

"Neste momento, nove médicos angolanos e efectivos do Hospital Geral de Ndalatando encontram-se em várias unidades de referência em Luanda, em formação especializada em várias áreas, como Cuidados Intensivos, Cirurgia, Neurocirurgia, Medicina Interna e Endocrinologia”.  

Armando João mostrou-se preocupado com o índice de sinistralidade rodoviária na cidade de Ndalatando, envolvendo motociclos, o principal transporte urbano a nível local, causando várias fracturas, muitas das quais com necessidade de cirurgias ortopédicas. Considerou o material cirúrgico e ortopédico extremamente caros, o que provoca elevados custos à instituição.  

Tirando a situação da malária, considerou o alcoolismo um dos grandes problemas da província, principalmente no seio da juventude, provocando doenças como cirrose hepática, entre outras complicações. 

"Precisamos trabalhar mais para consciencializar, sobretudo os jovens, que não é proibido fazer uso de bebidas alcoólicas, mas o consumo deve ser moderado, porque traz consequências para o organismo e às vezes desfechos irreversíveis”, frisou. 

 

Casos de gripe 

Segundo Armando João, Ndalatando regista, nos últimos tempos, vários casos de gripe e de constipação, devido, sobretudo, à falta de cuidados da população.

Lamentou o facto de muitos habitantes da região não terem apanhado a vacina contra a Covid-19, o que os torna vulneráveis.  

Deu a conhecer que, desde Janeiro do corrente ano, foram diagnosticados oito casos de Covid-19 no Hospital Geral de Ndalatando, acreditando que possam existir mais, defendendo, por isso, o reforço das medidas de biossegurança e de testes nas unidades sanitárias. 

 

 Medicamentos disponíveis 

Segundo Armando João, o Hospital Geral de Ndalatando é uma unidade orçamentada, que se preocupa em ter os principais medicamentos para acudir a população, mas, mesmo assim, nem sempre é possível ter os fármacos essenciais. 

"A nossa prioridade são os pacientes que estão em regime de internamento. Aos das consultas externas nem sempre é possível distribuirmos medicamentos, passamos a receita para aquisição nas farmácias”, concluiu. 

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