A apresentação da icónica peça “A Panela de Koka Mbala”, do Grupo Experimental Teatro, um dos pioneiros das artes cénicas em Angola no período pós-independência, foi um dos grandes destaques, terça-feira, da abertura do Festival Internacional de Teatro e Artes de Luanda, que está a ser realizado no Elinga Teatro.
Na abertura do festival, que decorre até ao último dia deste mês e visa saudar o 36.° aniversário do grupo Elinga Teatro, assinalado na terça-feira, houve, igualmente, a inauguração da exposição fotográfica "Viver Angola”, de Rodrigo Subtil, e uma instalação da artista angolana Ana Sanches.
A directora-adjunta e membro fundador do Elinga Teatro, Anacleta Pereira "Nani”, na ocasião, mostrou-se feliz pelo Elinga ter conseguido realizar pelo terceiro ano consecutivo o festival, que visa celebrar o aniversário do grupo que dirige.
Além disso, um outro objectivo, explicou, é o de continuar a ajudar a promover as artes, sobretudo o teatro, que desempenha um papel fundamental na promoção da identidade cultural.
Segundo a responsável, através de formas de expressão como o teatro, dança, música e outras manifestações artísticas, é possível fortalecer fortes laços culturais e de pertença a um determinado espaço territorial. "Para além do teatro, procuramos trazer outras componentes artísticas, como a música, dança e artes plásticas. Entretanto, o foco é o teatro, por isso trouxemos grupos de outros países”, afirmou.
Anacleta Pereira "Nani” explicou que o festival, que vai contar com a participação de 11 grupos, alguns dos quais provenientes de Portugal e da Guiné-Bissau, teve como grande empecilho a crise económica que o país e o mundo atravessam. "A cada ano, vamos diminuindo o tempo do festival precisamente pelos custos, além disso, estamos a diminuir o número de grupos participantes pelo mesmo motivo”, lamentou.
O director do Grupo Experimental Teatro, Domingos Viana, após a apresentação da peça, explicou que é a primeira vez que a agremiação participa no festival, e teve a honra de fazê-lo com um elenco constituído por vários dos membros fundadores do grupo.
O responsável afirmou que a peça, interpretada por 20 actores, sofreu alguns reajustes técnicos, de forma a proporcionar uma melhor experiência aos amantes da arte.
Por outro lado, António de Oliveira 'Delon', que interpreta o personagem Bololo na peça, afirmou que actividades do género permitem transmitir conhecimento e passar o testemunho aos mais jovens.
António de Oliveira sentiu-se, igualmente, lisonjeado pela peça "A Panela de Koka Mbala”, exibida pela primeira vez em 1986, continuar a ser solicitada e acarinhada pelo grande público.
"No período mais crítico do teatro, essa peça foi uma das que promoveu a maior revolução no teatro angolano, e ela continua a ser consumida até hoje, é uma satisfação para nós”, sublinhou.
A peça "A Panela de Koka Mbala”, que é inspirada no texto do congolês Guy Menga, faz uma crítica social ao abordar as dificuldades que as sociedades apresentam em aceitarem a inserção de jovens e de mulheres nas grandes tomadas de decisões. Na peça, o Rei mostra aos seus conselheiros que precisa da ajuda, dedicação e empenho da Rainha para que o Reino evolua e para conseguirem solucionar os problemas que afectam o Reino de Koka Mbala, onde todos os visitantes são tomados por intermédio de uma panela.
Programação do festival
O grupo de teatro Aurora Negra, proveniente de Portugal, apresentou, ontem, no Festival Internacional de Teatro e Artes, realizado no Elinga Teatro, a peça "Aurora Negra”, que aborda a estória de três mulheres estrangeiras com culturas diferentes. O grupo angolano "Desejados da Kianda” entra em cena, hoje, às 20h00, com a peça "Má Informação Congénita”, que é uma comédia que reflecte a forma de actuação da Comunicação Social em Angola.
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