O antigo ministro das Relações Exteriores Manuel Augusto foi condecorado com o “Grau de Cavaleiro de Ouro” da República da Guiné Equatorial, pelo papel decisivo desempenhado no processo de adesão daquela nação da África Central à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A medalha distintiva e o diploma foram entregues ao diplomata angolano durante uma cerimónia realizada no dia 30 de Julho, em Malabo, pelo Presidente Teodoro Obiang Nguema.
Na mesma cerimónia, que assinalou os dez anos de adesão da Guiné Equatorial à CPLP, ocorrido em Julho de 2014, na Cimeira de Díli, em Timor-Leste, foram, igualmente, agraciados o Presidente da República de São Tomé e Príncipe e Presidente em exercício da CPLP, Carlos Vila Nova, e o ex-Presidente de São Tomé e Príncipe Fradique de Menezes, entre outras individualidades.
A ideia da criação de uma comunidade de países e povos que partilham a Língua Portuguesa – nações irmanadas por uma herança histórica, pelo idioma comum e por uma visão compartilhada do desenvolvimento e da democracia – foi sonhada por muitos ao longo dos tempos. Em 1983, no decurso de uma visita oficial a Cabo Verde, o então ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Jaime Gama, referiu que: "O processo mais adequado para tornar consistente e descentralizar o diálogo tricontinental dos sete países de língua portuguesa espalhados por África, Europa e América seria realizar cimeiras rotativas bienais de Chefes de Estado ou Governo, promover encontros anuais de Ministros dos Negócios Estrangeiros, efectivar consultas políticas frequentes entre directores políticos e encontros regulares de representantes na ONU ou em outras organizações internacionais, bem como avançar com a constituição de um grupo de língua portuguesa no seio da União Interparlamentar".
O processo ganhou impulso decisivo na década de 90, merecendo destaque o empenho do então embaixador do Brasil em Lisboa, José Aparecido de Oliveira. O primeiro passo concreto no processo de criação da CPLP foi dado em São Luís do Maranhão, em Novembro de 1989, por ocasião da realização do primeiro encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos Países de Língua Portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, a convite do Presidente brasileiro, José Sarney. Na reunião, decidiu-se criar o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), que se ocupa da promoção e difusão do idioma comum da Comunidade.
Em Fevereiro de 1994, os sete ministros dos Negócios Estrangeiros e das Relações Exteriores, reunidos pela segunda vez, em Brasília, decidiram recomendar aos seus Governos a realização de uma Cimeira de Chefes de Estado e de Governo com vista à adopção do acto constitutivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
A CPLP tem procurado estruturar-se ao longo da sua existência, reflectindo a vontade política dos Estados-membros e as aspirações e expectativas dos seus cidadãos. A Organização tem progredido no sentido de uma adaptação evolutiva das suas estruturas.
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