Pelo menos 95 mil milhões de dólares é o valor a ser empregue nos próximos três anos, num conjunto de actvidades prioritários dentro do Programa Comum Africano de Agro-Parques (CAAPs), de forma a fortalecer o ambiente de negócios propício, revelou, domingo, em Kigali, Ruanda, a comissária da União Africana, Josefa Correia Sacko.
O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima de Massano, avançou, esta segunda-feira, em Luanda, que no sector das bebidas não alcoólicas “não temos ninguém a transformar a fruta em bebida”, num país com grandes potencialidades.
Os gestores das grandes superfícies comerciais do país prometeram segunda-feira, num encontro com o secretário de Estado para a Economia, Ivan dos Santos, Luanda, apostar fortemente na promoção dos produtos feitos em Angola, como forma de dinamizar a oferta da produção nacional.
O encontro, que decorreu no quadro da dinamização das Medidas de Estímulo à Economia, no âmbito do Acesso à Compra Pública para Empresas aderentes dos Serviços Feito em Angola, contou com a participação de representantes das empresas Casa Nova, Angoalissar, Noble Group, Candando, Maxi, Kero e Alimenta Angola, além de outros igualmente relevantes na distribuição a grosso e a retalho.
Em declarações à imprensa, após o encontro, o director-geral do grupo Alimenta Angola, Ronaldo Oliveira, garantiu que vai continuar a apoiar a iniciativa do Governo neste processo, já que a promoção do Serviço Feito em Angola já é parte da política do grupo, por viabilizar uma oferta a preços mais baixos.
Segundo Ronaldo Oliveira, o Grupo Alimenta Angola comercializa, nas suas superfícies, mais de cinco mil artigos, 50 por cento dos quais são produtos feitos em Angola.
O grupo tem cinco supermercados em Luanda, número que tende a aumentar com as lojas previstas para outras regiões do país, o que vai tornar possível continuar a apoiar os médios e pequenos produtores com a compra da sua oferta, solucionando as dificuldades de escoamento para os centros de consumo.
"Os fornecedores têm apoiado o nosso grupo, vendendo alimentos a preços baixos, o que resultou em que, nas últimas semanas, a nossa cesta básica tenha sido eleita como a que oferece o melhor preço a nível do país", frisou, reconhecendo que este esforço é fruto dos grandes produtores nacionais, os quais também têm oferecido preços baixos.
Bens
nacionais dominam
oferta
O director de Compras da Shoprite, Daniel dos Santos, disse encarar o processo Feito em Angola como uma iniciativa séria, do que é prova a visível componente de alimentos nacionais em cerca de 70 por cento da oferta dos estabelecimentos da rede.
Para Daniel dos Santos, o resultado é positivo porque, anteriormente, as superfícies da Shoprite vendiam 89 por cento de produtos importados e 20 por cento da produção nacional, o que mostra ser visível a evolução dos produtores nacionais a nível do país.
"Somos a maior rede de supermercados a nível de África e vamos continuar a ser um parceiro estratégico do Governo, porque temos já uma certa experiência que trazemos da África do Sul", onde está instalada a holding da Shoprite, frisou Daniel dos Santos.
Por sua vez, a representante da Angoalissar e representante do Grupo Ebecor, Joana Fonseca, disse que a empresa já aderiu ao Serviço Feito em Angola porque, nos últimos tempos, tem dado passos significativos na aposta na produção nacional a todos os níveis, com várias indústrias já implantadas no país.
"Abraçámos a iniciativa do Governo e estamos a investir na matéria-prima angolana, garantindo o que há de melhor nas nossas mesas e na economia nacional”, frisou Joana Fonseca, que destacou como um dos constrangimentos que deve ser resolvido para melhor promoção dos produtos nacionais, a diminuição da burocracia no tratamento do processo de adesão ao selo Feito em Angola.
O presidente do Conselho de Administração da produtora de mobiliário Casa Nova, Amin Herji, que também representou a Associação de Empresas de Comércio e Distribuição Moderna de Angola (Ecodima), reconheceu que o Executivo tem feito um bom trabalho ao apostar na produção nacional, o que considerou ser uma iniciativa merecedora de total apoio da classe empresarial.
A Casa Nova, destacou, já aderiu ao Serviço feito em Angola, com a produção de mobiliário de escritório, lar e cozinha, bem como de exteriores, entre outros bens produzidos em Angola.
Além da venda local, Amin Herji apontou como grande objectivo a aposta na exportação, um negócio para o qual a empresa está a reunir capacidade. "Pretendemos aumentar o projecto para que este processo seja concretizado, já que o objectivo é promover os produtos Feito em Angola", frisou Amin Herji.
Embora o Executivo já tenha melhorado as vias de acesso para o escoamento da produção nacional, reforçar a oferta de bens e serviços públicos como energia eléctrica e os serviços de telecomunicações, devem complementar a acção do Governo, para garantir o aumento da competitividade dos produtores angolanos.
Certificação de origem com níveis crescentes
O Instituto de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) registou, de 2021 até à presente data, 842 produtos, 627 dos quais já com o selo Feito em Angola. A província de Luanda lidera a lista dos bens registados e certificados, com um total de 346 produtos com o selo Feito em Angola, seguida de Benguela, com 53, e Huambo, com 46 produtos. Cento e quatro empresas aderiram ao processo.
Com estes resultados, o Governo pretende dinamizar a produção nacional, apostando no Serviço Feito em Angola, com maior realce para o aumento da escala em todos os níveis, aferiu o secretário de Estado para a Economia.
Ivan dos Santos, que dirigiu a reunião com os gestores das grandes superfícies comerciais, reconheceu que é visível a oferta de produtos nacionais em muitos estabelecimentos, sendo prova disso os registos do INAPEM, que contam, agora, com um número maior de candidaturas de empresas para adesão ao selo Feito em Angola.
De acordo com o secretário de Estado, o número de candidaturas de adesão situa-se em mais de 300, 82 dos quais estão pendentes. Com estes resultados, Ivan dos Santos defende que as grandes superfícies comerciais devem dar mais espaço ao selo Feito em Angola, para que os produtores nacionais aumentem a escala de produção.
Reconheceu o esforço dos operadores económicos na compra e aposta dos produtos feitos em Angola, garantindo que o Executivo tem implementado iniciativas e estímulos para o aumento da escala a todos os níveis.
"A maior parte do consumo é produzido em Angola, logo, precisamos de aumentar a escala, para atender à demanda populacional”, frisou Ivan dos Santos, notando que o país regista um crescimento populacional elevado, com uma população de 34 milhões de habitantes e um rácio de crescimento de 3,3 a 3,4 por cento ao ano, o que obriga o aumento da escala de produção.
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