A importância da gestão documental, conservação e preservação dos arquivos das ex-colónias são elementos que o historiador Honoré Mbunga pretende levar à reflexão, no seu livro “Os Arquivos das Ex-colónias Portuguesas em África”, cujo lançamento acontece hoje, às 16h00, no Arquivo Nacional, e vai ser apresentado pela historiadora Rosa Cruz e Silva.
Com mais de vinte anos no sector, Honoré Mbunga consultou vários materiais que abordam o tema para escrever a sua obra.
Durante uma viagem a África do Sul, em 2008, na Conferência Internacional dos Arquivos, o historiador teve acesso à vários relatórios de diversos países, tendo constatado que a maior parte dos arquivos em África estava degradada, o que lhe motivou a fazer uma abordagem sobre o tema, como a falta de estrutura adequada, meios financeiros e um número maior de funcionário que nem sempre consegue dar solução a esse assunto”, disse.
Quanto à avaliação do estado de conservação e aproveitamento dos arquivos que guardam os assuntos das colónias, no caso de Angola, o historiador explicou que a primeira etapa já foi feita, com a construção do edifício do Arquivo Nacional de Angola.
"Temos todas as condições de conservação exigidas pelo Conselho Internacional de Arquivo, o que falta é recuperar todos os documentos que estavam em estado de degradação por causa do nosso clima tropical”, disse.
Honoré Mbunga reforçou que falta apenas a fase da digitalização dos arquivos que vai permitir a comunicação com os outros países e, posteriormente, com os outros investigadores.
Com o selo da editora Mayamba, o livro projectado há um ano, contém 311 páginas e está dividida em 15 capítulo.
Por exemplo, o primeiro capítulo, o autor discorre sobre o "Historial dos Arquivos e da Arquivística”, no segundo o "Sistema de Arquivo, Produção Documental”, no terceiro a "Gestão dos Documentos e Arquivos”, no quarto a "Discrição e Catalogação dos Documentos de Arquivo” e no quinto a "Análise de Conteúdos e Recuperação da Informação”.
O também autor de "Como elaborar um projecto”, "Angola e a crise pós-independência: Cabinda (1975-2006) e "Contribuição para a história da Damba”, refere que durante as pesquisas feitas para a última obra, constatou que os problemas que o Arquivo Nacional tem vivido são sempre os mesmos, mas em graus diferentes.
"Há documentos da época colonial que não estão tratados. Deu-se os primeiros tratamentos para pô-los nas caixas e os disponibilizar ao público investigador que por sinal é insuficiente, mas até ao momento sem nenhum seguimento”, disse.
Honoré Mbunga disse que pretende lançar no próximo ano o livro "Angola e São Tomé”.
Honoré Mbunga nasceu em Luzuanda, uma aldeia do município da Damba, na província do Uíge. É licenciado em Ensino de História em Civilizações Africanas, pela Universidade Nacional de Côte d’Ivoire, em Abidjan, desde 1990.
Foi professor de Geografia e História, nos II e III níveis de ensino, no IMNE, nas províncias do Uíge e Zaire, respectivamente.
Desde Janeiro de 2002 que é funcionário do Arquivo Nacional de Angola, no Departamento de Investigação e Atendimento, no qual é chefe desde 2015.
Conta no seu acervo literário as obras "Como Elaborar um Projecto”, editado pela editora Mayamba, "Angola e a Crise Pós-independência: Cabinda (1975-2006)”, editora Chá de Caxinde, e "Contribuição Para a História da Damba”, editado pela Mayamba.
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