Cultura

Grupo Damba Maria de Benguela quer dignificar artes cénicas nacionais

O director do grupo Damba Maria, da província de Benguela, Adérito Tchiuca, disse, terça-feira, ao Jornal de Angola, que a falta de apoios financeiros para a compra dos bilhetes de passagem poderá pôr em risco a participação da colectividade, no VII Encontro Internacional de Teatro Comunitário, que se realiza de 20 a 24 de Abril, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.

01/02/2023  Última atualização 09H40
Actores de Benguela querem voltar a exibir a herança cultural da província além fronteiras, mas carecem patrocínios © Fotografia por: DR

O director do grupo Damba Maria explicou que, apesar dos constrangimentos, tem mantido contactos com alguns patrocinadores locais que têm mostrado alguma sensibilidade em apoiar as artes, no geral, e em particular, o teatro. Adérito Tchiuca ressaltou que o grupo tem tido o apoio institucional do Governo da Província de Benguela, da Sécil Marítima, empresa de navegação, e de pessoas anónimas.

A possibilidade de voltar a mostrar a herança cultural de Benguela, por meio do teatro, somente se realizará, caso os patrocinadores apoiem mais uma vez o grupo a participar no festival que se realiza dentro de um mês e meio, na cidade do Rio de Janeiro.

No entanto, explicou que estão a ser feitos contactos com outras instituições parceiras no sentido de voltarem a apoiar o grupo, à semelhança da participação do colectivo no festival de Moçambique, no ano passado.

O responsável acredita que até à véspera do VII Encontro Internacional de Teatro Comunitário a questão das ajudas podem ser solucionadas. Os mecenas, disse, são chamados a prestar apoios no âmbito das responsabilidades sociais. "Estou convicto que mais uma vez as portas abrirão e o grupo vai poder representar a cultura angolana no geral, e em especial, a de Benguela com muita dignidade além fronteiras”.

Adérito Tchiuca disse que, nesta segunda internacionalização, espera ver os problemas financeiros ultrapassados para garantir uma participação positiva no festival. Ainda assim, sublinhou, o espírito de "resiliência e determinação” tem sido um dos focos da delegação que vai procurar dar o melhor em prol das artes cénicas angolanas em terras brasileiras.

O director do grupo disse que os actores estão motivados e trabalham com bastante afinco perspectivando alcançar boas performances durante o festival. "Estamos a trabalhar todos os aspectos, desde o enquadramento e posicionamento em palco, textos e enquadramento vocal”.

O grupo volta a entrar em cena nos palcos internacionais com as peças de teatro "A Morte Não é Minha”, que retrata o pesadelo de um homem, que pensa ter sido o culpado pela morte da mulher, pesadelo que o atormenta dia e noite, levando o viúvo ao desespero.

A segunda peça a ser apresentada no festival, o grupo propõe a obra "Heroínas Sem Nomes”, um espectáculo que aborda vários aspectos do quotidiano e as tradições do Sul do país, com adaptações, para ilustrar aspectos culturais de Benguela.

A história do espectáculo assenta na luta pela sobrevivência de três guerreiras, que ajudaram na conquista da Independência Nacional. As três mulheres angolanas que participaram em todos os processos de luta até ao alcance da paz efectiva, em 2002, juntam-se para contarem as vivências de uma Angola reconciliada entre irmãos.

O VII Encontro Internacional de Teatro Comunitário do Rio de Janeiro está em construção com apoios públicos e privados, disse, a organização, em comunicado enviado, ontem, ao Jornal de Angola, pelo coordenador - geral do festival Reinaldo Santana, onde se pretende abordar a diversidade do teatro comunitário, pois seus processos de criação artística se dão de várias formas.

Além de reflectir sobre a sustentabilidade dos povos e cidades, a "festa do teatro”, segundo a organização vai contar com os participantes da Marcha Afro-Ameríndia Americana, Rede Carioca de Cultura Viva, Brasileira de Teatro Comunitário e Rede Latino- Americana de Teatro em Comunidade.

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