Cultura

Herança do Carnaval apresentada em feira

Mário Cohen

Jornalista

A herança cultural do Entrudo de Luanda está patente, desde ontem, na II edição da Feira do Carnaval, que levou à Praça da Independência, detalhes das manifestações artísticas, que ajudaram a tornar a maior manifestação dos angolanos numa referência.

19/01/2023  Última atualização 09H18
Iniciativa vai permitir a nova geração ter uma noção mais ampla sobre a “festa do povo” © Fotografia por: Edições de Novembro

A feira foi inaugurada pela secretária-geral da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, Paula Correia, que convidou o público a visitarem o local e conhecer mais sobre o Carnaval de Luanda.

Além das indumentárias e artefactos ligados a manifestação, a feira, explicou a governante, traz temas relacionados com outras expressões artísticas, a maioria focada nos grupos carnavalescos de Luanda.

Os stands tem ainda exposto fotos, algumas com as homenagens feitas ao grupo União Kazukuta do Sambizanga e Kiela, assim como detalhes dos desfiles competitivo.

O acervo exposto inclui ainda, entre outros, alguns adereços utilizados pelos grupos ao longo dos vários desfiles. Dos materiais, constam peças dos grupos União Kiela, Etu mu Dietu, Kazukuta do Sambizanga, Operário Kabocomeu, Jovens da Cacimba, Njinga Mbandi e Mundo Ilha.

 

Negócios

O assessor do Governo  Províncial  de Luanda, Domingos Lopes, disse, no acto, que a iniciativa merece mais apoio, por ser um legado para as próximas gerações terem maior noção sobre o Carnaval. "Esperamos também que seja uma boa oportunidade de negócios para os grupos participantes”.

Para Domingos Lopes, a feira deve ser vista como um espaço rentável, capaz de ajudar a gerar novas ideias entre os participantes. "Com a iniciativa, a Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL) dá aos grupos ferramenta para angariar mais fundos”, afirmou.

 

Maior participação

O vice-presidente da APROCAL, Diogo Colombo, elogiou a adesão e mais grupos, em especial os de determinados distritos e municípios de Luanda na II edição da feira. "É uma forma de recuperar a mística da "festa do povo”. Este ano, espero que tenhamos uma festa condigna, capaz de responder aos anseios dos grupos e as expectativas dos foliões”, adiantou.

 

Literatura

Várias editoras apresentaram os títulos durante a feira, com realce para a União dos Escritores Angolanos (UEA) que levou à apreciação do público livros como "O Boletim Cultural e a Sociedade Cultural de Angola - Recolha e Pesquisa”, de Irene Guerra Marques e Carlos Ferreira, "As Nossas Mãos Constroem a Liberdade”, de Maria Eugénia Neto, "O Herdeiro”, de António Pompílio e "Duas Faces da Esperança - Agostinho Neto e António Nobre Num Estado Comparado”, de António Quino.

Outra editora convidada foi o Instituto Nacional das Industrias Culturais e Criativas (INIC) que levou para a feira títulos como "Carnaval - A Maior Festa do Povo Angolano”, de Roldão Ferreira, "Sunguilando”, de Óscar Ribas, "Ulika e a Boneca”, de Cremilda de Lima, "O Regresso de Kambongue”, de Kanguimbo Ananaz, "A Lenda da Mãe África e do Filho que Vendeu o Coração”, de José Luís Mendonça, "Mahamba”, de Oliver Quiteculo, e "A Festa dos Porcos”, de Dias Neto. 

A Editora Mayamba, outra convidada, levou à feira livros como "O Nosso Semba - Homenagem a Joãozinho Morgado”, de Pedro Rosa e "Literatura do Bochimanes! Khu de Angola”, de Agnelo Carrasco "A Trança”, de Manuel Rui, "O discurso do Mestre Tamoda”, de Uanhenga Xitu, e "Vozes na Pedra”, de Luís Fernando.

A Fundação António Agostinho Neto levou os títulos "Maria Eugénia Neto - Memória de Jenny, A Noiva de Vestido Azul”, de Artur Queiroz, "Os Bantu na Visão de Mafrano”, de Maurício Franco Caetano, "Poesia Porta Meta”, de Akiz Neto, e "Rio Sem Margem”, de Zetho Cunha Gonçalves.

O convite as editoras serviu, de acordo com a organização, para aproximar mais os livros do público, como forma de incentivar o gosto pela leitura.  

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