O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou hoje ao investimento em economias sustentáveis para os oceanos, alegando que isso ajudará a produzir seis vezes mais alimentos e 40 vezes mais energias renováveis do que se consegue actualmente.
Homens armados mataram duas pessoas e sequestraram uma, sábado, em Macomia, Cabo Delgado, Norte de Moçambique, segundo o relato de duas testemunhas em fuga, citadas, este domingo, pela Lusa.
Uma das testemunhas disse que homens armados dispararam sobre residentes em campos agrícolas das aldeias de Nova Zambézia e Nguida, no distrito de Macomia. "Os agressores estão a queimar casas, levar comida e a atacar em campos agrícolas onde a população se refugia ", descreveu.
Outro residente em fuga para a vila de Macomia disse que rebeldes lhe sequestraram a tia num campo de arroz, referindo que militares estão no encalço dos guerrilheiros .
Antes de o conflito alastrar, Macomia era um dos principais entrepostos comerciais e de transportes da província, por se situar a meio do caminho na única estrada pavimentada a ligar o Norte e o Sul de Cabo Delgado, a Estrada Nacional 380.
A sede do distrito fica a cerca de 200 quilómetros a Sul de Palma e Mocímboa da Praia, zona dos projectos de gás, reconquistada aos rebeldes pelo Exército com o apoio de tropas rwandesas, em Julho de 2021.
À medida que a ofensiva militar em Moçambique , apoiada pelo Rwanda e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) avança, suspeita-se que também os rebeldes estejam a fugir para distritos e províncias vizinhas, e na fuga atacam civis .
As autoridades moçambicanas têm pedido apoios à comunidade internacional para financiar o esforço militar em Cabo Delgado, considerando que apesar das melhorias no controlo da região nos últimos dez meses, o combate contra os insurgentes ainda não está ganho.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes , sendo alguns ataques reclamados pelo Estado Islâmico. Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4 mil mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.
Lei contra o terrorismo
O Parlamento moçambicano aprovou , na especialidade, a revisão da Lei sobre o regime específico de combate ao terrorismo, com os votos a favor da Frelimo, bancada do partido no poder, e contra da Renamo, principal partido da oposição revelou, ontem, a Lusa. O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido, absteve-se na votação da norma, mantendo uma posição que já tinha tomado na votação na generalidade, realizada na semana passada .
A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), com 60 dos 250 deputados do hemiciclo, votou contra o diploma, por se opor à pena de prisão de oito a 12 anos aplicada "àquele que intencionalmente difundir informação segundo a qual um acto terrorista foi ou é susceptível de ser cometido, sabendo que a informação é falsa”.
A bancada do MDM, com seis assentos no Parlamento, considerou alguns aspectos da Lei um retrocesso para o Estado de Direito e Democrático, assinalando que a norma reprime direitos e liberdades fundamentais.
UE vai apoiar a regi ão Norte com 65 milhões de Euros
A União Europeia (UE) anunciou, ontem, a
intenção de aplicar 65 milhões de euros este ano para projectos de
desenvolvimento no Norte de Moçambique,
revelou , ontem, à Lusa o
embaixador da UE em Maputo, António Gaspar.
"Os projectos em concreto ainda estão a ser preparados, em diálogo permanente com o Governo e a Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), gabinete criado pelo Executivo moçambicano", sublinhou António Gaspar.
A região Norte abrange a província de Cabo Delgado, flagelada pela guerra, as zonas de Niassa e Nampula, sendo que os 65 mi-lhões de euros representam 45% do total do apoio para este ano da UE a Moçambique.
No caso da região sob ameaça terrorista, a ajuda financeira ao desenvolvimento será aplicada com base num estudo intitulado Estratégia de Resiliência e Desenvolvimento Integrado do Norte (ERDIN) elaborado pela UE, Banco Africano de Desenvolvimento, Banco Mundial e Nações Unidas e as autoridades moçambicanas.
"O levantamento que foi efectuado visa relançar, em cinco anos, a base para o desenvolvimento económico e social da região Norte", lê-se no documento que suporta o financiamento.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginO Secretário-Geral das Nações Unidas pediu ontem desculpa às novas gerações pela falta de atenção dada pelas gerações mais velhas e decisores políticos aos oceanos, sublinhando que ainda se está a caminhar lentamente para reverter o problema.
Os países do G7 vão desenvolver um mecanismo para limitar o preço do petróleo russo e tentar restringir o acesso da Rússia a recursos industriais no sector da defesa, disse hoje um alto funcionário norte-americano.
O Presidente do Quénia, Uhuru Kennyatta, apelou, nesta segunda-feira, à construção “urgente” de uma economia baseada nos oceanos, defendendo que, se forem mais bem geridos, poderão produzir seis vezes mais alimentos e 40 vezes mais energia renovável.
O comandante da Missão de Treinos da União Europeia (UETM) em Moçambique considera que a reposição da segurança no Norte “está no caminho certo”, mas “até a situação estar completamente controlada, ainda vai demorar muito tempo”.
Angola e a República Árabe Saharaui Democrática manifestaram hoje a necessidade do reforço das relações político-diplomáticas em defesa dos interesses comuns, depois do encontro, em Luanda, entre autoridades dos dois países.
O julgamento do “caso Lussati”, que envolve militares e funcionários civis ligados à então Casa de Segurança do Presidente da República, começa nesta terça-feira, 28, no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda.
O país vai prosseguir com a prospecção e exploração de metais preciosos com destaque para o ouro, prata, platina e outros, cuja transformação com vista a agregação de valor passa necessariamente pela utilização de refinarias.
A ministra de Estado para Área Social, Carolina Cerqueira, realçou, nesta segunda-feira, em Lisboa, a importância dos oceanos no desenvolvimento sustentável e no fortalecimento das economias “particularmente das emergentes”.
O Presidente João Lourenço instou, nesta segunda-feira, em Lisboa, a comunidade internacional a procurar um cessar-fogo incondicional na guerra entre Moscovo e Kiev, defendendo que “o mundo não suporta” um conflito “no coração da Europa”.
O Presidente da República, João Lourenço, destacou, nesta segunda-feira, em Lisboa, as políticas do Executivo para a protecção da economia azul, referindo que “Angola vem dando, nos últimos anos, passos significativos no sentido de reduzir a queima dos combustíveis fosseis para a produção de energia eléctrica.