O académico Nelson Pestana “Bonavena” defendeu, segunda-feira, na União dos Escritores Angolanos (UEA), em Luanda, que a figura do poeta e nacionbalista Viriato da Cruz, deve ser melhor estudada no ciclo académico por via da realização de conferências onde se podem discutir os seus ideais.
O estado de execução das obras de reabilitação das infra-estruturas integradas do Museu Nacional de Arqueologia (MNA), em Benguela, foi constatado pelo o Inspector Geral da Administração do Estado (IGAE), João Pinto, durante a visita de trabalho na província.
O União Mundo da Ilha, vencedor do Carnaval de Luanda, na classe A, da última edição competitiva, em 2020, com um total de 590 pontos, permanecendo na história com mais titulados, 14 troféu, propõe para esta edição o tema “Produção Nacional”.
O sector agrícola no país, disse, assume elevada importância no combate à pobreza, já que é gerador de emprego e simultaneamente representa um forte contributo para a diversificação da economia.
Para esta edição do Entrudo, ressaltou, espera conseguir levar à Marginal da Praia do Bispo, mais de dois mil e 500 foliões que vão ajudar a promover as danças, canções, vestimentas e os adornos que representam toda uma herança de conquistas carnavalescas de gerações.
De acordo com António Custódio, é bem verdade que este título é resultado de muito trabalho e não tem sido fácil a gestão e manutenção do grupo. Por isso, o líder e comandante "dos pescadores” tem procurado estar atento às mudanças do quotidiano. "Temos estado a observar as dinâmicas e procurar implementar inovações, mas sempre respeitando as raízes culturais e a tradição dos ilhéus como forma de legado”.
Ao longo dos tempos, referiu, os integrantes dos grupos têm revisto as principais falhas das edições anteriores e procurar corrigi-las nos ensaios que já arrancaram desde Outubro de 2022, no Bairro Lelo, na Ilha do Cabo.
Escolha dos temas
Detentor de um currículo invejável e de uma legião incalculável de seguidores, o grupo carnavalesco União Mundo da Ilha, que já conquistou ao longo da sua existência 14 troféus, escolheu para esta edição um tema de elevada importância para o crescimento e desenvolvimento de qualquer sociedade.
Segundo António Custódio, no Mundo da Ilha, a escolha dos temas passa pelo crivo de um grupo de conselheiras, as representantes mais antigas do União Mundo da Ilha.
O líder do grupo explicou que a vocalista principal do grupo (Tonicha Miranda) e o vice-presidente têm a missão de trabalhar juntos na produção do tema. O conteúdo da música deve estar em concordância com a alegoria e os outros elementos do grupo, para existir um vínculo entre a dança e a música.
Para esta edição, António Custódio prometeu prestar maior atenção à alegoria, por notar que tem sido um dos pontos negativos a melhorar.
O grupo, disse, tem feito uma "ginástica financeira” com a alegoria, mas sente que ainda não tem sido o suficiente. "Estamos a trabalhar com algum rigor no entrosamento da coreografia, por a música e a dança serem categorias importantes”.
O grupo, frisou, precisa de melhorar e afinar os detalhes nestes e noutros quesitos, que por pouco nos prejudicariam na edição passada, "mas felizmente a agremiação tem uma equipa de trabalho competente e disciplinada, fruto de algum rigor que tem sido imposto dentro e fora dos ensaios ”, assegurou.
Originalidade ao Carnaval
Segundo a vocalista principal do grupo, Tonicha Miranda, embora tenham uma história por preservar, existe a necessidade de se fazer inovações permanentes, no sentido de tornar a maior manifestação cultural do país num produto mais atractivo na promoção do turismo cultural.
De acordo com a cantora e intérprete do grupo, Tonicha Miranda, as canções do União Mundo da Ilha têm sido adaptadas para uma cadência rítmica mais acelerada, para torná-las mais dançantes, sendo que o difícil "é fazer o enquadramento temático dentro de uma sonoridade mais dinâmica, por causa da fonética da língua kimbundu”.
Há anos que Tonicha Miranda defende o regresso das canções ao vivo durante os desfiles, por exigir maior criatividade dos intérpretes. No entanto, reconhece, existe maior dificuldade na criação de condições técnicas no local da actividade para este exercício.
Tonicha Miranda, referência na composição musical com temas interpretados por cantores de várias gerações, ressalta que as canções gravadas em estúdio chegam a ser mais trabalhosas. "As canções ao vivo permitem trazer alguma originalidade ao Carnaval e devemos promover actividades que incentivem a recuperação do que se fazia no antigamente”.
História do grupo
Desde a sua fundação que o grupo União Mundo da Ilha mantém a mesma designação. Um dos fundadores foi António Miranda (falecido), pai da actual vocalista principal, Tonicha Miranda. A agremiação tem ainda uma categoria especial, a de conselheiras, atribuída aos mais velhos, entre os quais constam nomes como Maria da Conceição João, Madalena Lourenço "Nga Muturi”, Beatriz Domingos António "tia Loló” e Esperança Miguel Pascoal.
O grupo surgiu, na década de 60, quando a juventude se deslocava até à Samba para assistir várias manifestações culturais. Com o passar dos anos, estes jovens juntaram-se e formaram grupos de bailarinos.
O projecto, como grupo carnavalesco, ganhou corpo em 1968 e embora haja algumas divergências entre as "conselheiras” quanto ao dia e mês da fundação, há unanimidade em relação ao ano (1968), como explicou a anciã Nga Muturi.
Os registos indicam que o grupo é fruto de uma fusão dos Evita da Ilha e Invejados. Actualmente, é um dos mais premiados do Carnaval de Luanda, com 14 títulos, o último obtido em 2020.
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