Cultura

Historiador Adriano Mixinge fala sobre as artes e lituratura

A academia Angolana de Letras realizou, quinta-feira, a terceira conferência do ciclo do mês de Março, da série “Conversas da Academia à Quinta-feira”, que teve como conferencista o historiador e crítico de arte Adriano Mixinge.

18/03/2023  Última atualização 13H10
© Fotografia por: DR

Sob moderação do escritor Lopito Feijó, o conferencista dissertou sobre "As artes visuais e a literatura Angolana moderna: o caso da máscara na Trilogia de Camaxilo de Castro Soromenho e em Mwana Puó de Pepetela”, na presença de académicos e investigadores de Angola, Bélgica, Brasil e Portugal.

Adriano Mixinge destacou que as artes plásticas (pintura, escultura, desenho, arquitectura e artesanato) e a literatura estão intimamente relacionados e transmitem entre si elementos distintivos que identificam Angola.

O crítico de arte realçou que a relação entre o texto literário e a obra plástica é anterior à literatura, ou seja, as artes visuais têm um roteiro muito particular e uma e outra disciplina revezam-se na visibilidade social, por estarem mais ou menos em diálogo permanente com os momentos vigentes na sociedade.

A literatura angolana, lembrou, responde a uma sim biose entre artes, salvaguardando o imenso património das línguas e culturas africanas, sem perder de vista a relação entre o nosso passado e o mundo contemporâneo. Dai reconhecer que "a angolanidade, enquanto conjunto de camadas que se complementam é, na verdade, um mito no sentido em que se constrói todos os dias”.

Adriano Muxinge falou do romance Mwana Puó,  escrito em 1969 e  publicado pela primeira vez em 1978. Na ocasião destacou a simbologia da máscara do grupo cokwe, que permitiu ao escritor descrever um cenário que relaciona o texto narrativo à arte visual.

Comentando sobre a Trilogia de Camaxilo, de Castro Soromenho (que para uns seria literatura angolana, sendo para outros literatura colonial: "Essa questão de nacionalidade do escritor chega a desvalorizar a cronologia da historia literária. Afinal, a narrativa indica elementos relacionados com a pertença, proximidade ou distanciamento do autor em relação à cultura”.

Ao terminar, o historiador considerou Castro Soromenho protonacionalista, enquanto Pepetela é nacionalista.

A próxima "Conversa da Academia à Quinta -feira” está agendada para o dia 23 de Março, a partir das 19h00. Sob moderação do escritor Lopito Feijó, o historiador João Ngola Trindade falará sobre a "Problemática da literatura colonial em Angola”.

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