Reza a história que Cacuaco é uma das comunidades mais antigas da província de Luanda. Ascendeu à categoria de vila no dia 24 de Junho de 1940, período em que foi instalada a Administração, segundo dados fornecidos por algumas entidades tradicionais locais.
Em Junho de 1976, sete meses volvidos sobre a proclamação da Independência Nacional, o Conselho da Revolução põe fim à crise na empresa, promulgando a Lei n.º 51/76, que nacionaliza, em favor do Estado angolano, a antiga empresa privada portuguesa e, em seu lugar, cria a Edições Novembro - EP, proprietária e editora do “Jornal de Angola”
A requalificação do sistema eléctrico permite fornecer energia ao Hospital de Caluquembe, à Escola Bíblica e aos bairros do Ibekmum e Cayeje e à Missão Evangélica Sinodal em Angola (IESA). Diniz Marcolino Eurico, presidente da IESA, disse ao Jornal de Angola que agora “já se pode ler a Bíblia à noite com alguma facilidade e os alunos da Escola de Formação de Técnicos de Saúde do hospital têm agora energia para carregar os telefones e navegar na Internet”
Terça-feira. Os
ponteiros do relógio marcam 21h00. Maria Paulo, 55 anos, apressa-se a acender a
lenha para confeccionar sopa de legumes para o filho que está internado no
Hospital da Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA) de Caluquembe (196
quilómetros a norte da cidade do Lubango). Oriunda da aldeia de Cue I, Maria
Paulo risca o palito de fósforo para acender a fogueira e o candeeiro. Devido à
humidade, o palito demora a produzir a faísca que dá lugar ao fogo. A falta de
energia eléctrica, no interior da casa de adobe, deixa Maria ainda mais
preocupada. Ao acordar, no dia seguinte, Maria, cujo filho deu entrada naquela
unidade hospitalar um dia antes, é surpreendida com a cerimónia de inauguração
do programa de requalificação do sistema de energia eléctrica do hospital e
seus arredores.
Hoje, toda a extensão
do hospital está iluminada, possibilitando aos estudantes do Instituto de
Formação de Técnicos de Saúde estudar e investigar com os meios tecnológicos a
qualquer hora do dia. A iluminação dá um novo brilho ao Hospital de Caluquembe,
no passado chamado "Salva Vidas”, e à própria Missão. Foram adquiridos e
instalados dois grupos geradores com capacidade de 280 KVA, distribuídos em 150
e 130 KVA cada. Foram, ainda, instalados 81 postes de iluminação pública de 110
milímetros. As linhas de distribuição são subterrâneas.
Além do hospital, o projecto está dimensionado para fornecer energia eléctrica a mais de 200 habitações da região de Kukala, onde se situa a unidade. O redimensionamento permite fornecer energia ao hospital, escola bíblica e aos bairros do Ibekmum e Cayeje. Existe um projecto de interligação com a energia eléctrica da rede nacional a partir da barragem do Gove. Os técnicos reservaram um ponto para a interligação com a rede nacional, explicou Teodoro José, director do projecto.
Hospital continua a ser referência
O Hospital de
Caluquembe, que ocupa uma área de 20.286 metros quadrados, é uma referência na
prestação de serviços de saúde às populações do Sul do país, por causa da sua
localização geográfica privilegiada, com ligações para o Lubango, Huambo e
Benguela.
A requalificação do
sistema de iluminação pública e domiciliar do Hospital de Caluquembe abrange as
ruas e residências de toda Missão. Redimensionou-se a iluminação nas zonas que
dão acesso ao hospital, escola técnica e morgue.
Para o sucesso dos
trabalhos foram gastos Kz 76.644.234 (Setenta e seis milhões, seiscentos e
quarenta e quatro mil e duzentos e trinta e quatro kwanzas). Setenta por cento
deste valor resultou do Orçamento Geral do Estado.
A directora do Hospital
de Caluquembe, a médica Carla Daniel,
disse que a requalificação do sistema de iluminação pública visou oferecer
melhor assistência aos pacientes e a todos que procuram os serviços de saúde e
não só.
Com a energia, disse,
há possibilidade de se conservar com segurança os medicamentos, reagentes e
vacinas. Sublinhou ainda a prestação de
serviços e assistência adequada, sobretudo no período nocturno. "A
situação era difícil. Muitas vezes tínhamos um doente no bloco operatório e, de
repente, o gerador ia abaixo, devido a um curto-circuito na rede”, lamentou,
acrescentando que "graças a Deus, nunca aconteceu acidente grave e nem morte
devido a tais circunstâncias”.
O Hospital Evangélico
de Caluquembe funciona com seis médicos de diversas especialidades e mais de
300 funcionários, entre enfermeiros, técnicos administrativos, pessoal de apoio
hospitalar e outros.
Carla Daniel informou
que parte dos custos com o pessoal é suportada pelo Orçamento Geral do Estado.
O hospital é igualmente sustentado com dinheiro da própria igreja, de doações e
comparticipação dos doentes. A directora lembrou que o Hospital de Caluquembe
mantém a tradição de tratar doentes oriundos de várias partes do país.
Considerado de nível regional, o hospital está localizado numa zona rural e serve de ponte no traçado Lubango (Huíla) e Huambo, numa distância de 200 quilómetros nos dois sentidos. O hospital está no centro e atende pacientes oriundos dos municípios da Ganda, Chongoroi e Cubal (Benguela) e outros municípios limítrofes com o Huambo.
Obra comparticipada
O presidente da IESA,
Diniz Marcolino Eurico, disse que "desde os tempos dos missionários”, o
fornecimento de energia eléctrica abrangia apenas o hospital e a casa dos
missionários. Os autóctones e a própria Missão, fundada em 1897, nunca foram
contemplados. "Isso foi motivo de permanente discussão, incompreensões veladas.
Romper tal paradigma, hoje, e fazer com que a luz do Hospital de Caluquembe
sirva também a Missão é motivo de grande satisfação”, sublinhou.
Reconheceu que num país
onde os recursos financeiros são escassos, fazer a obra de requalificação da
rede eléctrica não deixa de ser um sacrifício. O líder religioso agradeceu ao
governador provincial da Huíla na altura, Luís Nunes, que concordou, a pedido
da IESA, em inscrever o projecto no Orçamento Geral do Estado, com a
comparticipação da própria igreja.
Doravante, disse, "já
se pode ler a Bíblia à noite com alguma facilidade, os alunos da Escola de
Formação de Técnicos de Saúde do hospital têm agora energia para carregar os
telefones e navegar na Internet”.
Destacou igualmente a
iluminação permanente do templo de Kukala, que é o símbolo da divindade. "Luz é vida e, no tempo actual, a energia
eléctrica faz parte da vida”, reconheceu, salientando que a iluminação da Missão
vai diminuir a circulação dos indesejados e amigos do alheio e facilitar a
circulação dos moradores de Kukala.
Anunciou que a próxima
etapa será a montagem da média tensão. "Teremos muito mais energia para
consumir em relação ao que se tem actualmente”, comparou.
Garantiu que a Missão
vai ter capacidade para vender energia eléctrica aos kukalenses, que se devem
preparar para conectarem as casas à rede eléctrica do Hospital de Caluquembe.
"Não vamos substituir a Empresa Nacional de Electricidade (ENDE) mas vamos
ajudar até que o Governo possa instalar, no município de Caluquembe, a energia
da rede nacional a partir da barragem do Gove, província do Huambo”, garantiu.
Acção social e ganhos
Acção social da IESA
Diniz Marcolino Eurico lamentou o facto de haver pessoas que minimizam a capacidade interventiva da IESA na área social. Lembrou que a acção social da IESA no Sul do país já foi matéria de pesquisa e estudos científicos e académicos de várias universidades.
Além do Hospital de
Caluquembe, com as suas valências, a IESA tem a funcionar, há vários anos, o
Instituto de Formação de Técnicos de Saúde. É a instituição que começou o
projecto da Cruz Azul em Angola, o Instituto de Teologia Evangélica no Lubango
e tem um instituto superior sinodal que funciona também na cidade do Lubango,
Destacou ainda a Rádio Maranata, que surgiu no âmbito do trabalho de evangelização, o "Projecto de Esperança”, que ajuda famílias vulneráveis, o projecto agro-pecuário denominado 301, para a multiplicação de sementes e animais e ensina as pessoas a melhorar as culturas agrícolas.
Ganho para o município
Para a administradora
municipal de Caluquembe, Mariana Soma, mais uma etapa foi conquistada na obra
médica da Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA). Referiu que a melhoria da
energia eléctrica no hospital de referência é um ganho, não só para o município
ou a província, mas para o país em geral.
Os primeiros beneficiários do projecto, disse, são os pacientes, as famílias e todos os que recorrem ao hospital.
Mariana Soma garantiu que, apesar dos constrangimentos orçamentais, o Governo continua engajado na solução das maiores preocupações dos cidadãos, das organizações e das instituições parceiras. Manifestou a disponibilidade da Administração Municipal em continuar a colaborar com a obra médica da IESA e com outros parceiros.
Construção do aeroporto
de Caluquembe
A Igreja Evangélica
Sinodal em Angola tem na forja a construção de um aeroporto. O projecto,
segundo o reverendo Diniz Marcolino Eurico, já tem a licença do Governo
Provincial. Esclareceu que a execução da obra não arrancou devido às restrições
impostas pela pandemia da Covid-19. A execução vai contar com o apoio de
parceiros. Além do aeroporto do município, a denominação religiosa vai contar
com um aeroporto alternativo para a aterragem de avionetas.
"Sonhar não é pecado.
Reiteramos o desejo da igreja de comprar uma avioneta para circular com rapidez
de um ponto ao outro na evangelização e na assistência social”, disse o líder
da IESA. "Preferimos fazer primeiro e só depois falar. Matar a cobra e mostrar
o pau, como se diz na gíria”, sublinhou.
Apelou a quem de
direito a apetrechar o bloco operatório do hospital, que precisa entrar em
acção. Há oito anos que se espera por esta intervenção.
O presidente da IESA elogiou o trabalho do Governo para a busca de soluções dos principais problemas sociais, bem como a assistência médica e medicamentosa das populações. Reconheceu que no país nem tudo vai mal. Entende que cada um é livre de criticar mas considera "bom e ético” agradecer. "Agradecer é um dever dos cristãos”, salientou.
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